segunda-feira, 31 de maio de 2010

José Mourinho


Jose Mourinho, o treinador do momento, assinou um novo contrato. O mesmo é dizer um novo desafio, porque aí reside a razão da sua existência. Treinador controverso cria paixões e alimenta ódios. A arrogância parece definir a sua personalidade, uma marca que faz gala em cultivar. Talvez um subterfúgio teatral para esconder outros sentimentos...

Numa entrevista confessava que um dia irá falhar. Esse receio latente desgasta o Homem e dá-lhe maturidade. E isso transparece na cerimónia discreta de apresentação à imprensa em Madrid.

O segredo do seu êxito reside na organização e trabalho, muito trabalho. Muito trabalho e inteligência. E tratando-se de um jogo, requer-se também o factor sorte. Por isso, não prometeu triunfos imediatos, mas um querer inquebrantável de vencer. "Ganhar, ganhar, ganhar é no Real Madrid!", a vitória de uma equipa que pretende criar à sua imagem.

Do special one de há cinco anos persiste ainda esse olhar indomável e provocador, uma capa que protege um homem que sente e vive as emoções. Hoje, porém, com mais contenção. Mas isso não impediu o choro copioso na hora da despedida de um dos seus jogadores. Mais forte continua sempre a vontade de partir, um desafio imperioso, à maneira de um cavaleiro andante, em busca de vitória em uma "nova guerra". Que Deus o proteja!

sábado, 29 de maio de 2010

Assim vaI a Escola...




A Guida enviou-me este vídeo que retrata a Escola em França e não só. Para ver, entre sorrisos e a mágoa pelo estado a que se chegou. Evidentemente, Portugal não é excepção...

E assim se vota na Duma...

Os canais de televisão apresentaram hoje esta nova e original forma de votar na Duma!

Pensando bem, nada mudou na passagem do regime soviético para a democracia: o voto continua "imposto". Antigamente pelo partido e, hoje, pelos deputados resistentes que correm de lugar em lugar...

Coisas destas só aconteciam com os alunos que assinavam pelos colegas. Quase sempre desculpáveis pelas aulas secantes de certos professores. Nada de tão grave assim se compararmos com este escândalo!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Rei das Máscaras

O Rei das Máscaras, um filme chinês, encantador pelo tema e realização. Representação excepcional e uma fotografia de grande nível artístico que suscitam a emoção e o sorriso do espectador. Momentos de evasão e de beleza para apreciar numa tarde calma...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bogotá

Bogotá, centro da cidade

Colombia, Bogotá: um destino pouco comum para o turismo. Diz-se que a capital de 2640 metros de altitude e de ar rarefeito está mais próxima do céu, mas não é paradisíaco o ambiente que aí se vive. Ao peso das condições de salubridade somam-se os condicionalismos socio-políticos. O narcotráfico e as FARC envolvem corrupção e mais corrupção, prolongando-se numa luta partidária sem fim.

O mundo ainda não esqueceu as imagens da libertação de Ingrid Bitancourt e de outros reféns ( muitos outros continuam na selva) e daí a pouca apetência que a Colômbia desperta para os globetrotters. Todavia, o desenvolvimento económico e cultural do País atrai muitas empresas estrangeiras e os seus funcionários que, de certo, hão-de aliar o trabalho ao prazer de conhecer o povo colombiano e a sua história.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lisboa melhor que Madrid e Nova Iorque

Lisboa, Jardim do Campo Grande

"Lisboa: 45ª cidade com melhor qualidade de vida no mundo
Lisboa desceu um lugar para 45º no ranking da Mercer que selecciona as cidades que com melhor qualidade de vida no mundo, enquanto Viena de Áustria conserva o primeiro posto e Bagdade mantém-se com a classificação mais baixa no relatório anual da consultora.

