sábado, 1 de janeiro de 2011

Último Poema


O primeiro de Janeiro, Dia Mundial da Paz, cumpre o desejo do sentimento mais puro do homem. Lançar uma benção extensiva a todos os homens, de todas as etnias e credos, isto é, reconhecer o direito pleno da igualdade. Condição que passa por ultrapassar conflitos, partindo da aceitação das diferenças.

Nada melhor do que recuar à origem latina da palavra abençoar, benedicere, a que se opõe maldizer. Um acto que começa em cada um de nós, porque aí começa a paz. E das atitudes e comportamentos individuais chega-se à família e desta à sociedade...
Esta introdução serve de pretexto para trazer um poeta. Manuel Bandeira que, por certo, quis dar um sentido apaziguador no Último Poema. Título que provém não da ordem cronológica, mas antes da mensagem que pretende legar...


O ÚLTIMO POEMA

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Bandeira, Manuel, 1886-1968
Libertinagem & Estrela da Manhã, 1.ed. especial - Rio de Janeiro
Nova Fronteira, 2005

1 comentário:

Unknown disse...

O Mundo seria bem melhor se, pelo menos neste dia, mesmo por um só dia, a Paz fosse respeitada!
Uma bela mensagem de amor.
Bjs.