quarta-feira, 30 de junho de 2010

Napoleão e a madeixa de cabelo...


Nem só dos santos se veneram as "relíquias". Hoje, a atenção incide em personalidades relevantes de qualquer quadrante. Políticos, homens de cultura, cantores e estrelas de cinema. Um caso que assume carácter de grande negócio. E é tal a "febre" da procura que o preço de tais pertences e artefactos sobe a valores exorbitantes. Três radiografias de Marylin Monroe somaram a bonita conta de 37 mil euros e até uma madeixa de cabelo de Napoleão Bonaparte encontrou um comprador generoso.

" Uma madeixa de cabelo do imperador francês Napoleão Bonaparte, cortada qunado este agonizava, foi vendida por por 13217 dólares (10826 euros) num leilão na Nova Zelândia.
Guardada numa espécie de caixa de pó de arroz, a madeixa com 2,5 centímetros de diâmetro, fazia parte da colecção pertencente a uma família neo-zelandesa descendente do capitão Denzil Ibbetson, o oficial britânico que acompanhou Napoleão Bonaparte até à sua morte."
In Global, 30 de Junho de 2010.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A lebre e a tartaruga

Basta um clic para acordar memórias. Mais uma vez, aconteceu esta tarde no Cais do Sodré na estação do metro. Nas paredes de azulejo que ladeiam o tapete rolante, multiplica-se a imagem de uma lebre impante na pose de animal corredor...

E isso deu para entrar na fábula da lebre e a tartaruga. Ou da lebre e o sapo-concho, como dizia a minha Professora de Instrução Primária. Os rapazes preferiam a lebre e o cágado ( às vezes tiravam o acento!). Qualquer que fosse a designação escolhida, retirava-se o mesmo efeito: a vitória do esforço e do trabalho contínuo sobre aqueles que, embora mais dotados, deixam tudo para o último momento.

A minha geração foi educada segundo os princípios desta e de outras fábulas de Esopo que, passados muitos séculos, La Fontaine retomou. Perdeu-se a tradição e as crianças de hoje desconhecem tais histórias. Facto lastimável não só pelo seu significado, mas pelo que representam em termos de desenvolvimento mental e de valores...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando a China despertar...

"Quando a China despertar, o mundo tremerá..." Afirmação premonitória de Napoleão Bonaparte e que Alain Peyrifitte utilizou para título de um ensaio. O livro "caíu-me" nas mãos nesta tarde. Folheei-o, relendo passagens do percurso do grande império até à década de 1970.

Então, Chou-en-Lai considerava que a China estaria a um "século de distância" do mundo industrializado. Puro engano, porque os saltos de mudança aceleraram de tal modo o desenvolvimento que a China é já credora de grande parte dos títulos de dívida dos Estados Unidos!

Apeado do orgulho de outros tempos, o mundo ocidental rende-se à evidência. E a grande potência, que é a China, domina a economia mundial e não mostra sinais de regredir. Não sendo um milagre, serve para tema de reflexão...

domingo, 27 de junho de 2010

Manjericos há muitos...



Junho, mês de santos populares e de arraiais. Independentemente dos festejos próprios de cada terra,os manjericos aparecem como traço comum. Vasos de plantas verdes e perfumadas, enriquecidos por uma bandeirnha de papel colorido e uma mensagem especial. De amor, amizade ou simples brincadeira que, sabe Deus, pode significar o início de qualquer coisa mais séria.

Muitas histórias de amor começaram ( e começam) nestas noites de Santo António, S. João e de S. Pedro. A tradição cumpre-se, embora por estes dias se note uma quebra na venda. Não é apenas o efeito da crise, mas também da concorrência. Manjericos há muitos, de papel, de chocolate. É que esta erva aromática serve-se em chá, utiliza-se na confecção de bolos de chocolate e até de arroz.

Apetecia-me experimentar aquelas bolinhas verdes, isto é, bolinhas de chocolate vestidas de manjerico, mas... fico-me só pela curiosidade. Infelizmente não se fabricam por aqui...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Michael Jackson

Michael Jackson morreu neste dia de 2009. Passa depressa o tempo, mas a memória dos fãs não esquece o ídolo. Daí a multiplicação dos eventos e festas para assinalar o facto.


"Um dia em Neverland - ou quase isso.

Na única exposição oficial do mundo sobre Michael Jackson, 50 fãs escolhidos aleatoriamente (um para cada ano do cantor) pagarão US$ 1.000 pela oportunidade de passar a noite dentro da Coleção Neverland, na Tokyo Tower, no Japão. Algumas das roupas, dos móveis e dos troféus que o cantor tinha em seu famoso rancho Neverland Valley, na Califórnia, estão expostos ali desde Maio.