"Lisboa desceu um lugar face ao ranking de 2009, mas mantém-se à frente de cidades como Madrid e Nova Iorque, obtendo 100,3 pontos (Nova Iorque serve de base ao índice = 100). No «top10» do Quality of Living ranking, a Suíça e a Alemanha colocam três cidades cada uma. Zurique e Genebra ocupam o 2º e 3º lugares, enquanto Berna é nona. Entre as germânicas, Dusseldorf é sexta, Frankfurt e e Munique seguem-se na lista (ex-aequo no sétimo lugar).

No total a Europa coloca 16 cidades entre as 25 primeiras da lista de 50 publicada pela Mercer, embora o estudo tenha analisado mais de 200 urbes.

Vancouver (Canadá), Auckland (Nova Zelândia) e Sydney (Austrália) interpõem-se entre as europeias na lista de 10 cidades com melhor qualidade de vida.
Apesar dos diversos impactos da crise, as cidades europeias destacam-se em factores como a oferta em educação, habitação, recreio e serviços públicos."


Aqui fica uma boa notícia para levantar o moral dos portugueses que, definitivamente, caíram num pessimismo doentio. Lisboa mantém uma posição invejável no ranking das cidades com melhor qualidade de vida, cuja liderança vai para Viena.

Regozijemo-nos, pois, porque este é um olhar internacional objectivo. E lembremos o melhor que Lisboa tem para oferecer, a começar pelos jardins públicos e ainda muito mais. Quer saber? Então, parta por aí à descoberta de ruas e praças, igrejas e monumentos, museus e casas de espectáculos. Verá que não se arrepende!..

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Encontros e desencontros


Maio florido combina com alegria, paz e bem-estar. A suposta alegria escapou-se, uma vez que uma onda de nostalgia tomou conta de mim. Não sei explicar porquê, mas à lembrança assomam pessoas, rostos que não vejo há muitos anos. E ainda lugares e episódios que, de tão distantes no tempo, parecem cenas de outras vidas….

A tristeza nem sempre se apaga num reencontro. Reatam-se laços de camaradagem e de amizade, agora mais madura e sincera. Casos de excepção, porque a desilusão faz regra. As pessoas mudaram, perseguindo carreiras até alcançarem posições bem diferentes dos sonhos que juntos idealizávamos na juventude. Ao confrontar-me com estas "realidades" terei de dar razão àqueles que consideram penosos os "encontros" de antigos estudantes ou antigos funcionários de uma qualquer instituição. Depois de constatar o envelhecimento recíproco e as palavras de circunstância, o diálogo esgota-se. Trocam-se contactos, prometem-se novos encontros que, de facto, acabam por rarear...

Todavia, tristeza maior é a da "impossibilidade real" de um reencontro: um nunca mais definitivo de ver, falar e rir com um amigo. É o fim que implacavelmente a morte nos confere. Na última semana acompanhei a mãe de uma amiga que, aos 90 e muitos anos, faleceu de Alzheimer. Uma morte anunciada e que, felizmente, ocorreu antes da fase mais degradante da doença.

Mais doloroso ainda é a morte de um amigo da nossa idade, um sentimento que vivi à distância de dois anos. Aconteceu assim, porque a doença foi mais rápida que as circunstâncias da vida que, de facto, nunca ditaram o fim da amizade de muitas décadas. Dele fica a lembrança dos bons momentos, as nossas últimas conversas e a recordação de uma fotocópia de um artigo científico que elogia as muitas vantagens do riso. Guardarei essa folhinha que permanece como a memória de alguém feliz e que gostava de ver felizes os outros!

domingo, 23 de maio de 2010

Da vida e da morte



Horário do Fim

Morre-se nada
quando chega a vez

é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos

morre-se tudo
quando não é o justo momento

e não é nunca
esse momento

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Estranho roubo no M. de Arte Moderna em Paris





















Léger, Nature morte aux chandeliers ; G. Braque, L´olivier près de l´éstaque; Modigliani, La femme à l´éventail; P. Picasso, Le pigeon aux petits pois; Matisse, La Pastorale .

