sábado, 14 de maio de 2011

Austeridade e políticos em Portugal


Passou há dias na Sic Notícias. Dois velhos e sábios economistas, Jacinto Nunes e Silva Lopes falavam da crise actual. Palavras sábias e ponderadas que me levaram à inevitável comparação entre estes dois ex-governantes e a maioria dos actuais políticos e gestores públicos. Daqueles colhe-se a experiência, generosidade e desapego do poder, nestes sobra a vaidade misturada com ambição e demagogia.

Motivações e críticas que visavam um sentido comum: as vias de saída deste "buraco" em que caímos. Primeira e maior preocupação: o desemprego, o de hoje e o que mais se há-de ver. E as saídas? Poucas, divisa-se muito pouco. Portugal insere-se num sistema liberal que permite as off-shores e as sociedades que, embora actuando aqui, optam pelo registo no país mais favorável sob o ponto de vista fiscal. Proliferam também as sociedades familiares, cujo regime facilita a inclusão de despesas infindas, enquanto aumenta o IRS para trabalhadores e aposentados. Naquela entrevista televisiva, falou-se ainda da injustiça na repartição tributária. E uma vez mais, Silva Lopes repetiu a necessidade de um imposto progressivo nos rendimentos. E também do apetite de tudo privatizar. Gostei de ouvir a opinião daqueles economistas, concordando ambos na necessidade de manter um serviço nacional de saúde.

Em resumo, direi que a austeridade anunciada, mas ainda não sentida verdadeiramente, devia merecer mais respeito dos políticos. Verdade sem demagogia e exemplo na contenção de vencimentos e benefícios. Só assim o povo pode aceitar os sacrifícios. De outro modo, não!

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