Será possível que alguém desconheça a crise em que vivem os habitantes do Zimbabwé? País amordaçado pela ditadura de um presidente que se eterniza no poder, desrespeitando todas as regras da democracia?
Na antiga colónia britânica, hoje dominada por Robert Mugabe, impera a brutalidade policial e a corrupção, a economia entrou em colapso, a moeda desvaloriza-se numa vertigem ininterrupta, enquanto os preços dos produtos básicos sobem em espiral.
E porque o humor resiste a toda a violência ainda havia quem parodiasse os "Bilionários esfomeados", como retrata a imagem: uma situação resultante dessa engenharia feita de desvalorização da moeda-inflação. Mas hoje com o agravamento da crise, poucos serão os que ainda ousam tais demonstrações de ironia. A doença grassa no País, onde a cólera já matou mais de 2000 pessoas e a falta de medicamentos faz dos hospitais um lugar onde o atendimento médico perdeu sentido.
A incapacidade dos médicos torna-se absoluta. Por falta de anestésicos não se realizam cirurgias e as comuns patologias ficam por debelar, só as morgues funcionam. Crise humanitária que a OMS procura resolver, embora de forma insuficiente. Além disso, multiplicam-se obstáculos: as chuvas, a rede de distribuição e a inércia dos serviços administrativos.
Entretanto, que faz o Presidente do Zimbabwe?
"Mugabe marcou um mês de férias na Malásia, para onde mandou a mulher, os quatro filhos e 70 mil euros. Enquanto faz o seu check-up de rotina, adia o consenso com o MDC e a formação do futuro governo para finais de Fevereiro. O Zimbabwe ficou entregue a oito novos ministros que o presidente nomeou para substitui dez outros que não conseguiram manter o lugar no Parlamento após as eleições. O jornal "The Zimbabwe Times" escreveu no dia 8: Mugabe está de férias há 29 anos. "
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