A ocasião faz o ladrão e no Museu de Arte Moderna em Paris tudo parecia convidar a um bom assalto. Alarmes avariados há dois meses e daí à acção dos interessados por estes negócios foi só um pequeno passo. E assim na maior das calmas, da noite para o dia, voaram cinco telas avaliadas em mais de 500 milhões...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A geração dos leopardos


Conhecem a geração dos leopardos? Pois é, escasseia a informação acerca da realidade de África, do desenvolvimento tecnológico e da sua importância na criação de uma nova mentalidade. Jovens que desafiam o poder político e social instalado, utilizando as tecnologias de informação para criticar e denunciar injustiças. É o despontar de uma nova esperança em África...


" São jovens, velozes e empreendedores. Conhecem a Web como as palmas das suas mãos e actuam sem esperar os tempos da lenta burocracia africana. São optimistas, e não suportam quem vê a África como um concentrado de misérias. São definidos como "leopardos". E consideram-se o futuro do Continente.
Leopardos contra os hipopótamos: é um desafio geracional o que se está a jogar em África. Um desafio que se combate on line e a golpes de clique. Tal panorama foi pensado pelo economista ganês George Ayittey, docente da Universidade de George Washington, que define "geração dos leopardos" a já longa fileira de jovens africanos com idade inferior a trinta anos que correm velozes na Web, comunicam, estudam, discutem política e desenvolvimento sustentável, fazem empreendimento com software livre, abrem blogues e informam. E contrapõem-se à imóvel classe política dos hipopótamos, embaraçantes políticos apostados em acumular dinheiro público, corromper, dirigir-se choramingantes aos organismos internacionais para obter ajudas económicas: uma magra elite que constitui um dos principais travões ao desenvolvimento de toda a África, e que permite ao mundo continuar a olhar para o Continente como um concentrado de conflitos e de misérias. "

Em Nairobi, Joanesburgo, Kinshasa, Kigali, estes jovens afro-optimistas enchem os cibercafés sedentos de conhecer o mundo e livrar-se de um destino já decidido: abrem actividades de comércio on line, participam em fóruns, contactam com os familiares da diáspora. Mais, armados de telemóvel, bem cobertos por nickname anónimos, tornam-se cronistas e jornalistas da Web e denunciam a corrupção dos seus governantes."


Sara Milanese, jornalista, in Além-mar, Março 2010


Nota - Infelizmente os "leopardos" não passam de uma minoria...

domingo, 16 de maio de 2010

Madeira, imagens de beleza...









Imagens da Madeira, um complemento da mensagem anterior.

Este ano vou à Madeira

" Este ano vou à Madeira". Uma campanha que algumas figuras públicas dão o rosto e à qual também me associo. Sim, porque vale sempre a pena visitar a Madeira uma, duas e muitas vezes. Se procurar bem há-se descobrir um recanto, um Museu, um "sítio com História" ou simplesmente um lugar para passear. Caminhar pela serra, passear à beira-mar no Funchal ou daí tomar o barco até à Ponta de S. Lourenço e fazer um almoço de piquenique...

Se quiser saber mais sobre a oferta turística da Madeira, clique no título e não hesite. Parta até esse paraíso da Natureza e de cultura. E se quiser apenas descansar, este é o lugar ideal. E, às vezes, sabe tão bem o dolce far niente.

Pastéis de nata


A gastronomia, nomeadamente a doçaria, também identifica um país. O pastel de nata ou a sua variante mais aristocrática, o famigerado pastel de Belém, ganhou dignidade e utltrapassou fronteiras. Onde quer que viva um português, existirá sempre um prato de bacalhau e um pastel de nata... e muitos outros dos nossos manjares.

Tudo isto vem a propósito da Expo de Xangai, onde Portugal marca presença com um Pavilhão que, não sendo esteticamente feliz, mostra o valor da nossa cortiça e dos nossos gostos alimentares. Ora, leiam a pequena notícia publicada ontem no Expresso.

