O Governo completou um mês. Desvaneceu-se o ambiente de crispação política que muitos atribuem ao anterior primeiro-ministro. Mas outra era também a atitude da oposição que, como se sabe, chegou ao Governo nas eleições de 5 de Junho. Existindo hoje uma oposição responsável ao Executivo, acresce ainda o facto de o PS não ter procedido à eleição de novo líder.
Por mérito próprio e pelas actuais circunstâncias, o Governo mantém-se em estado de graça. Porém, alguns sinais merecem algum reparo. Deixando de parte os erros lamentáveis quanto à escolha do Dr. Fernando Nobre e à indigitação do ex-futuro Secretário de Estado, Bernardo Bairrão, passemos a casos concretos. Como explica o Primeiro-Ministro esta baralhada de "desvio colossal" que, afinal, já não é tão grande assim?...
Lançar impostos é a forma mais fácil de garantir o "conforto" das finanças públicas, mas os cidadãos gostariam de compreender tudo com mais clareza. Aos ataques ao subsídio de Natal e IRS correspondem poucas medidas na dimuição da despesa do Estado. Reduz-se o número de Ministros, extinguem-se os Governos Civis, mas criam-se duas extensas e dispendiosas Comissões para acompanhar as despesas do Estado...
Entretanto, anunciou-se o aumento dos transportes públicos, dos combustíveis e outros. Última notícia para espanto dos portugueses. Depois de anunciada a próxima privatização de alguns sectores da Caixa Geral de Depósitos, o Governo aumentou em quatro o número de gestores superiores da instituição. Leia-se o jornal i de hoje...
Não basta só apregoar transparência para bem governar. Por falar em transparência, pergunta-se qual o nome do quarto candidato à privatização do BPN? Muito gostava de saber...
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