terça-feira, 16 de setembro de 2008

E a notícia acontece...



A notícia acontece sempre em função do homem, dos seus interesses, gostos e necessidades. Como se sabe, a notícia é escolha. Ora, reportando fenómenos da Natureza, cujo controlo escapa ao domínio humano, a notícia é uma opção do jornalista que potencia aquilo que o homem produz, cria ou pensa. Umas vezes, faz-se notícia em sentido positivo, relato de de coisas agradáveis e felizes, embora prevaleça o tipo de acontecimentos nefastos: mortes, desgraças, guerras...

Tais considerações levam-nos à reflexão acerca daquilo que, de facto, interessa ao jornalista e, naturalmente, ao receptor da sua mensagem. Mas até que ponto coincidem os pontos de vista do emissor com os do público a quem se dirige? Cada um julgará por si...

Tema que já originou muita reflexão e debate. E assim há-de continuar. Pela minha parte, limito-me à transcrição de um texto que releva o assunto, fazendo o elenco de todo o género de notícias...


"O que é notícia?", lê-se numa parede do último andar do Newsmuseum, o mais recente museu de Washington, inaugurado em Abril. Há uma hipótese de resposta logo ao lado. É uma espécie de índice para a exposição que se desenrola conforme se descem o seis andares. Treze pares de palavras numa parede côncava elencam a matéria de que é feita a história das notícias. Nascimento/morte, guerra/paz, vitória/derrota, rumor/facto, amor/ódio, crime/castigo, destruição/invenção, sabedoria/ignorância, verdade/mentira, descoberta/perda, riqueza/pobreza, lealdade/traição, trabalho/diversão. Como quem diz: tudo pode ser notícia.

Filipe Santos Costa, Aqui a notícia é o jornalismo in Actual, Expresso, 6 de Setembro 2008.

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