"Xangai come dois mil pastéis de nata/dia

A cafetaria-restaurante do Pavilhão de Portugal na Expo 2010, em Xangai, China, está a vender mais de dois mil pastéis de nata por dia. Desde 1 de Maio já foram vendidos 25 mil pastéis de nata."

sábado, 15 de maio de 2010

Os papa-reformas...

Notícia inesperada, a morte de Saldanha Sanches. "O estudante que nunca deixou de lutar" e "Referência de uma geração" são dois títulos do Expresso que, além do elogio, traçam o percurso do ilustre Fiscalista.
Hospitalizado em Santa Maria, e já muito doente, ainda ditou mais uma Crónica, a última, Os papa-reformas. Da denúncia de mais algumas injustiças, fica a transcrição.


"O Estado (o Governo, o primeiro-ministro) vive agrilhoado a um conjunto de compromissos políticos, arranjinhos, promessas, vassalagens dívidas que paga periodicamente em quilómetros de auto-estradas, túneis e agora, em TGV com paragens em todas as estações e apeadeiros do poder local (desenhado em cima do mapa da volta a Portugal em bicicleta). Já todos sabemos que Portugal tem mais quilómetros de auto-estradas do que muitos países desenvolvidos(...)
O que é uma verdadeira esquizofrenia é que nada se faça neste momento de verdadeiro aperto das finanças públicas. (...)

Além das vassalagens, não podemos esquecer os outros papa-reformas, profissionais da acumulação de reformas públicas, semipúblicas e privadas. Basta ver o caso do Banco de Portugal, ou outros menos imorais, que permitem que uma série de cidadãos - gente séria, acima de qualquer suspeita - se alimente vorazmente tem pensões, reformas e complementos, que começam a receber em tenra idade. M,uitas vezes até com carreiras contributivas virtuais, sem trabalho e com promoções (dizem que para isto são muito boas a Emissora/RTP e Carris).

Tudo isto, como sempre, é feito ao abrigo da lei. É que isso dos crimes contra a lei é para os sucateiros. O problema é que a lei que dá é refém dos beneficiários que tira."


In Expresso, 15 de Maio de 2010

Responsabilidade da Europa


Nas suas origens a Europa assenta num complexo de três linhas de força: a cultura greco-latina, a herança germânica e o cristianismo . Esta a tese desenvolvida por C. Dawson em A Formação da Europa, um velho livro, mas sempre actual para a compreensão da Idade Média e das monarquias emergentes.

Tais princípios parecem aceites pelos agentes da cultura ( pelo menos, a maioria) que, no dia 12 de Maio, participaram no Encontro com o Papa Bento XVI. Porém, não é esse o entendimento político que presidiu à redacção da Carta da União Europeia. E é pena, porque o resto do Mundo ainda olha para nós, europeus, com atenção expectante. E a "Velha Europa", esgotada nos seus valores, deixou de servir como modelo.

Para corroborar esta ideia, transcrevo o testemunho de um missionário comboniano, Fernando Domingues, publicado na revista Além-Mar, de Maio.


"Comigo trabalha um colega que prestou serviço como missionário na China durante muitos anos e ainda continua em contacto com muitas realidades da Igreja naquele país. A propósito de uma conversa que estávamos a ter, perguntei-lhe qual era a coisa mais urgente que ele via para que a a Igreja possa continuar a crescer na China de Hoje. À boa maneira do sábio chinês, guardou uns momentos de silêncio e depois respondeu com três palavras: Evangelizar a Europa.
Uma resposta estranha, mas ele explicou.

