terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Elefante Solimão


Da Índia veio o elefante que muito deu que falar. Meses de uma viagem longa para uma curta estada em Lisboa, onde houve por nome Salomão. Logo decidiu el-Rei ofertá-lo a Maximiliano II da Áustria, privando os portugueses desse animal exótico que tanta admiração causava. Nada mais restava a Salomão que preparar-se para mais uma longa jornada, calcorrear montes e vales através de meia-Europa até atingir o seu destino. E assim aconteceu, porque "sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam"...

Deste episódio saíu a "história" que José Saramago compôs em A Viagem do Elefante. Criatividade, ironia e capacidade crítica num pequeno livro agradável de ler, mesmo para os mais renitentes em admirar o Autor. A "estória" do elefante Solimão, assim renomeado pelo imperador para simbolizar o domínio sobre os Turcos de Magnífico, recordei-a esta tarde no Museu de Arte Antiga quando visitava a exposição Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII.

Cerca de dois anos depois de entrar em território imperial, Solimão morreu. Grande pesar causou esta perda. Mas logo o sentido prático dos homens avançou para a "reciclagem", esclarecendo Saramago que as patas serviram para suporte de bengalas e bastões. Antecedendo assim o princípio que deu fama a Lavoisier, seguia-se a regra de tudo transformar. E dele mais ainda se fez um banco com as armas de Maximiliano II. Do Guia da Exposição transcrevo a nota.

" A história deste curioso banco está ilustrada e inscrita no seu próprio assento, uma omoplata de elefante. Numa das pernas do banco figuram os brasões de armas da Áustria e de Espanha, símbolo da aliança matrimonial do sacro imperador romano com Maria, sua prima e filha de Carlos V, e numa outra surge o brasão de Maximiliano, rodeado pelo colar da Ordem do Tosão de Ouro."

Posto isto, restava o marfim. Que caminho levou essa matéria-prima ? Algumas peças expostas seriam oriundas de Solimão?

domingo, 27 de setembro de 2009

Os Segadores



Continuo fã do youtube, onde a escolha se torna difícil!
Vídeo sobre pintura: Julien Dupré que viveu no século XIX. O naturalismo das cenas da vida rural de outrora. Outros tempos!...

Votar, o que é isso?

Não resisti e copiei a foto do dia como o Sapo lhe chama. A menina, cerca de 2-3 anos, olha atenta por debaixo da mesa de voto. Enquanto isso a mãe exerce o seu direito ( e dever ) de votar.

E depois, será que a menina não fez perguntas? Por exemplo, "O que é isso de votar?"
Cresce e, mais tarde, compreenderás!...

O Padrinho


Apetecia-me uma tarde de cinema. Lembrei-me de O Padrinho e daí a repescagem da foto de Marlon Brando e de uma nota informativa sobre a realização do filme. É assim para que não se perca a memória de uma grande obra cinematográfica.

"The Godfather (O Poderoso Chefão), é um filme americano de longa-metragem de realizado em 1972, dirigido pelo cineasta Francis Ford Coppola, baseado em um romance homônimo de Mario Puzo. O roteiro da versão cinematográfica foi elaborado a partir da adaptação do livro pelo próprio Puzo, acompanhado de Coppola. (...)

No fim dos anos 60 a Paramount contratou Mario Puzo para escrever um roteiro. O escritor então resolveu contar a história de uma família de mafiosos. Achando que não obteria êxito em um filme sobre mafiosos naquele momento, a Paramount resolveu não filmar o roteiro. Daí Mario Puzo lançou-o em forma de livro, que, em pouco tempo, se tornou um best-seller. Dia após dia sua popularidade crescia, e cresceu tanto a ponto da Paramouont começar a ter interesse em produzir um filme baseado no romance de Mario Puzo. (...)

No princípio Coppola queria Marlon Brando para o papel de Don Vito Coeleone, mas sua má reputação como ator irresponsável, imaturo e demasiadamente polêmico, dificultavam a aceitação da idéia de Coppola. Se já era difícil colocar um ator conhecido como Marlon no filme, a intenção de Coppola de entregar ao desconhecido Al Pacino o papel de Michael Corleone não foi sequer considerada. Após Brando e Pacino fazererm testes por sua própria conta, foram finalmente aceitos.



Sinopse

O filme inicia no casamento de Constanzia "Connie" Corleone. Durante o casamento, Don Vito Corleone atende velhos conhecidos e amigos, que vêm até ele para pedir favores ou ajuda, já que um italiano não pode recusar algo no dia do casamento de sua filha. Um destes é um velho agente funerário italiano, Amerigo Bonasera, cuja filha foi estuprada, espancada e invalidada. Os rapazes que fizeram isso com a jovem foram capturados e se submeteram a julgamento, mas foram soltos no mesmo dia. Agora ele quer justiça. Após longas conversas, Don Vito sai para apreciar a festa de sua filha e tirar a foto da família, porém se recusa a fazê-lo até a chegada de Michael, o seu filho preferido, e que mais tarde se tornaria o novo chefe.

