Nada mais consensual que falar de saúde. Os media sabem disso e tratam o assunto das formas mais diversas. Ainda há pouco falei sobre as perturbações do sono e as emoções, pois não é que "sou forçada" a voltar ao tema?
Desta vez, trata-se de avaliar as consequências das emoções para a saúde. Um enfoque global que os especialistas nos explicam com clareza. Vale a pena ler e meditar.
"Um artigo publicado há um ano no "Journal of the American College of Cardiology" revelou que a exposição crónica à ansiedade e a outros sentimentos a ela associados, como o medo, aumenta entre 30 a 40 por cento a hipótese de um indivíduo sofrer de enfarte. O resultado não é propriamente uma novidade. Estudos anteriores haviam já demonstrado a maior propensão a desenvolver doenças cardíacas, principalmente o enfarte do miocárdio nas pessoas coma chamada personalidade do Tipo A, isto é, com tendência para a competitividade, falta de tempo, envolvimento em múltiplas funções, ansiedade excessiva, incapacidade de relaxar, ambição desmesurada, entre outras características. (...)
Mais gravosa pode ser a presença concomitante da depressão e da ansiedade, um cocktail explosivo para o coração segundo uma investigação conduzida na Universidade de Montreal, no Canadá. (...) aqueles que se apresentavam simultaneamente ansiosos e depressivos tinham o dobro de probabilidade de sofrer de um novo enfarte. A mesma probabilidade afecta os pacientes que conjugam a depressão com sentimentos de hostilidade, uma associação que aumenta a produção de uma substância inflamatória, a interleucina-6 e a proteina C-reactiva. Estas são responsáveis pela protecção do organismo nas situações de stress, mas, segundo os autores do estudo, podem, em excesso, favorecer a a inflamação aguda, facilitando assim o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.(...)
A comprovação da influência da saúde mental na saúde cardiovascular tem reforçado a pretensão de um número crescente de especialistas de incluir a depressão e a ansiedade na lista de factores de risco das doenças cardiovasculares, ao lado do sedentarismo, da hipertensão ou do colesterol, por exemplo. (...)
A boa notícia é que da mesma forma que as más emoções e os maus sentimentos podem afectar a saúde cardiovascular, as boas emoções favorecem-na. (...) "As emoções positivas levam à libertação de uma série de substâncias com efeitos a diversos níveis e que contribuem para o bom funcionamento do organismo, reduzindo, por exemplo, o risco de infecções e cancros, por melhoria da actividade do sistema imunitário", revela Pedro Monteiro. (...)
Afinal, cérebro e coração não podem viver dissociados. Ao cuidar de um, estará a cuidar do outro."
Nelson Marques, Coração Partido in Unica, 10 de Janeiro de 2009.
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