Eva Braun, amante de Hitler e, por um dia, sua esposa. Ganhou um lugar na História, desconhecendo-se ao certo que espaço adquiriu na vida de Hitler e no regime. Razões bastantes para despertar a curiosidade e a produção editorial, desta vez na forma de Diário.
Nascida em 1912, Eva atravessou um tempo entre duas Guerras. Do sacrifício e humilhação da Alemanha em 1919 à recuperação e orgulho nacional que culminaria na prosperidade durante os "anos 20". Período de curta duração, todavia. Os acontecimentos de 1929 mergulharam, de novo, a Alemanha ( e o mundo) numa crise, cuja resposta se saldou por uma enorme onda de nacionalismo. Sob o lema de "salve-se quem puder", lançou-se uma politica proteccionista que, necessariamente, havia de conduzir à II Guerra Mundial (1939-45).
Este Diário (ficcionado) ajuda a compreender a época que produziu tal ditador. Retrato do quotidiano que permitiu a ascensão de um político de poder ilimitado, primeiro. O relato (ficcionado) de Eva traduz também a dúvida e a incerteza que, numa segunda fase, desemboca numa oposição mais ou menos velada até à derrota militar da Alemanha. Muito bem documentada, a autora soube transmitir a carga emocional desses últimos momentos até ao dia 30 de Abril de 1945...
A leitura deste Diário e o visionamento de A Queda, um filme de 2004 sobre as últimas horas de Hitler até à queda do Reich: duas obras de ficção que podem despertar o gosto pelo conhecimento da História.