As palavras e expressões carregam o peso da História. Acontece em todas as línguas: fenómenos, acontecimentos e personalidades que marcam a vida de um povo em todos os níveis socio-culturais. Gosto de aforismos, de regionalismos, de calão e de um certo código verbal de poucos conhecido. Continuo atenta e curiosa, sabendo que cada termo ou dito tem a sua razão.
A língua reanima-se com neologismos e termos antigos. Uns e outros correspondem à pressão do momento. Passámos a ouvir expressões populares como "ver-se grego", "tirar o cavalinho da chuva", "apanhar bonés" ou "ver navios". Linguagem própria de tempos difíceis, porque tais expressões saem no calor de um comentário ou discussão.
E também os neologismos e palavras antigas fazem moda. Ouvimo-las a toda a hora. Escolhi algumas: subsidiariedade, procrastinar, assertivo, robusto e resiliência. Palavras filhas de um tempo de crise. Onde falta a solidariedade, porque adiada está a tomada de medidas adequadas. Daí o discurso afirmativo dos que pretendem uma resposta robusta. Com vista ao objectivo final, aponta-se a resiliência.
Ao vocabulário da Física foram os políticos buscar a palavra Resiliência, isto é, a propriedade de um corpo recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação". Em sentido figurado significa a "capacidade de superar, de recuperar as adversidades". Assim sendo, justifica-se o chavão utilizado pelos politicos e pelos agentes económicos. A todos nós resta a esperança de manter a força suficiente para recuperar...
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