Personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro que, desde 1875, tem servido como instrumento de crítica social e política. Contribuiu para a queda da Monarquia, atravessou a República, os anos do Estado Novo, o 25 de Abril e os nossos dias...
A imagem de homem "paciente, crédulo, submisso, manso, apático, indiferente, abulico, e solitário" manifesta também uma esperteza e ironias surpreendentes. Retratado em diversas poses e e materiais, o Zé Povinho casa bem com a Maria Paciência, a companheira perfeita...
Estas figuras do " património público" e muitas outras ficarão para sempre associados às Caldas da Rainha e à Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro, um lugar quase obrigatório no roteiro cultural, após a visita aos Museus do Parque. Pois, a Fábrica corre o risco de fechar portas. Notícia que passaria despercebida nos nossos dias, caso não fosse esta a última fábrica do ramo existente na cidade.
Será que que se esgotaram todos os meios para salvar a Bordalo Pinheiro? Se não, resta-nos admirar as peças existentes em Museus e na nossa casa. Para conhecer e preservar a memória ocorreu, em 2005, uma exposição comemorativa que o Jornal Oeste noticiou.
“Rafael Bordalo Pinheiro e a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884-1905) ” é o título da exposição que vai inaugurar no Museu de Cerâmica, em Caldas da Rainha, no próximo dia 2 de Julho, pelas 16.30 h, e se integra no Programa das Comemorações do Primeiro Centenário da Morte de Rafael Bordalo Pinheiro (21 de Janeiro de 1846 - 23 de Janeiro de 1905).
A mostra, que estará patente ao público até final de Outubro, refere o projecto da Faianças da Fábrica desde a sua criação, em 1884, até à sua falência, em 1905, e aborda, através de vários painéis com fotografias, equipamentos e peças, os principais aspectos da vida da Fábrica: recriando os espaços físicos, funcionamento, operariado, maquinaria e a produção cerâmica artística, comum e de materiais de construção.
A génese da Fábrica data de 1883, ano em foi apresentado um projecto industrial cerâmico de grande envergadura para as Caldas da Rainha, baseado na introdução de novas tecnologias, próprias da revolução industrial e na adopção de um modelo de financiamento (subscrição pública de acções) e de gestão (gestão separada da propriedade) modernos.
Os estatutos da empresa Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foram registados em Junho de 1884, em Lisboa, onde a empresa teria a sua sede social. A direcção económica e organizativa foi atribuída a Feliciano Bordalo Pinheiro e a direcção técnico-artística a Rafael Bordalo Pinheiro o qual desenvolveu uma produção cerâmica admirável que o consagrou definitivamente e elevou a cerâmica caldense a um lugar de destaque no panorama nacional e internacional."
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