No ano em que os Estados Unidos elegeram um presidente "diferente" pela cor da pele, a sociedade americana ainda não se libertou de preconceitos racistas. Longo foi o caminho percorrido até ao dia que permitiu a um jovem mestiço estudar numa boa escola superior. Conquistado o diploma, Barack Obama pôde então sonhar com um um alto cargo político. E o sonho materializou-se quando o senador ascendeu a presidente.
O Mundo rejubilou com a eleição que, no entanto, não correspondia a uma unanimidade interna. Obama sabia e nós também. E, pouco a pouco, os malentendidos vão surgindo. A sensibilidade de Obama manifestou-se há poucos meses a favor de um negro que desrespeitou a polícia e agora a notícia remete para a animosidade de um congressista branco.
"Acho que boa parte da intensa demonstração de animosidade em relação ao presidente Barack Obama é baseada no fato de que ele é negro, é afro-americano", afirmou Carter, 84 anos, ao canal NBC.
"Eu morei no sul e vi o sul cruzar um longo caminho. Mas a tendência ao racismo ainda existe e acho que voltou à superfície por causa da crença de muitos brancos, não apenas no sul, mas como em todo o país, de que afro-americanos não são qualificados para liderar este grande país".
"É uma circunstância abominável, e me entristece e preocupa profundamente", acrescentou Carter.
As declarações de Carter foram feitas uma semana depois de um congressista republicano, Joe Wilson, ter chamado Obama de mentiroso em voz alta para protestar contra sua política relativa à reforma do sistema de saúde.
Na Espanha, onde apresenta seu livro "La Isla bajo el mar", Isabel Allende afirmou que a oposição a Obama revela um racismo oculto do qual não se fala.
"A eleição de Obama foi uma coisa fascinante, mas há muito racismo subliminar, oculto neste momento nos Estados Unidos na oposição a Obama", disse a escritora.
"Nunca se menciona a raça, mas há um elemento racista muito forte, do qual não se fala muito, mas existe, já que há muitas pessoas, principalmente mais velhas, de direita, que foram criadas num país segregado, muito racista, e a ideia de ver uma família como a de Obama na Casa Branca os irrita profundamente", acrescentou.
Allende, de 67 anos, apresentou "La isla bajo el mar", um romance sobre uma escrava negra na Saint Domingue (atual Haiti) do século XVIII.
"A eleição de Obama foi uma coisa fascinante, mas há muito racismo subliminar, oculto neste momento nos Estados Unidos na oposição a Obama", disse a escritora.
"Nunca se menciona a raça, mas há um elemento racista muito forte, do qual não se fala muito, mas existe, já que há muitas pessoas, principalmente mais velhas, de direita, que foram criadas num país segregado, muito racista, e a ideia de ver uma família como a de Obama na Casa Branca os irrita profundamente", acrescentou.
Allende, de 67 anos, apresentou "La isla bajo el mar", um romance sobre uma escrava negra na Saint Domingue (atual Haiti) do século XVIII.
In Google, Notícias, 16 de Setembro
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