Há muitas formas de partir... em todas elas, está sempre a ausência de alguém. E para todos os casos haverá remédio, diz o povo, excepto para a morte.
Separação definitiva, a da morte, condenados que somos a viver só da imagem do nosso familiar, do nosso amigo ou daquela figura pública que admirámos... Morte inesperada ou morte anunciada por uma doença prolongada! Em qualquer situação, sempre chocante.
No âmbito das relações pessoais, tal como na Natureza, a morte toca-nos por ciclos. Aconteceu assim neste fim de semana. Começou com a notícia da morte de um amigo meu, cuja doença desconhecia. Por isso, fiquei extremamente chocada. Foi um cancro no pâncreas que, em menos de três meses, o levou. Até lá, sofreu em silência e, só três dias antes, revelou o seu estado à mulher. Resistiu de forma heróica, ao ponto de se ter deslocado, pelo seu pé, ao laboratório de análises no dia da sua morte.
Depois, foi a M. que partiu, vítima de Alzheimer. Acabou subitamente, ao jantar, sentada à mesa. Felizmente, foi poupada a sofrimentos maiores.
Hoje, outra notícia triste. A morte de uma antiga professora que, desde há muito, aguardava este dia. Sofreu muito, há meses que não falava, mal se alimentando. Mais um caso de cancro.
E agora, quando procurava as notícias do dia, deparei com a situação de uma figura pública do meu imaginário de juventude, Paul Newman. Também sofre de cancro, desconhecendo-se qual a espécie. Luta contra a doença há dezoito meses. Conta 83 anos, oxalá que sofra pouco.
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