Muito do nosso povo na China olha para a Europa como um modelo de vida a seguir e aceitam tudo. Muitíssimos estudantes seguem cursos de línguas europeias na universidade, para não falar do êxito das grandes casas europeias de moda... mas Deus, o Cristianismo, raramente fazem parte da "mentalidade europeia" que eles estão a aceitar rapidamente. Parece que a fé cristã não faz parte deste "modelo europeu" de vida que os atrai. "

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Reduzir despesas do Estado


A temática é a mesma: austeridade e redução de despesa do Estado.

No Diário Digital de hoje, a Ministra da Saúde reafirmava a necessidade de reduzir despesas, mas sem diminuir a qualidade dos serviços de saúde. Ficamos à espera da nova política deste e de outros Ministérios...

Para começar, não seria mau aliviar o peso da burocracia. Um exemplo nos Centros de Saúde. Entra um utente para levar uma injecção ou medir a tensão arterial e, sendo beneficiário da ADSE, a enfemeira logo regista o acto que deverá ser debitado àquele Organismo.
Ora, a enfermeira é paga pelo Estado e, não tendo aquela prestação de serviço ultrapassado o seu horário, justifica-se esta contabilidade? Então, não somos todos cidadãos portugueses?

Prometo regressar ao assunto, apreciando o andamento da política de austeridade.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E se o Governo fosse à padaria?...


Crise, austeridade pobreza e miséria: palavras encadeadas que remetem para dias negros, cada vez mais negros. As medidas anunciadas hoje pelo Governo não deixam margem para dúvidas.

Sei, sei bem que a situação é global. Porém, a orientação política diverge de país para país. E isso entristece-me. Só em Portugal vejo esta coisa original de encarar a redução dos vencimentos dos políticos como demagogia. Enfim, uma atitude que se coaduna com a insensibilidade de aumento do IVA nos bens de primeira necessidade. Pois, é só 1%!!! Mas isso faz toda a diferença no orçamento das famílias mais carenciadas.

Para começar, lanço um convite à classe política. Por um dia, desçam à realidade do país, entrem na padaria e investiguem a tendência de venda do pão...é que as famílias cortaram (e vão continuar a cortar) neste alimento básico!..

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Papa está entre nós...


O Papa está entre nós. E cativou-nos. A figura frágil e de sorriso tímido tocou-nos e, em menos de vinte e quatro horas, a desconfiança ainda existente, esfumou-se. Depressa aprendemos a observar o seu rosto, agora mais distentido, embora mais cansado. Por tudo isso, o Papa entrou-nos definitivamente no coração...

As manifestações e atitudes generalizadas traduzem um sentimento de cordialidade e simpatia que, até há pouco, seria impensável. Esse ambiente emotivo saltou das ruas para as cadeias de televisão, contagiando-nos em casa.

Compreendo bem essas razões, recordada ainda do modo como reagi à passagem do Papa João Paulo II aquando da sua primeira visita a Portugal. Maio de 1982, pouco depois do desembarque no Aeroporto, o Papa entrava nas primeiras ruas de Lisboa a caminho da Igreja de Santo António. Subindo a Avenida do Brasil, inverteu para a Avenida de Roma quando o avistámos, de pé, num carro aberto (ainda não se chamava papamóvel). Do seu rosto irradiava uma tal força que, num gesto impensado, desatámos a correr. Seguíamos aquela Figura até que, cerca de cem metros depois, a Lurdes (a colega que me acompanhava) e eu parámos, rindo às gargalhadas...

Só Alguém com um carisma especial poderia desencadear uma tal reacção, um facto inesquecível e tema recorrente de conversa sempre que encontro a Lurdes!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Rainha D. Leonor

Rainha D. Leonor, José Malhoa (Museu Malhoa, Caldas da Rainha)


Na sequência da visita à exposição "Casa Perfeitíssima, 500 anos da Madre de Deus", mosteiro fundado por D. Leonor, deixo algumas notas biográficas da Rainha, que no dizer do cronista, foi "a mais Perfeita que nasceu no Reyno de Portugal".