Por fim, quem quiser lembrar de Michael pela televisão vai encontrar boas opções pelo fim de semana. Na sexta-feira o canal fechado GNT exibe o documentário “Michael Jackson – Cedo demais para morrer” às 21h, e o Multishow dedica sua faixa de clipes ao cantor, além de inúmeros documentários e reportagens sobre o rei do pop durante o dia, com uma programação que vai das 12h30 às 23h.

No domingo (27) é a vez dos espectadores brasileiros assistirem “This is it”, filme que documenta os ensaios para aquela que seria a última turnê de Michael. O filme vai ao ar às 23h. "

In Internet, 25 de Junho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Roma, nova descoberta arqueológica


A Arqueologia não pára de nos surpreender. Desta vez, nas Catacumbas de Santa Tecla, próximo da Basílica de S. Paulo extra-muros, a descoberta dos supostos retratos dos apóstolos Pedro, Paulo, André e João. Pintura mural de cores fortes em bom estado de conservação que, julga-se, data do século IV ou inícios do seguinte.

Se ainda não escolheu o programa de férias, não hesite. Vá a Roma e visite este novo achado arqueológico.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alexandre Magno e os valores

A voz dos heróis comporta uma força insuperável. A história regista os seus "ditos", muitos dos quais se inscrevem no rol dos mitos. Mas isso que importa?

De uma maneira geral, tais palavras definem os valores de uma época. De heróis e de homens comuns se faz o tempo histórico, mas só aqueles emergem da memória do passado. O herói possui a vida e a grandeza de que os outros mortais são destituídos.

Esta introdução conduz-nos a Alexandre Magno, cuja sabedoria, experiência e lucidez ganhou fama. Dessa memória ressalta um conjunto de três verdades, as quais mantém a actualidade deste e de outros tempos.

De um mail, recebido há dias, transcrevo "Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE O GRANDE. "
" 1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2. Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados como prata, ouro e pedras preciosas;

3, Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou:

1. Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
2. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos."

terça-feira, 22 de junho de 2010

Animem-se portugueses!

Entusiasmo feito de gritos, gargalhadas ou de um sorriso. Foi ontem o sentimento de todos os que viveram o Portugal - Coreia (7-0 ), uma goleada para recordar. E os portugueses, onde quer que se encontrem, nunca irão esquecer este jogo.


Festejam-se os golos e alguns dão-nos um gozo especial. Veja-se como Cristiano Ronaldo, o autor do 6º golo do jogo de ontem, nos trouxe a alegria de que andamos tão arredios. Por isso, pedimos a continuidade de momentos como este. Força rapazes!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Bach, um compositor intemporal

Em Bach encontro a tranquilidade e a paz. Música para o dia a dia ou para avivar recordações de outros dias e de outras pessoas que já partiram...

domingo, 20 de junho de 2010

Saramago "já não está..."


De José Saramago já muitos falaram e bem. Por isso, basta-me o registo do dia do seu funeral. Ele que, em dado momento, definiu a morte como "um já não estar..."

"Lembra-te que és pó..." e assim se cumpriu no crematório do Alto de S. João. Viveu pensando na morte, ainda que negasse a vida extra-terrena. Seria mesmo anti-religioso? É que, embora ateu confesso, disse um dia que não lhe desagradava a ideia de ser surpreendido por Deus!...

Afinal, mais uma contradição tão comum da natureza humana ou a busca do Supremo? Que descanse em paz, José Saramago! Que a sua alma desfrute essa surpresa divina da eternidade com muita alegria!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Serra Leoa, da guerra à esperança


Não, não é ficção. Os media publicam imagens dos mutilados de guerra da Serra Leoa. Estes meninos cresceram e, hoje, jogam futebol, sonhando tornar-se outros Messi ou Cristiano Ronaldo. E viajando pelo mundo, exibem-se numa imagem de esperança pela paz.

Quando nos queixamos de tudo, lembremos estes jovens mutilados. Da guerra não são responsáveis, mas no corpo guardam-lhe as marcas. E assim mesmo, continuam sorrindo...

Nota - Para visualizar a situação descrita é só clicar no título da mensagem.

domingo, 13 de junho de 2010

Ética e futebol

Quando o Mundial de Futebol preenche os noticiários, não podia ficar indiferente ao que se vê e ouve por aí... Não percebo nada de futebol e de técnicas, embora goste de assistir a um bom jogo. Mas hoje a questão é bem diferente. Trata-se concretamente dos "negócios" dos campeonatos...

