Em Portugal a vida parece triste e sombria. As queixas sucedem-se e todos apresentam uma razão que, pessoalmente, nunca assumem como sua. A culpa tem nome de pessoa, de coisa, da natureza e de muitos outras pessoas e coisas...
Hoje, a origem de tanto mal-estar atribui-se à crise de que todos falam. E por isso, toda a gente discute as causas dos problemas, critica comportamentos e aponta soluções. Incluindo-me nesse número de analistas não credenciados, também debito opiniões e lanço dicas...
Os órgãos de informação não se têm poupado a esforços para escalpelizar as causas e implicações desta crise global que, por fatalidade, colheu os portugueses a meio de um percurso de recuperação, feito em caminho esburacado e de solavancos. Escusado será dizer que o pessimismo gera o desânimo e, não raras vezes, a depressão. É assim com o indivíduo e o mesmo acontece com o estado da sociedade.
Por isso, chegou o momento de lutar pela "salvação da pátria". Não pela força das armas, uma vez que o País continua em paz e sem qualquer ameaça de guerra. No entanto, o inimigo existe e convive connosco diariamente. Chega-nos através dos nossos amigos e familiares e, ainda de forma mais sonante, pela televisão e rádio e pelos jornais.
Espera-se um esforço colectivo que, em meu entender, deve passar pela linguagem e pela memória adequadas a este momento crítico. Trata-se de contrapor às notícias tristes um olhar sério e optimista sobre aquilo que o País tem de bom: os sucessos individuais e empresariais...
Sei do empenhamento de alguns jornalistas e até da acção desenvolvida pelos últimos Presidentes da República. Mas o eco dessa comunicação passou despercebido, porque os interesses individuais e partidários continuam a sobrepor-se aos interesses da colectividade!...
Daí a sugestão de um discurso positivo e descomprometido com facções partidárias, uma mensagem capaz de despertar os portugueses para a realidade do que somos capazes a nível das letras, das artes, das ciências e tecnologias. Publicitem-se as grandes personalidades nesses domínios, mas sem esquecer também o povo anónimo e esforçado.
Saudosistas como poucos, os portugueses apreciam a sua História, mas conhecem-na pouco. Acentue-se a "raiz do passado" para a construção de um futuro social e economicamente mais harmonioso. A História-narrativa apresentada em função do momento, quadros de outras crises, de outros tempos difíceis e as soluções encontradas. Faça-se o retrato da memória familiar e da sociedade através de documentação e suportes diversos: fotografias, livros, filmes e documentários...
Em resumo, é altura de convocar a sociedade civil e os órgãos de comunicação para uma campanha de "frente nacional" em luta pela esperança no futuro! E os jornais, as estações de rádio e de televisão sabem como fazê-lo!. ..
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