Ser feliz corresponde a uma necessidade de todas as espécies animais. Hoje falo de vacas e nos requisitos da sua felicidade, o mesmo é dizer no bem-estar físico e no carinho que lhes dispensamos. Os mais recentes estudos revelam "segredos" inimagináveis do estado dos animais, cujo comportamento não anda muito longe da psicologia humana.
A felicidade das vacas favorece a produção de leite. Exemplo disso reside no tratamento dos animais pelo nome, um facto que os pastores antigos sabiam por experiência própria. Estes dados não escapam à atenção dos empresários que não se poupam a esforços para modernizar as suas explorações. Adoptam melhores condições de higiene, instalam sistemas climatizados e recorrem a sofisticadas aparelhagens sonoras. E os resultados compensam o investimento...
Proprietário de exploração leiteira de Portalegre instala sistema de música para diminuir stress de animais e aumentar a produtividade. Especialistas dizem que pode funcionar
O proprietário de uma exploração leiteira de Portalegre vai começar nos próximos dias a dar música a… 400 vacas. A ideia é "aliviar" o stress dos animais, garantir uma produção dentro de parâmetros elevados e criar um "bom ambiente" em toda a exploração.
O sistema de som está comprado e pronto a funcionar. Só falta que o electricista regresse de férias para concluir a instalação sonora, o que deverá ser em breve.
Segundo o produtor, a música far-se-á ouvir no estábulo e na sala de ordenha. Um "mimo" cuja eficácia testemunhou em visitas a explorações pecuárias da Holanda quando, conjuntamente com o filho, estava a preparar o investimento de 1,5 milhões de euros na Herdade do Vigário Geral, inaugurado no início de 2008 e que hoje atinge uma produção diária de onze mil litros de leite.
Em declarações ao DN, o veterinário João de Brito Tavares confirma que a existência de instalações sonoras em explorações pecuárias é uma "solução" já estudada e posta em prática em diversos países, apesar de ser "muito rara" em Portugal.
Reconhecendo que "conhecemos muito mais da influência da música nos humanos do que nos animais", Teresa Leite, presidente da Associação Portuguesa de Musicoterapia, confirma ser possível que "determinados tipos de música produzam efeitos específicos" num processo conhecido como "uso funcional da música".
"Para uma pessoa Beethoven pode ser relaxante e para outra pode ser irritante. No caso dos animais, temos de recorrer a verdades mais universais. Hoje já sabemos dizer, em termos muito gerais, que uma música relaxante tem poucas alterações, um ritmo pouco marcado, poucas mudanças de tonalidade, sem grande intensidade de instrumentos", explica Teresa Leite, considerando que não "é nada escandaloso" que a música ajude as vacas a ficarem "menos stressadas e, consequentemente, a produzirem mais leite".
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