sábado, 30 de maio de 2009

Partir é morrer um pouco




"Partir é morrer um pouco...", um velho fado na voz de António dos Santos: fadista dos anos sessenta que passava vezes sem conto na rádio. Sendo muito do agrado do meu pai, fica a lembrança de um pedaço das nossas vidas...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Deputados, tricas e...

Mais uma vez a Assembleia da República falhou a eleição do Provedor de Justiça. E não havendo consenso entre partidos, significa que continua tudo como dantes, o mesmo é dizer que sem Provedor, os portugueses permanecem incapacitados de recorrer à entidade que os representa como "defensor dos seus direitos".

Que ilações retirar deste impasse? Muitas...Por mim, digo apenas que os deputados escolhidos pelos seus concidadãos não respeitam a confiança dos eleitores! E depois, admiram-se do descrédito em que caíram os políticos? Compreendem agora o abstencionismo?!...
No momento em que decorre uma campanha eleitoral, seria conveniente que a classe política assumisse a mais elementar prova de bom senso, isto é, um esforço de entendimento.

Por tudo isto, fica o lamento e desilusão pelo estado a que chegou a democracia em Portugal!

terça-feira, 26 de maio de 2009

João Salaviza

Só muito raramente admito convocar para aqui personalidades de sucesso com quem me relacionei (ou relaciono). Desta vez, aconteceu. Vaidade ou presunção e, ainda que lembrando a sabedoria popular contida na frase " presunção e água benta, cada um toma a que quer", não resisti a associar-me ao coro de elogios ao novo realizador...

Conheci João Salaviza ainda aluno do Secundário. Magrinho e de fartos caracóis, cativava pelo sorriso e discrição. De ar sonhador, parecia navegar por lugares que ninguém descortinava, quase sempre acompanhados de desenhos inscritos em qualquer suporte: cadernos, livros e até as mesas da sala de aula. Mas, se repreendido por sujar o material escolar, aceitava o reparo com uma atitude humilde e delicada. Impossível não simpatizar com este jovem de 18 anos, um menino dócil e educado a quem, por vezes, chamava Joãozinho...

No domingo à noite, regressei ao passado ao observar na RTP o jovem galardoado com a Palma de Ouro em Cannes. Menino de outrora, um senhor realizador de 25 anos, hoje. Adivinha-se promissor o futuro deste cineasta, porventura um discípulo e continuador de Manuel de Oliveira! Parabéns, João Salaviza! Continue a sonhar, trabalhando!

terça-feira, 19 de maio de 2009

John Philip Sousa




Uma marcha militar que me faz recuar aos tempos de colégio quando alegremente saíamos do refeitório...

Aconteceu na sequência da conversa desta manhã acerca de instrumentos musicais: saxofone, trompete e sousafone (souzafone, à americana). E porque o orgulho pátrio nunca fez mal a ninguém, fica a homenagem a John Philip Sousa, filho de pai açoriano (1854-1932). Considerado o Rei das Marchas, idealizou o instrumento que traz a marca do seu apelido, viveu dedicado à música e deixou uma produção invejável. Se quiser saber mais, informe-se aqui.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Contrariando a Natureza




Para demonstrar que não há regra sem excepção, o gato e e os ratos convivem amigavelmente. Ao suposto relacionamento conflituoso em que o gato deveria sair vencedor ( se os ratinhos não fugissem para o seu esconderijo ), estes amigos divertem-se e mimam-se!...

O vídeo remete-me para a lembrança do meu cão e da minha gata que também se entendiam às mil maravilhas. Ele, o Faísca, vivia numa casota de guarda à casa e aí recebia a Cigana. Brincavam, comiam e dormiam juntinhos na paz dos cães e dos gatos. Dava gosto vê-los!

domingo, 17 de maio de 2009

Uei paesano!


Seja pela crise ou por outras razões, hoje lembro a emigração que, desde os finais do século XIX, transportou milhões de pessoas para além-mar, em particular para o continente americano. A tristeza e angústia espelhada no rosto desses pobres que as circunstâncias forçaram a partir nem sempre acabou mal. Alguns venceram, criaram raízes no país de acolhimento, logrando mesmo posição cimeira em vários domínios.

