Nas suas origens a Europa assenta num complexo de três linhas de força: a cultura greco-latina, a herança germânica e o cristianismo . Esta a tese desenvolvida por C. Dawson em A Formação da Europa, um velho livro, mas sempre actual para a compreensão da Idade Média e das monarquias emergentes.
Tais princípios parecem aceites pelos agentes da cultura ( pelo menos, a maioria) que, no dia 12 de Maio, participaram no Encontro com o Papa Bento XVI. Porém, não é esse o entendimento político que presidiu à redacção da Carta da União Europeia. E é pena, porque o resto do Mundo ainda olha para nós, europeus, com atenção expectante. E a "Velha Europa", esgotada nos seus valores, deixou de servir como modelo.
Para corroborar esta ideia, transcrevo o testemunho de um missionário comboniano, Fernando Domingues, publicado na revista Além-Mar, de Maio.
"Comigo trabalha um colega que prestou serviço como missionário na China durante muitos anos e ainda continua em contacto com muitas realidades da Igreja naquele país. A propósito de uma conversa que estávamos a ter, perguntei-lhe qual era a coisa mais urgente que ele via para que a a Igreja possa continuar a crescer na China de Hoje. À boa maneira do sábio chinês, guardou uns momentos de silêncio e depois respondeu com três palavras: Evangelizar a Europa.
Uma resposta estranha, mas ele explicou.
Muito do nosso povo na China olha para a Europa como um modelo de vida a seguir e aceitam tudo. Muitíssimos estudantes seguem cursos de línguas europeias na universidade, para não falar do êxito das grandes casas europeias de moda... mas Deus, o Cristianismo, raramente fazem parte da "mentalidade europeia" que eles estão a aceitar rapidamente. Parece que a fé cristã não faz parte deste "modelo europeu" de vida que os atrai. "
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