Praticamente desde o nascimento, no dia 2 de Maio de 1458, estava destinada a reinar, por vontade de D. Afonso V, seu tio. Bisneta de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, Leonor era filha de D. Fernando, Duque de Viseu e Condestável do Reino, e de D. Beatriz, filha de D. Afonso, primeiro duque de Bragança. Representando duas importantes linhagens da dinastia de Avis, Lencastre e Bragança, a Infanta cresceu entre os afagos e a educação do meio aristocrático.

Recebeu uma educação esmerada e dela apontam os cronistas a “formosura rara” e o carácter virtuoso que, desde a infância, cultivou. Ao mesmo tempo que assimilava os princípios da espiritualidade cristã, adquiria também as noções básicas das “sete artes liberais” (trivium e quadrivium). Instruída na prática de lavores, não descurava também os jogos e diversões próprios da sua idade e condição. E, dadas as circunstâncias do casamento precoce (Leonor contava 12 anos e João, 15), pode mesmo considerar-se que os Príncipes cresceram juntos e assim se formaram para o “ofício” que os aguardava. Anos de preparação que, de certo, não ignoraram as obras de D. Duarte (avô de ambos), delas extraindo importantes lições. Do Leal Conselheiro, “abc para damas e cavaleiros”, receberam os princípios de formação moral e no Livro de Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela, as normas de educação prática que, além da destreza, fortalecem a vontade e o carácter.

Noblesse oblige e aos Príncipes exige-se o dever de representação do poder, isto é, a atitude e comportamentos adequados aos actos públicos, seja de natureza política, religiosa ou de diversão. Imagem do “bom príncipe” que D. João II confirma, ora aparecendo como um justiceiro impiedoso e, noutras ocasiões, compassivo e capaz de se humilhar e penitenciar. Esses mesmos princípios e valores revelam-se em D. Leonor, cuja personalidade reflecte o ambiente e circunstâncias que envolveram a sua vida. Nascida e criada para ser rica e feliz, nem sempre foi, todavia, bafejada pela sorte.

Ainda mal tinha assumido o estatuto de Rainha viveu o drama da justiça régia, condenando á morte seu cunhado e irmão, os Duques de Bragança e de Viseu. Maior provação aconteceu com o acidente que, em 1491, vitimou o seu único filho, o Príncipe D. Afonso, um desgosto que chorou em comunhão com o Rei, seu Esposo. Porém, o complexo problema da sucessão ao trono acabaria por azedar as relações entre eles, uma vez que D. Leonor nunca desistiu de fazer valer o direito de seu irmão. E assim aconteceu em 1495, pelo falecimento de D. João II, cuja memória perdurou como “Príncipe Perfeito”. Inacabado deixava o “sonho da Índia” que D. Manuel I havia de cumprir…

Alçado o novo Rei, D. Leonor passou a ser conhecida como a “Rainha Velha”, um estatuto determinado pelas circunstâncias que, muito cedo, fizeram dela viúva aos 37 anos. O seu rosto conservava os traços de beleza da juventude, mas, doravante os seus interesses haviam de canalizar-se para a prática de obras de beneficência e de devoção.

A criação das Misericórdias e as obras de assistência não eram, todavia, incompatíveis com o gosto pelas letras e pelas artes. Ao mesmo tempo que o Renascimento europeu fazia sentir a sua influência em Portugal, a fama das viagens da Expansão Marítima e da descoberta de novas terras e de novas culturas atraía a curiosidade das elites cultas da Europa. A então recente descoberta da imprensa adquiria uma importância de dimensões ainda incalculáveis. A tipografia seria o veículo de divulgação de obras religiosas e de carácter literário, científico e artístico. O facto não passava despercebido a D. João II que favoreceu a impressão dos primeiros livros em Portugal (incunábulos), uma actividade que a Rainha Viúva continuará a proteger.

