Quando vejo algum fanfarrão, com manifesto mau feitio, implicativo e sempre disposto a criar conflitos, lembro-me de um caso verídico passado há mais de 4o anos. Foi-me contado pela minha mãe.
Um pedreiro algarvio tinha sido contratado para uma obra no Alentejo. Pessoa de má índole que todo o santo dia sarrazinava os ouvidos dos serventes, maldizendo tudo e todos, deixando no ar ameaças de tiro de espingarda. Era tenso o ambiente e os serventes andavam aborrecidos. Mas um deles teve uma ideia. Armou também em mau e reagiu ao habitual discurso do pedreiro algarvio:
- Oh homem! Você sabe lá! Uma ocasião, andava eu em Santo Estevão e, um dia "dava ar à bicicleta" na berma da estrada quando vi um gajo parado a olhar para mim. Se calhar queria roubar-me. Então, tirei um ferro da saca que trazia no selim da bicicleta e dei-lhe na cabeça. Foi em cheio, caíu logo morto. E eu fugi e nem me apanhou!
- Verdade, homem? Mas então, você é cá dos meus!
E foi assim que o fanfarrão meteu a viola no saco e deixou de se armar em mau. Referindo-se ao caso, acrescentava o pacífico alentejano: "E eu que até nem sei onde fica Santo Estevão!"
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