
Nada mais simples. Prometendo juros muito acima do mercado de capitais, foi atraindo novos investidores e com estas entradas de dinheiro pagava pontualmente aos antigos investidores num processo contínuo e que parecia não ter fim. Durante muito tempo, o esquema funcionou para satisfação de todos os que tinham auferido boas taxas de rendibilidade... até que há poucos dias o escândalo rebentou...
Em Portugal já tivemos a D. Branca na década de 1980, um caso muito falado que até deu origem a uma telenovela. Tudo à nossa dimensão, nada comparável a esta mega fraude, um negócio de muitos biliões com repercussão global. Em toda a parte, milionários, príncipes, banqueiros e instituições de solidariedade confiaram nesses apetecíveis investimentos. Porquê?
As notícias sugerem a personalidade de Madoff: afável, respeitável e de fino trato captava a simpatia de personalidades da alta roda que, por seu turno, traziam outros amigos. Foi-se formando uma espécie de "clube privado" das elites mundiais que, sem perceber nada acerca da engrenagem da organização, continuava a investir.
No entanto, sabe-se que já há muito circulavam boatos acerca de Madoff. As suspeitas chegaram mesmo a traduzir-se em démarches dos serviços da supervisão da Bolsa de Nova Iorque, mas sem resultados conclusivos.
Observando o que se passa com Madoff, fui levada a pensar em Portugal e na similitude de estratégias e comportamentos. Já ouvi falar num "Madoff português" e vejo também a revolta dos investidores contra os banqueiros...
Afinal, copia-se tudo. O modelo americano sempre teve muita força!...
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