quinta-feira, 18 de abril de 2013

Medos de outrora, medos de hoje


 Ninguém pode erradicar o terrorismo ou evitar um qualquer acto tresloucado, tal como não se podem evitar os sismos. E a lista das coisas  imprevisíveis que amedrontam o homem poderia continuar. Pensava nisto ao ler as notícias das últimas horas: bombas em Boston, sismo no Irão e nas regiões limítrofes.
O medo ou medos. Por mais sábio, rico e poderoso que seja o homem ou um povo, sempre há-de fraquejar no confronto com as forças da Natureza, doenças e imponderáveis das comunidades. É assim hoje e será sempre. Recordo um estudo muito profundo sobre o medo na Europa Ocidental (1400-1800), de Jean Delumeau. Por aí passam "todos os  medos" que, durante séculos,  amedrontaram os homens.  Por esse tempo a ciência e a técnica estavam longe de dominar o conhecimento actual, daí os contínuos apelos à misericórdia divina, implorando protecção contra os  flagelos da fome,  da peste  e da guerra. E temiam-se também os  "prodígios" e sinais da Natureza:  cometas,  eclipses e outros fenómenos astronómicos que, muitos interpretavam como sendo de mau presságio. Quantos desses  fenómenos, explicáveis hoje, foram tomados como milagreses ou sinais da providência?!
Apesar de tanto progresso, o medo continua a provocar a mesma reacção. Seria bom pensarmos nisso quando um destes eventos acontece. Ontem, hoje, como reagiram as pessoas? Que pensaram ao sentir o impacto dos rebentamentos?  Que atitude tomaram quando o solo tremia, lançando a morte entre escombros? 

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