Quando o mar rodeia todo o espaço, é possível sentir a liberdade?!...
Assim sentem os caboverdianos na expressão poética de António Lobo Antunes.
Crioulo não tem patrão
(coladera)
Ao chegar português disse
trabalha na serração
eu ri na cara do branco
peguei na minha viola
crioulo não tem patrão.
Ao chegar patrício disse
trabalha na construção
eu ri na cara do negro
saí numa coladera
crioulo não tem patrão.
Eles tem casa eu tenho a rua
eles tem sobrado
eles são ricos eu sou pobre
eles são escravos eu sou livre
crioulo não tem patrão.
In António Lobo Antunes, Letrinhas de Cantigas, Dom Quixote
1 comentário:
Nem imagina como fico satisfeito por ver que continua a actualizar com regularidade o seu blog.
Cabo Verde é muito bonito, a única coisa chata é mesmo o vento, mas o melhor são as pessoas, muito simples e que sabem receber muito bem.
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