Terminou os seus dias em Lisboa no ano de 1525. E, embora, rica e poderosa, penitenciou-se na morte, recusando as honras devidas à sua condição. No chão da Madre de Deus, que tantas vezes pisou, quis permanecer. Não em túmulo grandioso, mas em campa rasa, assinalada apenas por uma simples lápide. A seu lado, a primeira abadessa do Mosteiro, Soror Colecta, e o túmulo de sua irmã Isabel, Duquesa de Bragança.

sábado, 8 de maio de 2010

Mudam-se os tempos, muda-se a Escola...

A Guida enviou-me este vídeo e não resisti a publicitá-lo. Vejam ao que chegou a Escola...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ar livre e exercício físico

Lisboa, Quinta das Conchas

A imagem é sugestiva e o texto, retirado da Internet, anima-nos a caminhar. E quem não quer usufruir de tais vantagens do ar livre? Então, pernas ao caminho e mexa-se!!!

Apenas cinco minutos de exercício físico numa "área verde", como um parque, por exemplo, podem ser suficientes para melhorar a saúde mental, segundo avançou um estudo, publicado na revista especializada «Environmental Science and Technology», por uma equipa de cientistas britânicos.Os investigadores da Universidade de Essex verificaram, após compararem dez estudos previamente realizados em 1250 pessoas, que as que praticavam actividades ao ar livre melhoraram rapidamente de humor e de auto-estima.

As actividades analisadas eram variadas, como caminhadas, ciclismo, pesca, jardinagem, cavalgada e remo e têm maior impacto entre as pessoas mais jovens e o efeito aparecia em apenas cinco minutos. Com o passar do tempo, os efeitos positivos continuavam aparentes, mas tinham menor intensidade.Ainda segundo os investigadores, o resultado era ainda maior se o local também tivesse água, como um lago ou um rio.

Para Jules Pretty, um dos autores do estudo, pessoas geralmente sedentárias, deprimidas ou com problemas de saúde mental seriam as mais beneficiadas por actividades ao ar livre."Empregadores, por exemplo, deveriam incentivar seus funcionários a fazer uma curta caminhada num parque próximo durante a hora do almoço para melhorar o humor e reduzir o stress", disse.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Do Oriente, outra musicalidade

Instrumentos de cordas e a expressão da musicalidade oriental.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"...Antes a Oprah."


Pelas piores razões, Portugal e a Grécia andam nas bocas do mundo. Passada que foi essa final do Euro de 2004 ( e que os gregos levaram a melhor, conquistando a Taça ), arrisco-me a dizer que esta associação não podia ser mais incómoda. Espécie de sentimento de recusa ou exorcismo de uma catástrofe que ameaça bater-nos à porta. Sendo a Grécia o berço da tragédia, os seus filhos vivem (ou viveram ) sem angústia o presente, enquanto nós, os portugueses, andamos tristonhos com a perspectiva de mais uns apertos de cinto. É o fado, que é nosso, de que não nos livramos!...

Enquanto isso, o Governo persiste nas "grandes obras públicas", gizando um plano que resultou nos Estados Unidos com o New Deal. Uma diferença, uma grande diferença separa o nosso pequeno e endividado País da pujante e garantida reserva financeira dos States.
E assim pôde o Estado apoiar a banca e os sectores económicos, substituindo-se aos privados no arranque de grandes obras públicas. A grande recessão lançou as bases do Estado-Providência: uma conquista de que não podemos abrir mão. Todavia, manda a prudência travar a política keynisiana tout court, um avisado lembrete para o Governo que teima em fazer ouvidos de mercador à voz do povo...

A este propósito, a análise crítica de Ricardo Costa ( Expresso deste sábado) traça as regras de um manual para um bom primeiro-ministro. Muitas regras, a última das quais preconiza a substituição de Keynes pelo programa da Oprah. Pelos tempos mais próximos, esqueça o primeiro-ministro a leitura daquele economista e distraia-se, vendo televisão...por exemplo, a Oprah.
Por mim, resta-me acrescentar: era um favor que nos fazia!