quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bento XVI despede-se em S. Pedro

O papa Bento XVI acabou de sair da Praça de S. Pedro. Despedida pública feita de palavras sentidas num  agradecimento fraterno dirigido aos presentes no Vaticano e a todos os que o seguiram em directo pela televisão. Comoção do adeus  do Homem que, reconhecendo  os limites da força física e anímica para enfrentar os graves problemas existentes na Igreja, resignou. Quero entender nesse testemunho de inteligência e coragem uma lição para todos nós, em qualquer estado ou condição. E, de forma mais directa, uma  linha de  rumo traçada para o seu sucessor em S. Pedro...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bussetto, Sant´ Agata


Sant´Agata em Busseto será sempre um lugar mítico. Por aí respira-se a memória de Verdi que soube construír um património para a eternidade. Nunca lá estive, mas ainda não desisti de  uma visita. Partir pelo prazer de observar cada recanto, absorvendo o espírito verdiano: um sonho antigo, aguçado agora pelo texto de  Jorge Calado.  Entendo-o como um desafio que compartilho...

" Não venho falar de ópera; venho lembrar Giuseppe Verdi, cujo bicentenário  do nascimento ocorre este ano. Verdi, o sábio, o lavrador, o arquitecto, o patriota, o homem de bem. Há um par de anos tive a sorte de visitar Villa Verdi - a quinta e casa em Sant´Agata, perto de Busseto, onde o compositor viveu o último meio século de vida.
Agora recebi um belo livrinho, profusamanteilustrado, que despoletou mil recordações. Lá estão as árvores exóticas que Verdi encomendou e plantou, o pequeno lago onde pescava carpas ( e onde a . mulher, Giuseppina Strepponi, ia morrendo afogada), o pedregulho onde se sentava, a colina artificial com a gruta subterrânea onde guardava. entre camadas de palha, o gelo do Inverno para uso no Verão. Para verdi. "o jardineiro, cozinheiro e cocheiro eram os verdadeiros tiranos de um casa" embora o o seu risotto alla milanese fosse famoso). Amava o campo e companhia dos animais. Lá está a coluna de mármore " à memória de um verdadeiro amigo", que marca o túmulo de Lulû, o bichon maltês.
(Giuseppina passeava-se pelos jardins com um papagaio, Loreto ao ombro). Viviam no piso térreo, levanta-se às 5 da manhã para tatar da faina  agrícola (a propriedade  que chegou aos 900 hectares) e remodelava a casa para "dar a muitos pobres operários que a miséria na classe pobre é grande, grandíssima". Construíu o Hospital de Villanova para a população local e orgulhava-se de que "na minha aldeia, o povo não emigra". "Se fosse governo, não pensava nos partidos, branco, vermelho ou preto - pensava no pão para comer." Belo exemplo para os politicos portugueses, atá para o que não vão à ópera."

Jorge Calado, Sant´Agata in Actual, 16 de Fevereiro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bento XVI renuncia


Ontem o  Papa surpreendeu o Mundo. Confesso o meu  espanto que, num primeiro momento, julguei que o Papa anunciava a sua renúncia em Italiano. Não, a solenidade do momento exigia o uso do Latim. Os media exploraram o assunto,  publicando comentários e mais comentários. Por isso, abstenho-me de mais um...

Bento XVI, uma voz frágil reveladora da sua compleição, retira-se com a dignidade merecida. Deixa a  outro a continuidade da Igreja,  Alguém com  coragem para enfrentar os problemas do nosso mundo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Corruptos à solta


A corrupção domina o nosso mundo. Mas o mais confrangedor é assistir à "tranquilidade" destes senhores que continuam por aí, assumindo funções públicas. Multiplicam-se os casos de políticos e gestores que prosseguem como se nada fosse: uns perdem momentaneamente a memória e o dinheiro das suas contas bancárias, o que não invalida o ressurgimento em  negócios milionários em Cabo Verde ou algures num outro paraíso. Mais escandaloso ainda, continuam a ditar as suas regras como assesores privados do Governo...
A promiscuidade entre negócios públicos e privados não dá sinais de abrandar. Eis a   tomada de posse de um novo Secretário de Estado que, segundo é público e notório, aparece como mais um gestor e governante tranquilo, esquecido das declarações prestadas na Assembleia da República...

Não venham acusar-nos de má fé, porque os registos confirmam estas faltas de pudor.É por estas e por outras que a imagem dos políticos está pelas ruas da amargura. Infelizmente, a corrupção grassa por aí como uma pandemia difícil de erradicar. Aqui ao lado, em Espanha, surgiu o PP com o seu impoluto  primeiro-ministro. E isto para não falar nos negócios do genro do Rei  e outros... No Brasil nem o Presidente Lula escapa e em Itália as negociatas de Berlusconi não têm conto.
Com o mal dos outros, estamos nós bem. Contudo, uma "linha" nos separa dos restantes países. Enquanto lá por fora, a Justiça funciona, em Portugal a corrupção extingue-se em processos que prescrevem...