A imagem ganhou visibilidade a nível global: Bernard Mallof, um dinossauro de Wall Street que, desde a década de 1960, criou e dirigiu uma complexa organização de investimentos num processo "em pirâmide" que os estudiosos chamam esquema Ponzi.
Nada mais simples. Prometendo juros muito acima do mercado de capitais, foi atraindo novos investidores e com estas entradas de dinheiro pagava pontualmente aos antigos investidores num processo contínuo e que parecia não ter fim. Durante muito tempo, o esquema funcionou para satisfação de todos os que tinham auferido boas taxas de rendibilidade... até que há poucos dias o escândalo rebentou...
Em Portugal já tivemos a D. Branca na década de 1980, um caso muito falado que até deu origem a uma telenovela. Tudo à nossa dimensão, nada comparável a esta mega fraude, um negócio de muitos biliões com repercussão global. Em toda a parte, milionários, príncipes, banqueiros e instituições de solidariedade confiaram nesses apetecíveis investimentos. Porquê?
As notícias sugerem a personalidade de Madoff: afável, respeitável e de fino trato captava a simpatia de personalidades da alta roda que, por seu turno, traziam outros amigos. Foi-se formando uma espécie de "clube privado" das elites mundiais que, sem perceber nada acerca da engrenagem da organização, continuava a investir.
No entanto, sabe-se que já há muito circulavam boatos acerca de Madoff. As suspeitas chegaram mesmo a traduzir-se em démarches dos serviços da supervisão da Bolsa de Nova Iorque, mas sem resultados conclusivos.
Observando o que se passa com Madoff, fui levada a pensar em Portugal e na similitude de estratégias e comportamentos. Já ouvi falar num "Madoff português" e vejo também a revolta dos investidores contra os banqueiros...
Afinal, copia-se tudo. O modelo americano sempre teve muita força!...
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