quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Bairro Alto

Nesta tarde que fez gazeta à chuva, visita ao "Bairro Alto - capital do Jornalismo Português". Percurso feito de história do Bairro e dos jornais aí impressos e foram muitos!

Conhecer as ruas e construções desta zona que cresceu, assumindo o carácter dos seus moradores: gente do mar, nobres e mercadores, eclesiásticos e outros estratos sociais. Bairro Alto dos palacetes e prédios de rendimento, hoje ocupados por serviços da administração, do comércio e da restauração, da assistência, da cultura e da comunicação.

A Rua da Rosa separa duas áreas distintas do Bairro, partindo de S. Roque até à Rua do Século (antes do Longo). Para trás fica o Jardim de S. Pedro de Alcântara e a vista deslumbrante de Lisboa (da Igreja da Senhora do Monte, da Graça e do Castelo até ao zona da Avenida e dos Restauradores)...

Por aqui caminhámos durante mais de duas horas, procurando vestígios dos jornais de outrora: Mosquito, Século e as suas múltiplas publicações, Diário de Notícias, Diário Popular, Record, Diário de Lisboa, Época, Correio da Manhã, República, Mundo e Bola (o único que por lá se mantém). Passagem pelo tempo que, do final do século XIX ao incício de XXI, atravessou diferentes regimes políticos e de censura.

Tempo de uma visita que nos levou ao passado seiscentista dos Arrábidos de S. Pedro de Alcântara, do Palacete Ludovice, dos Palacetes de Pombal e de Monteiro Paim (conhecido por "Bichinho de Conta") que, em ruínas, encerra uma linda história de amor...

Registando as lápides comemorativas da passagem de personalidades como Oliveira Martins, António Ferro e Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira e Almeida Garrett, chegámos ao Conservatório Nacional. E daí um olhar para o Hospital de S. Luís dos Franceses, outrora palco das tertúlias culturais promovidas pelo 4ºConde da Ericeira e onde Fernando Pessoa faleceu ( 30 de Novembro de 1935).

Visita inesquecível esta que a Monitora dos Serviços Culturais da Câmara nos proporcionou. Apetece voltar. E, por fim, uma nota de nostalgia para recuar aos "anos 60" quando Carlos do Carmo cantava "Estranha forma de Vida" e "Silêncio" em noites de fado no Faia...

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