quarta-feira, 17 de março de 2010

"Professor do Ano"

Distinguido hoje, terça-feira, com o Prémio Nacional de Professores, Alexandre Costa confessou manter uma relação de "grande empatia", mas não de amizade, com os alunos e defendeu que pais e docentes não se devem demitir das suas funções educativas.

"Os meus alunos e eu temos uma relação de grande empatia no trabalho, mas não é de amizade. Não sou amigo no sentido em que eles são amigos dos seus colegas adolescentes. Sou tão amigo quanto um pai ou um educador pode ser", afiançou.

Para este professor de Físico-Química, natural de Almada e, desde 2001, colocado na Escola Secundária de Loulé (Faro), é importante que estes papéis não se confundam e que pais e encarregados de educação não se demitam do papel que têm como educadores.
"A educação não se pode isolar da sociedade", alertou, sustentando que um dos "maiores problemas" actuais, neste âmbito, é a existência de "uma certa demissão das pessoas" relativamente ao que são "as suas funções".
"Os pais, às vezes, demarcam-se de ser pais e da sua responsabilidade na educação, transferindo isso para a escola", exemplificou, indicando ainda que, noutros casos, é o professor que "está mais preocupado em ser amigo dos alunos do que em ser seu professor".
"Há um contexto social no seu todo que leva a que, neste momento, o ensino tenha algumas deficiências", disse.
Este cenário, defendeu, só se ultrapassa através da "educação da própria sociedade" e da "redescoberta" do que é "ser pai, professor ou aluno" e das "regras básicas de convivência entre as pessoas".
Docente há duas décadas, Alexandre Costa, de 45 anos, recebeu hoje o Prémio Nacional de Professores, numa cerimónia realizada na Universidade de Évora e presidida pela ministra da Educação, Isabel Alçada.
Este professor, que também já deu aulas por "terras alentejanas", mais precisamente em Beja, "tira partido das novas tecnologias para motivar os alunos, apostando em estratégias pedagógicas inovadoras", realçou o Ministério da Educação.

Os computadores portáteis e o quadro interativo fazem parte dos meios tecnológicos que usa nas aulas, a par do material de laboratório que serve de base às muitas experiências científicas que propõe aos alunos de Físico-Química.

Nos últimos dois anos, acrescenta o ME, a taxa de aprovações dos alunos dos cursos científico-humanísticos da Secundária de Loulé atingiu "cem por cento", o que se deve à "grande preocupação, dedicação e capacidade de motivação" do professor premiado.

In Jornal de Notícias, 16 de Março

1 comentário:

goiaba disse...

Vi hoje a notícia e ouvi a intervenção do professor. Na generalidade, estou de acordo.
Como ele, deve haver muitos que não são notícia.
Abraço