domingo, 29 de janeiro de 2012

Gestos Solidários

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos." José Saramago.

A imagem do que somos projecta-se nos outros. Um sorriso, uma palavra, uma mão amiga...sinais de cortesia que confortam e animam. Gestos trocados com o próximo, amigos, vizinhos ou simples transeuntes . E outros ainda que ultrapassam a distância, transformados em gestos de solidariedade.Falo agora de um caso que conheço. Um jovem que, apesar das dificuldades económicas, continua a apadrinhar um menino africano e que esta semana conheceu o afilhado.

Uma cena memorável quando o T. se deslocou a Moçambique, por motivos profissionais. Momentos inesquecíveis para ambos, ficando assinalados pelos presentes e fotografias de Portugal que hão-de alegrar os dias de um menino que sonha visitar Lisboa...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

António Horta Osório


Muito se tem falado dos largos proventos auferidos pelos gestores e banqueiros. O sistema parece imutável, mas em tal contexto destacam-se ainda algumas excepções de honestidade e desprendimento. Falo do Presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, cujo caso não passou despercebido nos media.

"O banqueiro abdicou do bónus de 2,3 milhões de euros a que tinha direito, invocando a ausência a que foi obrigado por doença . Pode dizer-se, tendo em conta o que ganha, que o sacrifício não será de monta, mas a verdade é que muitos outros , que poderiam ter gestos idênticos, não desistem de facturar."

In Expresso, 14/01/2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Costa Concordia, a memória de um cruzeiro!



Um naufrágio de triste memória! Qual Titanic, desta vez no Mediterrrâneo à vista de terra, da sua terra...da "casa nostra" como dirão os italianos. Não havia orquestra, apenas a incúria de um comandante que até ao último momento ignorou a gravidade do acidente e que, em última instância, ordenou a evacuação. Estranho caso o deste capitão que se apressou a sair do barco rumo a terra.


Sempre pensei que na origem deste acidente existiria um caso de alcool ou de droga. Alguns dias depois chegou a referência a um jantar "bem regado" e à existência de uma passageira clandestina: jovem moldava de cabelos loiros que acompanhava o comandante e tomou a sua defesa com veemência num programa televisivo. Começa a fazer-se luz quanto às circunstâncias da desobediência de Schettino às ordens do capitão do porto de Livorno. Essa atitude gerou uma onda de indignação e de ódio, enquanto De Falco passou a heroi nacional, ainda que ele recuse sair do anonimato.


Uma nota pessoal. Nunca fui adepta deste género de turismo. Para os fãs de cruzeiros costumo responder que gosto muito de sentir os pés bem assentes em terra. Para experiência basta-me um dia de visita a duas ou três ilhas, regressando, ao fim da tarde. Mas há que respeitar as inclinações de cada um...como a daquela sobrevivente que é bisneta de uma vítima do Titanic em 1912!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Estando Passos Coelho confortável...


Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia o pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se não a tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
dizendo: Mais servira, se não fora
pera tão longo amor tão curta a vida!

Luís de Camões

Qual a relação entre este soneto de Camões e a actual situação do País? Uma estória de expectativas defraudadas a de Jacob que, por amor de Raquel, cumpriu durante sete anos as exigências de Labão. Persistente, dispõe-se a recomeçar outros sete anos de serviço e mais ainda se não fosse "tão curta a vida".


Comparando com a actualidade, lembramos as boas palavras e promessas de mudança política da campanha eleitoral. Gostámos e votámos, mas, descorridos pouco mais de seis meses, o "contrato eleitoral" caíu no esquecimento. As promessas altissonantes do primeiro-ministro levou-as o vento e, por isso, chovem as críticas. A isto responde, dizendo-se confortável nas opções tomadas pelo Governo. Diferente é o sentimento dos portugueses, desagradados e desiludidos. Muitos eleitores não disfarçam já o incómodo do engano. É mau quando começa a esgotar-se a paciência com os políticos. Nunca se sabe onde isso vai parar. Deus queira que, tal como Jacob, a confiança do povo não esmoreça e que o Governo saiba tomar o rumo certo!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Natal já passou

Mais um Natal passou! Um mês fugidio, voando rápido como a morte inesperada daqueles por quem nutrimos amizade e respeito. Entre 3 e 18 de Dezembro foram três os que partiram "sem aviso". Momentos de tristeza que tocaram mais fundo no caso do Henrique, morto aos 16 anos num estúpido acidente quando ia a caminho das aulas. Do seu funeral guardo as imagens daqueles seus amigos e familiares de todas as idades, onde os jovens pontuavam em número e sentimento. Passado já um mês e ainda não consigo evitar as lágrimas ao lembrar esse dia que inevitavelmente há-de ficar associado ao cumprimento que o Henrique me dirigia num alegre e risonho "olá" que nunca mais ouvirei....

Trocar mensagens é próprio desta época e aqui também ocorreram surpresas. Agradáveis, desta vez. Telefonemas de três amigos que me falaram saudosa e demoradamente: a prova cabal de que a amizade verdadeira perdura para além do tempo e da distância. Esperado era um outro telefonema que haveria de chegar dois antes do final do ano, anunciando a data do nascimento de mais um bébé na família. O Manuel nasceu no dia 2 e apresentou-se bonito e perfeito como a mãe. Força, Manel! Que sejas muito feliz!