Ontem, a notícia correu mundo: a morte de Yves Saint-Laurent. A França, na pessoa do seu Presidente da República, prestou homenagem a um dos seus maiores costureiros. E os meios de comunicação dedicaram-lhe também as suas emissões. Na TV5, um longo documentário no atelier de Yves: entre os seus colaboradores num misto de vida pública e privada, onde não faltava um cãozinho que, às tantas, dormia uma soneca.
Atelier num ambiente quase religioso. Rolos de tecidos, figurinos e colaboradores do Costureiro. Eles e elas quase não falam, em sussurro, giram em torno de uma elegante modelo que prova um vestido de noite, ou um casaco. Sentado à secretária, entre croquis, Yves fala pouco e fuma muito, bebe água e observa. Sempre atento, opina e prossegue o acto de criação, agora no corpo da modelo. É nesse campo de experiência que ajeitam tecidos, combinam cores, ensaiam drapeados, acertam decotes, sobem bainhas. Predomínio de cores suaves, estampados matizados, bordados em tom pérola e, sempre, um acentuado gosto pelo preto. Assim acontece nos tailleurs com originais blusas brancas.
E vai nascendo a obra... Feita em damascos, cetins, musselinas, lamés e o Mestre sorri com agrado, repetindo voilá, extraordinaire, c'est beau, ravissante e a linda modelo agradece sempre com um merci, monsieur.
Em todos os trabalhos, sobressai a elegância e feminilidade. Característica extensiva aos complementos: capelines, écharpes, laços, cintos, carteiras...Yves revolucionou a moda, sem retirar simplicidade e elegância. Ditou o uso das calças à mulher, e soube dar um toque de classe ao smoking preto para as grandes ocasiões!
Clientes famosas, princesas e artistas de cinema, foram clientes de Yves Saint-Laurent. Pela sua casa passou a fina flor da elegância dos últimos quarenta anos e, por isso, tornava-se pertinente interrogá-lo acerca do ideal de beleza feminina. E a resposta foi inesperada: um casaco preto, uma saia preta e, a seu lado, o homem da sua vida!
1 comentário:
Ainda bem que evocaste aqui um dos maiores criadores de moda! Sempre o considerei, apesar de alguma excentricidade, um homem de muito bom gosto, que realmente gostava verdadeiramente de vestir e bem a mulher!
E os seus perfumes, masculinos e femininos, são inimitáveis!
Abraço
ZIA
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