Este dia chuvoso de Outono atira-me para a proximidade do Natal que, para mim, é uma época nostálgica por excelência. Disparate dirão alguns, mas que querem?! É sempre com algum esforço que vivo estes dias feitos de música e luz natalícias, onde o marketing alicia para a compra de presentes e mais presentes...
Sentimentos de uma certa tristeza que David Mourão Ferreira soube exprimir de forma admirável.
Ladainha dos póstumos Natais
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão-Ferreira, in "Cancioneiro de Natal"
1 comentário:
Eu também gostava de "saltar" sobe Dezembro ... mas até acho graça a toda a envolvência do Natal e gosto de comprar e dar presentes ... Contradições!
Este ano o Natal começou ontem (!!) com a primeira comemoração em casa da nossa amiga madeirense.
Enviar um comentário