Actualmente a emigração segue outras rotas e outros são os destinos procurados. Mudaram as circunstâncias e, agora, os países de emigração viraram pólos de atracção. Mas em todo o caso repetem-se as questões sociais. Existem fenómenos de rejeição e outros mais ou menos bem sucedidos... como o do jovem que, na noite passada em Moscovo, venceu o Festival da Eurovisão: nascido na Bielorrússia, é hoje um exemplar cidadão norueguês!

Para homenagear todos os emigrantes, convido-vos a ouvir a voz de Nicola Paone, filho de emigrantes italianos que, embora nascido nos Estados Unidos, nunca esqueceu as raízes dos progenitores. Ouçam essa "identidade italiana", clicando em saber cultural,... Músicas e Nicola Paone!

sábado, 16 de maio de 2009

Nostalgias...


Ontem à tarde recebi um telefonema. À chamada pelo meu nome respondi com um "Olá, senhora D. Conceição!" e ela ficou feliz. Então não havia eu de reconhecer a telefonista do Liceu onde trabalhei durante vinte cinco anos?! Desta vez, não era uma convocatória para uma reunião ou uma ligação para o Conselho Directivo...Tratava-se de um convite para um passeio a Gois e Arganil, aldeias, vales e serras que, por este tempo, apresentam um manto verde e amarelo de giestas floridas...até ao Piodão!

Nostalgia dessas terras que sempre apetece visitar, mas mais ainda me tocou o gesto desta senhora que habitualmente participa nestas visitas de alunos e professores. Confessou ter sido dela a iniciativa, já que guardava boas recordações de outros passeios e citava a Madeira e a Casa dos Patudos. Conversa de alguns minutos até o telemóvel tocar e emudecer, porque não atendi...

Agradecendo o convite, prometi voltar à "nossa casa" em breve e então, tive nova surpresa ao pegar no telemóvel: Ana Isabel, a professora organizadora da visita convidava-me. Que bom ouvi-la cheia de entusiasmo e de saúde... E, mais uma vez, a recordação dessa outra viagem com uma nossa turma do 11ºano: almoço em Coja nas margens do Alva, dormida em Góis, passeio por Arganil e Piodão. Dias maravilhosos em Maio de 2001 que as "Amigas no activo" querem prolongar nesta visita, à maneira de um encontro nostálgico!...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

À beira-rio...




Paulo Autran, actor de enorme talento que tão bem soube interpretar Fernando Pessoa.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Oração de Caboclo




A Oração de Caboclo, uma pequena maravilha que dá para pensar. Afinal, o amor a Deus vê-se no relacionamento com os outros!...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Circo e Circos...


Não sei verdadeiramente se a vida é um circo, mas parece. É um desabafo que deixo nestes dias de crise, uma crise grande e profunda que se estende a todos os níveis. Esqueceram-se valores, o essencial não interessa e assim passam os dias...

Um estado de depressão abateu-se sobre o País. Mas manda o bom senso preservar a saúde mental, reagindo e denunciando casos e situações. Se possível com humor e se para tanto não chegar a paciência, assuma-se um tom mais acre.

Relembre-se este ciclo de estagnação económica e de crescente desemprego, enquanto os deputados aumentam os seus vencimentos e votam a liberalização do financiamento dos partidos. Desfile de desgraças acompanhado pela onda de corrupção e "uso e abuso" do "salve-se quem puder", isto é, por um comportamento de "desenrascanço" que já não exclui qualquer sector da sociedade. Sendo assim, o País foi agradavelmente surpreendido pela sessão da Assembleia da República que esta semana debateu a proibição de animais no circo. Muito bem, sim senhor, aí está o busílis para combater a "dita crise"!..

Não é apenas o meu ponto de vista, visto que comentadores abalizados afinam pelo mesmo diapasão. Transcrevo um excerto de um escrito com o qual não poderia estar mais de acordo...


"Agora, querem que deixemos de poder ver animais no circo. Eu gosto muito do Cirque du Soleil e afins, mas também gosto do circo da aldeia, que enchia de excitação e de alegria todas as aldeias e todas as crianças do mundo. O primeiro elefante que vi na vida foi num circo e, quando os meus pais me levaram um dia a ver o Circo de Moscovo, de visita a Lisboa, foi a única vez, até hoje, em que vi um urso. Não sei o que seja um circo sem os domadores de leões, sem os tigres a atravessarem anéis de fogo, sem os elefantes a passearem-se pela pista, sem os acrobatas hípicos. Acho muito bem que a Veterinária e a Direcção de Espectáculos vigiem as condições em que os animais são tratados nos circos. Mas é preciso exterminá-los?