O caso diz respeito a todos nós, portugueses. A notícia saltou para as primeiras páginas: Toni, o conhecido treinador, foi recrutado para conselheiro da equipa técnica da Costa do Marfim. Um cargo que ele aceitou sem quaisquer reservas, tal como Ericson, o principal interessado neste serviço de "espionagem". Tudo boa gente, sem problemas de consciência...

A situação seria diferente se, porventura, a nomeação de Toni fosse anterior ao sorteio da FIFA que determinou a inclusão de Portugal no mesmo grupo da Costa do Marfim....se tal acontecesse só teríamos de lastimar a sorte ou melhor, a falta dela.

Agora isto não tem desculpa, não. Como poderá alguém defender simultaneamente os interesses da entidade que lhe paga e a equipa de Portugal? Há coisas que não entendo, por mais que tentem explicar. Bem sei que a crise é grande... a todos os níveis!...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sarah Afonso

Sarah Afonso, Casamento (1949), Lisboa, CAM

O quadro insere-se na última fase do percurso de Sarah Afonso como pintora. É, talvez, a mais conhecida e sugestiva obra da Artista, onde se destacam: o carácter modernista e poético da composição, a variedade cromática, a ingenuidade do desenho, o ambiente minhoto através de elementos culturais e o simbolismo do tema.

A obra associa três cenas, dispostas em três planos. Em primeiro lugar, o casamento propriamente dito; a banda de música (que alegra festas e romarias) e, mais além à esquerda, a casa e uma junta de bois ( a calma rural e o trabalho quotidiano).

Distribuição harmónica da composição, cujo eixo está centrado nos noivos. Em pose sob um um arco de arraial minhoto de configuração simétrica ( dois leões e decoração geometrizada de papel colorido) que remata em duas bandeiras nos mastros laterais e por uma estrela do mar no mastro superior. .

A "foto" de casamento envolve-se num ambiente pitoresco de inspiração minhota que, além do "cenário", se traduz nos elementos decorativos do véu e do vestido da noiva.

A ausência de perspectiva faz recair a atenção no "retrato familiar" de casamento em que se representam as figuras humanas como bonecos, tal como os que produziam os barristas minhotos. Pitoresco e ingenuidade por opção, uma vez que Sarah possuía uma boa técnica no desenho com provas dadas nas Maternidades e Retratos. No Casamento vislumbra-se uma certa influência modernista de Almada: os rostos, os olhos rasgados, as pernas e a posição dos pés.

Quanto ao cromatismo dir-se-á que corresponde ao "universo das cores" da Artista, já anteriormente utilizado nos retratos dos filhos: o predomínio do azul e uma paleta de vermelho ( a luz e as sombras do Minho).

O tema pode ter sido surgido da observação de "casamentos no Minho", uma memória dos tempos de infância e das férias que, depois de casada, desfrutou em Moledo. Mas também poderá interpretar-se como um símbolo do amor. A noiva, à esquerda, mantém-se ligada aos pais, através de uma âncora que toca o braço da mãe. Depois, o par à direita do noivo que sugere o próprio casal Sarah-Almada: o rosto dele (semelhante ao Auto-Retrato de Almada) lembra também o Retrato de Família executado por Sarah Afonso. Para reforçar esta interpretação acresce ainda a maneira menos formal desta figura masculina (bem à maneira de Almada) e as crianças, retratadas como um par de bonecos, poderiam simbolizar os filhos de Sarah ( a filha é sempre loura).

O estilo de Sarah Afonso está bem patente nesta obra. O tema, o desenho, os elementos decorativos e a composição cromática definem a a Artista que soube associar a modernidade do traço e da cor com os valores familiares e do património cultural. Optando pela ingenuidade da representação, associa elementos da cultura cristã com o maravilhoso da imaginação. Aqui ingenuidade não significa simplismo, antes alegria e evasão. É a sensibilidade e inteligência transpostas para uma criatividade que espelha o optimismo de quem é feliz ou pretende sê-lo!

Gonçalves Crespo


Escolhi como efeméride o poeta Gonçalves Crespo (1846-1883) que partiu num dia 11 de Junho. Deixou saudade nos amigos e especialmente em Maria Amália Vaz de Carvalho que chorou inconsolável a morte do marido.
Ausente em Veneza, Bulhão Pato dedicou-lhe palavras de sentida homenagem que poderá ler se carregar no título desta mensagem.


ALGUÉM

Para alguém sou o lírio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na Terra existe, é porque existo.

Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!

Quando, alta noite, me reclino e deito,
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.

Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! esse alguém
É de meus olhos a esplendente aurora;
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Camões em Lisboa

À Rua das Portas de Santo Antão

Amanhã é Dia de Camões. E, embora correndo o risco de não ser politicamente correcta, deixo a memória das muitas aventuras e peripécias que o Poeta viveu. À Rua das Portas de Santo Antão, uma legenda assinala o lugar onde foi preso, em 1552, na sequência de um rixa.

Passando com frequência por ali, ao descer do Largo da Anunciada em direcção à Baixa, não resisto a parar. Leio e releio aquelas palavras num misto de admiração e afecto por Alguém que, pertencendo ao nosso património colectivo, continua tão desconhecido...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Retribuindo o carinho

Um título sugestivo neste diálogo entre o menino e o cão. Mais um vídeo enviado por um Amigo e que não resisti a publicar.

domingo, 6 de junho de 2010

Acerca do chá verde


"Estudo: Chá verde «retarda» envelhecimento cerebral, U.Porto

O consumo regular de chá verde atrasa o processo de envelhecimento cerebral, concluiu um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

A investigação, que teve por base experiências com animais, revelou efeitos benéficos do chá verde numa região do cérebro ligada à memória.
Liderado pelo investigador do Centro de Morfologia Experimental da FMUP, José Paulo Andrade, o estudo teve como objectivo «perceber o efeito do consumo regular de chá verde nas alterações provocadas pelo envelhecimento no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na formação da memória», segundo a faculdade.

Foi estudado um grupo de ratos velhos com 19 meses de idade, que ingeriu chá verde diariamente desde os 12 meses. Este grupo foi depois comparado com espécimes da mesma idade que não ingeriram chá verde e com outros mais jovens.
Para aferirem o grau de envelhecimento dos diferentes grupos de animais, os investigadores analisaram parâmetros morfológicos, bioquímicos e comportamentais."

A notícia publicada no Diário Digital agrada-nos, porque a memória é um dom precioso. Ademais, o chá verde também favorece o emagrecimento. Só benefícios, mas não abuse. Aconselha-se meio litro por dia...

sábado, 5 de junho de 2010

Onde começa a educação

Como é difícil educar, queixamo-nos todos. Uma tarefa cada vez mais complicada se atendermos à voracidade de uma sociedade que, esquecida dos valores, luta quase exclusivamente pela conquista dos bens materiais e pelo prazer imediato.

O psicólogo Paul Bloom explica como se processa o desenvolvimento moral da criança, um texto que demonstra claramente a responsabilidade dos adultos...


«Por que é que alguém iria sequer pensar nos bebés como seres morais? De Sigmund Freud a Jean Piaget a Lawrence Kohlberg, os psicólogos têm sustentado que começamos a vida como animais amorais. Uma importante tarefa da sociedade, especialmente dos pais, é transformar os bebés em seres civilizados – criaturas sociais capazes de ter empatia, culpa e vergonha; que podem ultrapassar impulsos egoístas, em nome de princípios superiores; que irão responder com indignação à injustiça e à iniquidade. Muitos pais e educadores endossariam uma visão dos bebés e das crianças pequenas próxima da de um título recente da [revista satírica] Onion: "Novo estudo revela que a maioria de crianças são sociopatas impenitentes." Se as crianças entram no mundo já equipadas com noções morais, porque é que temos de trabalhar tão afincadamente para as humanizar.?"

In Internet

Fechar Escolas é desertificar o País


Por decisão do Ministério da Educação todas as escolas primárias até 20 alunos serão encerradas, uma medida polémica. Os municípios opõem-se, defendendo os interesses das populações. Argumenta o Ministério com a qualidade do ensino, mas creio que o motivo assenta essencialmente em razões financeiras.

Para comentar esta medida controversa, dou a palavra a Miguel Sousa Tavares.

"Compreendo que uma escola com cinco ou dez alunos não é viável financeiramente nem pedagogicamente. Mas fechar todas as escolas ( e são todas no interior ) com menos de 20 alunos já é diferenre e dificilmente explicável por razões que não são financeiras e de curto prazo. A médio e longo prazo, este é o caminho certeiro para acabar de matar o Interior: atrás das crianças, vão os pais; atrás dos pais, vão os empregos e a economia, o comércio e a vida activa; restam os avós, o vazio, as casas fechadas, as aldeias mortas. Se alguém pensasse Portugal a longo prazo ou, se ao menos, estudasse o seu passado recente, veria que este é o maior erro que cometemos. Poupamos hoje, pagamos amanhã. E caro."


Expresso, 5 de Junho de 2010