quinta-feira, 22 de abril de 2010

EPUL e Academia Portuguesa da História


A História sustenta a identificação de um país e a cultura de um povo. Conhecer o passado é contribuir para uma melhor compreensão do presente, mas nem todas as entidades o assumem. Regra geral, as instituições culturais colhem um apoio escasso e negligente, ou seja, uma forma eufemística de tolerância e menosprezo.

Esta introdução remete para o caso da Academia Portuguesa da História, instituição herdeira da Academia Real da História criada por D. João V em 1720, agora sediada no Lumiar. O número 200 da Alameda das Linhas de Torres corresponde ao palacete da Quinta dos Lilases, outrora propriedade de Francisco Mantero. Aos olhos da opinião pública, um espaço condigno para receber uma instituição de créditos firmados na investigação da História e na sua divulgação. Todavia, mal refeitos ainda da mudança das exíguas e degradadas instalações do Palácio da Rosa, os académicos sentiram-se pressionados pela EPUL que disputava a divisão do espaço.

Comparando com as suas congéneres, a sede da Academia Portuguesa da História perdeu em dignidade e com isso desprestigia-se Lisboa e o País. Sabendo que a Câmara de Lisboa é proprietária de outros edifícios devolutos, inclusive no Lumiar, é legítimo perguntar como foi possível ocupar este palacete com os serviços da EPUL ?

A História continua e os coetâneos e vindouros hão-de, de certo, apreciar o descuido ou desprezo da Câmara pelo património cultural. E essa é uma certeza indesmentível!


Nota - O nº 200 da Alameda que, no exterior assinala a Academia da História, funciona agora como "entrada de fachada". Os académicos e todos os convidados, anónimos ou ilustres, entram pelo pátio lateral. Assim aconteceu na última quarta-feira, 21 de Abril, com o Professor Doutor António Ventura Diaz da Fundación Europea de Yuste.

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