Ninguém ignora a universalidade de Santo António. Duas cidades, porém, guardam uma memória especial do Santo: Lisboa e Pádua. Ambas com razões para disputar a sua "posse".
Na Descrição da Cidade de Lisboa não podia Damião de Góis omitir uma referência ao Santo mais popular da cidade que o viu nascer. Aí existia uma capela que, após o Terramoto de 1755, deu lugar à actual Igreja. A dignidade dessa construção adequa-se ao fluxo ininterrupto de devotos e turistas que, por vezes, visitam também o Museu Antoniano anexo.
Da obra de Damião de Góis transcreve-se uma espécie de registo de identificação do lugar-berço do Santo. Vale a pena ler.
"Perto da Sé, um pouco mais abaixo, para o Ocidente, atravessando uma praça, levanta-se a capela de Santo António, que chamam de Pádua. É obra de construção admirável e maravilhosa elegância, e fora outrora moradia dos pais do Santo, onde ele também nasceu e se criou.
Ufana-se a cidade de Lisboa por ser o berço de Santo António, e ufana-se com razão; porque ele, com aplauso do povo fiel, foi incluído no número dos santos, e porque Deus, confirmando, com o selo dos santos, e porque Deus, confirmando, com o selo dos milagres, o parecer unânime dos fiéis cristãos, fez que se tornasse conhecido do mundo inteiro o nome de António e que a sua memória fosse engrandecida e apregoada por toda a parte e por toda a gente.
1 comentário:
Já não vinha aqui há tempo. Como é habitual li os posts passados e é sempre bom. Aquele site das fotos já me tinha sido aconselhado pela amiga do 5ºesq e é realmente, muito bom.
Abraço
Enviar um comentário