sexta-feira, 30 de maio de 2008

Carestia

Notícias de ontem, referem que o índice de confiança dos europeus caiu. Reflexo do ambiente depressivo que, por maioria de razão, os portugueses subscrevem. Processo global explicado por economistas e políticos que parecem concordar num ponto: os preços vão continuar a subir. Escalada de causas múltiplas que leva ao benefício de alguns e ao prejuízo das maiorias.
Identifica-se o fenómeno e reconhece-se a importância máxima do petróleo que sobe a preços inimagináveis. E todos nós aceitamos, naquela atitude conformista de que "é a globalização"! Mas por cá, as petrolíferas seguem o movimento altista de forma exemplar (alguma vez havíamos de ser pioneiros...), actualizando todos os dias, os preços para "inglês ver" e "português sofrer", digo eu.
A partir daqui, espera-se uma inflação em cascata e, naturalmente, a correspondente onda de contestação social. Hoje paralisaram os pescadores por tempo indeterminado...
Como habitualmente, à sexta-feira, almoço peixe fresco, saboreando um produto em vias de escassear à mesa dos portugueses. Visão pessimista e com algum misto de egoísmo que, no entanto, não significa nada de catastrófico. Olho sempre com esperança o futuro, lembrando outras crises e o modo como foram ultrapassadas.
O jornal Expresso, do último sábado, escalpelizava as crises do século XX, muitas e diferentes! A propósito da extensão vertiginosa da inflação, recordo a situação vivida no pós I Guerra Mundial na Alemanha. Relatos de clientes de um restaurante que, à saída do almoço, encontravam já um novo preço para a mesma ementa!
Permita-se-me mais uma referência: a crise de 1929 e os tempos de depressão que se seguiram. Foi a primeira grande crise, de facto, à escala global. Por toda a parte, deixou sofrimento e dor e a recuperação fez-se com base no "esforço nacional". Uma via errada que haveria de conduzir, em 1939, à II Guerra. Esperemos que os políticos, de hoje, tenham aprendido a lição da História e passem à discussão dos problemas à escala global!

Nota: A imagem escolhida representa os tempos difíceis da Grande Depressão, assunto que, talvez, devesse ser tratado nas escolas...nos tempos que correm.

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