Miguel Sousa Tavares, Números de Circo in Expresso, 9 de Maio de 2009.



sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Vida num sopro


A Vida num Sopro, um livro que a publicidade aliciava e que não desiludiu. Trata-se de um caso de família que José Rodrigues dos Santos enquadra no âmbito da História de Portugal: a implantação e afirmação do Estado Novo (1929-1939). O País real em Bragança, Lisboa, Penafiel e Vinhais através de ambientes que, sendo simultaneamente tão próximos e tão distantes, reflectem bem a ordem social e política dessa época.
Apreciei a análise das atitudes e comportamentos das personagens que se movem por valores que, por princípio, a sua condição social obrigava. Evidentemente manifesta é a simpatia posta pelo Autor nos retratos da avó Amélia e do avô Luis que corajosamente enfrentaram as vicissitudes da vida...

Este é um livro que vale a pena ler. E já agora, por que não recomendá-lo aos adolescentes que assim poderão ficar a conhecer um período da História de Portugal e da conjuntura europeia que precedeu a II Guerra Mundial?!...

Receitas Cruzadas

Entretenimento cultural, assim classifico esta rubrica de Teresa Conceição que, todas as sextas-feiras, passa na SIC. Vale a pena desfrutar estas imagens de lugares e pessoas que sugerem receitas gastronómicas simples e outras mais sofisticadas...

Desta vez, com algum humor, Teresa Conceição leva-nos ao Zoo de Lisboa, onde podemos observar animais selvagens e os seus pratos preferidos que os tratadores servem numa recriação de habitat natural. O tema prossegue hoje no Jornal da Noite e, caso estejam impossibilitados, existe sempre a hipótese de recorrer à SIC on line. Mas, por favor não percam esta maravilha!...



quarta-feira, 6 de maio de 2009

Vénus de Milo, ideal feminino

Manuel de Oliveira, o mais velho cineasta em actividade, continua a produzir. Mais uma estreia, Singularidades de uma Rapariga Loira, que serviu de pretexto para uma entrevista. Palavras interessantes acerca da mulher e do ideal de beleza feminino. Modelo que Oliveira vai buscar a uma escultura grega. Vénus de Milo, claro....

"(...) é que o mistério feminino muda de mulher para mulher, não é universal. A mulher é uma incógnita. O seu encanto feminino diz-nos que há nela algo que está escondido. Mas não sabemos o que é. É claro que há um lado fideísta em certas mulheres que pode tornar-se perverso. Mas não é absolutamente certo, por mais experiência que se tenha. Ninguém sabe o segredo. Ninguém pode filmar isso. É como Deus ou a morte: não se filma. A mulher é a mãe da Humanidade. Comparo-a com à Terra. E o homem à espada. O homem é a luta, a mulher a criação. Ele dá a semente, mas é a mulher que cria, protege e educa, tal como a loba etrusca fazia com Rómulo e Remo. Gosto da estátua "Vénus de Milo". O seio é discreto, o rosto delicado e a beleza não é provocatória. Não sabemos qual é a posição dos braços, porque estão partidos, mas é o seu ventre que sobressai. Naquele ventre está a Humanidade. Essa estátua é a mais famosa de todas no mundo ocidental. "
Entrevista de Francisco Ferreira a Manuel de Oliveira, Actual, Expresso, 1 de Maio 2009

O apelo da arte grega


Vitória de Samotrácia, século III a.C.


Vénus de Milo, século II a.C.
Quando viajar era uma aventura a que nem todos podiam aspirar, restava a observação de fotografias nem sempre de grande qualidade. A escassez de meios aguçava a curiosidade e mesmo assim o gosto pela arte acontecia. Na escola ou em família, os jovens surgiam como auditório atento e curioso desses relatos de viagens, lugares e museus. Registos subjectivos que criavam a expectativa de futuros projectos...
Se a Grécia ficava a uma distância quase infinita, Paris parecia mais acessível. Deste modo aprendi a sonhar com o Louvre, esse repositório da arte ocidental, nomeadamente da arte grega. Destaque para duas esculturas: Vénus de Milo e Vitória de Samotrácia que, em comum, as vicissitudes do tempo deixaram incompletas. Talvez aí resida o mistério "dessas Afrodites" que todos admiramos como ideal de beleza feminina!