Não se trata de um complexo arquitectónico ou escultórico. É uma estratégia de compensação para recusar o inegável, no caso a superioridade técnica e material dos americanos.
Na inviabilidade de criar um modelo de estilo de vida capaz de disputar a hegemonia americana, o resto do mundo contesta. Daí geram-se atitudes e comportamentos nacionalistas que, por vezes, desembocam em expressões ou movimentos radicais. Todos sabemos o sofrimento adveniente desses "choques de culturas" que os ideólogos explicam...
Sem esses extremos, mas sempre críticos do estilo de vida americano, os franceses assumindo a sua superioridade na defesa da "liberdade, igualdade e fraternidade", manifestam um comportamento que passou a ser designado "complexo de Atenas". Tal significa a identificação com os "valores atenienses", que os cidadãos da Grécia antiga contrapunham aos dos romanos. Era a velha máxima de que "os vencedores foram dominados culturalmente, acabando por assimilar o legado dos vencidos". Uns têm a força, o poder e a riqueza, os outros o requinte, os valores e a cultura. Para os primeiros, interessa, acima de tudo, o futuro, enquanto os outros prezam a herança do passado.
Esquecendo a velha questão da decadência da Europa, a qual, desde há décadas, faz correr tanta tinta, lembro um discurso do Presidente Bush, afrontando as críticas dos políticos europeus. Referia mesmo a expressão "velha Europa" como receosa ( e fraca, digo eu)... Ora, a isso, apetece dizer bem alto, embora sem desdenhar o pragmatismo americano, toda a veemência da nossa recusa ao "modelo global" preconizado pelos políticos dos E.U.A.!
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