Para criar algo diferente é preciso interiorizar mecanismos que, em última análise, podem funcionar como regras do método da inovação. Eis a resposta às exigências destes tempos de competitividade do "salve-se quem puder" para conservar o emprego ou salvar a empresa. Será sempre uma opção pessoal. Alguns jovens ( e outros menos jovens) entram em depressão, enquanto outros resistem, indo à luta...
A distinção entre ambos os casos reside na "forma de estar no mundo e de pensar" diz Jorge Nascimento Rodrigues, citando Hal Gregersen do INSEAD. Vale a pena ler toda a peça jornalística, assinalando as bases essenciais que o autor do artigo intitula "O ADN dos Inovadores:
. Atitude - anti-situacionismo na massa do sangue ( no jargão espírito contra-intuitivo);
. Habilidade cognitiva - arte de associar e combinar (no jargão, pensamento "lateral";
. Observar como uma mosca;
. Perguntar o que é incómodo;
. Experimentar sempre;
. Viver em rede fora do seu grupo mais restrito (profissão, convicções, especialidade, amigos). "
"O investigador diz que o que é comum a todos os inovadores são três particularidades. primeiro, a arte de combinar o impensável e o que ; à primeira vista, parece nada ter de comum, numa espécie de "jogo de Lego mental " que ele atribui a uma forma de pensar específica que outros designam por "pensamento lateral". Em segundo lugar, a "irreverência de perguntar, perguntar, perguntar", muitas vezes fazendo o papel de "advogado do diabo". E, finalmente, o facto de nunca delegarem o trabalho criativo, de "colocarem as mãos nele".
Acrescenta ainda que este comportamento não se vê habitualmente entre os executivos que são profundamente "situacionistas" e raramente "sujam as mãos". Gregersen conclui, no entanto, que que estas seis manias dos inovadores só em 1/3 são fruto da genética pessoal; em 2/3 podem vir da aprendizagem. Por isso, tranquiliza o leitor, são determináveis. Quem quiser pode aprender.
Hal Gregersen é co-autor de um livro recente intitulado "Começa por um: Mudando pessoas muda as organizações", onde ele explica um efeito dominó: "Você começa por mudar as pessoas, um a um, e muda as organizações. Muda as organizações e mudará as instituições. Muda as instituições e mudará os países."
In Expresso, Caderno de Economia, 30 de Janeiro, pg. 21.
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