Sino do Czar
Conhecido como o maior sino do Mundo, pesa 216 toneladas e mede 6,14 m. Fabricado entre 1733-35, expõe-se aos olhares dos visitantes no Kremlin
Basta uma imagem ou uma palavra para revisitar um lugar. Desta vez, um mail da M.S.P. levou-me até Moscovo e ao Kremlin. Quando visitei Moscovo e Leninegrado em 1984 ninguém podia adivinhar a proximidade do colapso do sistema. As marcas do regime configuravam-se no controlo da documentação no Aeroporto, na distribuição dos quartos dos elementos do grupo (instalados em alas diferentes do imenso "Hotel Rossia") e na imprevisibilidade do cumprimento do programa de viagem...
Ambiente de ordem e controlo coexistiam com sinais de laxismo e corrupção. O turista ficava obrigado a cambiar 10 dólares à taxa oficial, embora com a permissão tácita de aquisição ilimitada de rublos no mercado negro. Negócio seguro e à vista de toda a gente nas salas de jantar ou em lugares públicos. Permitida era também a venda de peças de vestuário (calças, collants...) ou esferográficas Bic. E por este processo consegui uma semana barata que, em termos cambiais, não ultrapassou os 10 dólares obrigatórios!
O saco de plástico completava a indumentário de todo o cidadão russo que, desse modo, estava sempre pronto para comprar o que necessitava. Mas infelizmente a decoração das montras nem sempre correspondia à mercadoria existente, uma situação frustrante para quem tinha esperado longo tempo na fila...que também eu experimentei na Avenida Gorki...
Os russos caminhavam apressados e silenciosos, sem um sorriso, menos ainda um riso aberto. Apenas ouvi rir à gargalhada em duas ocasiões. Na Praça Vermelha: camponesas do Sul da URSS davam um ar da sua graça nesse lugar solene e impróprio para tais manifestações. Uma outra vez, aconteceu nos GUM. Quando curiosa me aproximei das duas raparigas morenas que assim riam ... constatei que eram argentinas!
Povo triste de uma cidade que se pautava pela limpeza das ruas e pela segurança. Breves notas dessa estada em Moscovo, onde todas as noites assistíamos ao render da guarda na Praça Vermelha, recordando Gilbert Bécaud numa célebre canção...
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