quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sándor Márai



Foi este Verão, em Agosto, que li As velas ardem até ao fim, um livro fascinante. História de amor e da amizade que ocorre num ambiente aristocrático da velha Hungria: espaço e tempo propício à análise da complexidade da natureza humana.
O carácter intimista transforma este romance numa obra universal: reflexão profunda acerca do amor, da amizade e da traição, em resumo, das motivações e vicissitudes que determinam as relações humanas. E acima de tudo, a atitude nostálgica de um velho que permanece agarrado aos valores que a família lhe inculcou.

Seguindo o percurso do autor, que viveu entre 1900-1989, compreendi melhor a composição da personagem central da obra, Henrik. Cansado e desiludido, Sándro Márai sentia-se também velho e desenraizado. Húngaro pelas origens familiares e por nascimento, viu a sua terra sofrer as vicissitudes políticas do século: integrada na Checoslováquia (e hoje parte da Eslováquia). Enfim, incompreendido...
Obra que recomendo vivamente e à qual hei-de voltar, talvez, com a transcrição de alguns excertos.

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