Dois anos de um Governo de que muito se esperava. O descontentamento não podia ser maior, porque ninguém vê os resultados da austeridade. As empresas fecham e o desemprego atingiu valores nunca vistos, um facto em crescendo que Passos Coelho foi encarando como uma "oportunidade"... E com a maior naturalidade aconselhava a emigração, um rumo que alguns, embora a contragosto, seguem. Ainda que lhes chamem "piegas", que não são, os portugueses aguentam e sofrem a separação da família e amigos, para muitos dos quais uma partida sem regresso.
Da crise e do empobrecimetno geral andamos cansados até à exaustão. Sem afrontar a economia não se criam postos de trabalho e assim o ciclo vicioso prossegue: emigração, esgotamento do Pais a nível demográfico, económico e cultural. Qual o futuro de Portugal com a saída maciça dos mais jovens e das elites?
Mais um desabafo. Primeiro, a falta de preparação da maioria dos governantes que, deslumbrados com o poder, falam e actuam com arrogância e insensibilidade. Já a nível externo, nas cimeiras e encontros internacionais curvam-se e humilham-se aos interesses dos "maiores", revelando uma falta de combatividade e de pequenez confrangedoras. Penalizam-se sempre os mesmos, sem atacar as instituições, privilégios e mordomias de alguns. Esse discurso demagógico do Governo sai-nos caro e, sinceramente, receio pelas consequências. Ainda não se vêem as vantagens de tantos assessores e grupos de trabalho e também de comentadores políticos nos orgãos de comunicação do Estado. Mais parecem a "voz do dono" que acenam um "sim" a tudo quanto o Governo faz. A título de exemplo: o sabido discurso de Camilo Lourenço. Tenho liberdade de mudar de canal de TV, podem dizer-me. Certo, mas aceitem também que, na minha condição de contribuinte, possa sugerir mais um corte na despesa. Dispensem estes comentadores da RTP....
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