sábado, 19 de janeiro de 2013

"Faltam-nos hoje mestres de humanidade:::"


A minha geração aprendeu a fazer silêncio para melhor ouvir a razão. Os dias agitados nem sempre permitem tal disciplina e é pena. Pelo silêncio aclaram-se ideias, ouve-se o coração e cria-se um espaço de harmonia para escutar os outros. Falta diálogo para aceitar outros  pontos de vista e gerar entendimentos. Falta em honestidade e coerência o que sobra em  vaidade e autoritarismo. É este o entendimento que faço do momento político em Portugal.

A propósito do Governo, Santana Lopes afirmava: "Era bom fazerem voto de silêncio durante um mês. Em vez de falarem, sentarem-se à mesa e trabalharem.". O tempo urge e as decisões apressadas e atabalhoadas, sem consenso não auguram nada de bom. Esquecidos da preocupação dos portugueses, os políticos nem atentam nas mensagens que, por diversas vias, lhes são endereçadas.  Do valor do silêncio discorre José Tolentino de Mendonça, um artigo para meditar no ruído da conjuntura actual.

" O silêncio não é simplessmente exterior. É preciso ter "silêncio no seu coração". Mas esse silêncio pede-nos, em cada dia, muita turbulência e empenho Diziam ainda os padres do deserto: "Aquele que se senta em solidão e está silencioso escapou a três guerras - ouvir, falar, ver. Terá, contudo, de travar continuamente uma batalha contra uma coisa: o seu próprio coração. Faltam-nos hoje mestres de humanidade . Faltam cartógrafos do coração humano, dos seus infindos e árduos caminhos, que, por fim, se revelam extrordinariamente simples. Faltam-nos uma nova gramática que concilie os termos que a nossa cultura tem por inconciliáveis: razão e sensibilidade, eficácia e afectos, individualidade e compromisso social, gestão e compaixão."

                                                              José Tolentino de Mendonça, in Única, 19 de Janeiro de 2013

E se o Governo fosse ao supermercado?



Tristes correm os dias em Portugal. Inverno rigoroso como rigorosas vão as notícias que os media debitam. Austeridade, anúncio de reformas e boatos de mais impostos e  novos cortes sociais. Uma ameaça apontada para os portugueses, embora nem todos sintam o mesmo peso das medidas restritivas.
Vislumbra-se um discurso político de  uma "luta de classes", um confronto inter-geracional  que se configura em diversos aspectos. Ambição desmedida de reformas que apontam num modelo ultra-liberal de sociedade contra tudo o que é Estado e serviços públicos. Uma imagem que, infelizmente,  acaba por nem contentar  todos os sectores produtivos e de comércio e serviços. Foi assim com a TSU em Setembro e deverá prosseguir nos próximos tempos...
Pensava nisto na última quinta-feira ao fazer compras em dois grandes supermercados de Lisboa. Escasso número de clientes que, de rostos carregados, miravam os preços dos produtos, escolhendo os de marca branca, mas sempre em quantidade reduzida. Na tristeza daqueles rostos lê-se o estado de depressão a que chegou o País. Foi-se a alegria, foram-se os sorrisos. Daí o desafio que lanço ao Governo, convidando-o a entrar num supermercado...uma experiência que, talvez, acorde a sensibilidade dos ministros para a qualidade de vida de muitos portugueses...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Metro de Londres faz 150 anos


Londres, 9 de Janeiro de 1863, data da inauguração da primeira linha de metro do mundo. Um meio de transporte nascido da necessidade de resolver o congestionamento de trânsito da capital britânica que, ao tempo, era a cidade mais populosa da Europa. Quando as pessoas  formigavam por entre a confusão de  carroças e carruagens que atravancavam as bancas de toda a espécie de produtos, o comboio subterrâneo apresentava-se como solução.
Olhando as imagens de ontem e de hoje, impossível não vislumbrar  traços de  um monumento no metro londrino. Por aí passou ( e passa) a História, feita da memória da cidade cosmopolita que vivenciou longos anos de paz e alguns de guerra. Mais precisamente os dias e as noites durante a II  Guerra quando o  metro serviu de abrigo  à população ameaçada pelos bombardeamentos alemães...

Muito se progrediu nos últimos 150 anos. Dos 6,5Kms da primeira linha de um comboio ainda a vapor, Londres possui hoje uma rede com cerca de  500Kms. Esse meio de transporte inovador suscitou a admiração do "mundo" e os países mais desenvolvidos não tardaram em copiar o modelo. Por toda a parte, hoje as grandes cidades recorrem ao metro, cavando túneis  a grande profundidade: um meio de promover a circulação de milhões de pessoas que, deste modo, ganham comodidade e tempo. Uma construção feita de engenho e de esforço humano, um trabalho colectivo marcado sempre pela perda de vidas. É assim o progresso!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Direito de Sonhar!!!



O direito de sonhar, uma mensagem que alimenta a esperança...

sábado, 5 de janeiro de 2013

2013, um ano de incertezas


Janeiro, primeiros dias de um novo ano, um tempo que o calendário pressupõe  de festa e de confraternização. Infelizmente nem sempre assim vivenciado por todos. Lembrança dos que partiram, dor pelo sofrimentos dos doentes, saudades dos ausentes...tristeza e solidão  que, muitas vezes, acabam num sorriso que disfarça as  lágrimas...

Para  2013, ano que se  prevê de grande austeridade, assalta-nos a angústia da incerteza e mais ainda a falta de esperança em dias melhores. Por tudo isso, apetece desejar que saiam goradas as previsões dos analistas e que os políticos mudem de rumo...para bem de todos!