Agora a família vê a chance de ganhar mais dinheiro do que jamais teve, ingressando no negócio do narcotráfico, proposto por Virgil Sollozzo, ”O Turco”. Porém Don Corleone não acha que seja certo, ético e muito menos fácil entrar nesse negócio. Ele acredita que seus subornados (senadores, agentes policiais e juízes) não iriam aceitar esse negócio com facilidade por ser um negócio arriscado demais, além de extremamente ilegal. Mas o Turco não vai deixar sua oportunidade de fazer milhões de dólares fáceis escapar assim de mão beijada.

O Turco consegue o apoio da Família Tattaglia para seu plano, e para pô-lo em prática decide que não pode haver Don Corleone. Um atentado à vida de Don Corleone é planejado, e ele é atacado enquanto volta para seu carro. Vito abatido, agora está no hospital se recuperando, mas Sollozzo não gostou de saber que ele não está morto e planeja um ataque surpresa. Michael chega ao hospital antes do ataque e muda seu pai de quarto. Michael encontra Enzo, o padeiro, subindo as escadas do hospital, e manda-o descer: eles fingem ser guardas para proteger o Don. Sonny manda homens para proteger o pai, mas pede a Michael que segure a barra até eles chegarem. Michael impede que os policiais entrem mas leva um soco na cara, de um policial cúmplice da família Tattaglia.

Agora que já se sabe do atentado, os Corleone vão tentar atacar os Tattaglia. Michael marca um encontro com o policial e Sollozzo. No local marcado Michael pega uma arma e tira a vida dos dois. Agora começou a guerra das Famílias e Michael se vê obrigado a fugir para a Sicília. Lá conhece e se casa com Apollonia, uma siciliana virgem. Michael vive feliz com ela e até deixa de querer voltar à América. Mas um atentado à vida de Apollonia o faz voltar.

De volta, Michael reencontra Kay, sua antiga namorada, e resolve se casar com ela. Depois assume o controle da Família e põe um fim à guerra, pegando todos os traidores e cúmplices, assassinando-os a sangue frio.


Principais intérpretes
Marlon Brando... Don Vito Corleone
Al Pacino .... Michael Corleone
James Caan .... Santino "Sonny" Corleone
John Cazale .... Fredo Corleone
Talia Shire .... Connie Corleone
Robert Duvall .... Tom Hagen
Andy Garcia....Vicenzo Corleone
Sterling Hayden .... capitão Mark McCluskey
John Marley .... Jack Woltz
Richard Conte .... Emilio Barzini
Al Lettieri .... Virgil Sollozzo
Diane Keaton .... Kay Adams
Richard S. Castellano .... Peter Clemenza
Abe Vigoda .... Salvadore "Sal" Tessio
Gianni Russo .... Carlo Rizzi

Principais prêmios e nomeações
Oscar 1973 (EUA) "


mario.capelluto@terra.com.br
http://www.sabercultural.com

De verde e mar


António Comonian, pintor brasileiro

A velha árvore plantada à beira-mar leva-nos até onde pode a imaginação...Do mar e da sua lonjura navegando sempre até terras nunca vistas...

Imagens do passado e de um futuro que se quer novo, mas enraizado em valores perenes...

Van Gogh




Num sábado quente de Outono (que ainda cheira a Verão), o youtube recomendou-me este vídeo: a pintura de Van Gogh.
Puro deleite ou evasão?! Um indiscutível tributo ao Artista que continua a alegrar os nossos dias...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Haydn



F. J. Haydn morreu em 1809. Duzentos anos passados e este compositor genial continua a encantar-nos. Homem simples que antepôs o gosto pela música às honras do mundo.
A sua música "ouve-se" a todas as horas, em todos os momentos da nossa vida. Basta saber escolher!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Umberto D


Esta tarde, ao sair na Baixa-Chiado em direcção à Rua da Vitória, deparei com a projecção de uma sequência de Umberto D, um filme de Vittorio de Sica que marcou o cinema italiano do pós-Guerra.

Para compreender o enquadramento histórico-social do filme basta clicar no título desta mensagem. Por aí se percebe a inclusão de Umberto D na lista das melhores obras do cinema clássico italiano. Clássico, porque intemporal. E hoje, que mudados estão os tempos, persistem os mesmos problemas sociais...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Maquiavelismo e suspeição

Maquiavelismo, suspeição e falta de ética, assim se caracteriza o actual momento político. E porque o futuro não se vislumbra melhor, os portugueses andam calados e tristes.

Está instalada a desconfiança entre responsáveis políticos e isso obsta ao entendimento e paz social necessários à governação. E falhando a credibilidade naqueles que nos governam, a esperança esfuma-se até atingir o ambiente de crise rumo à depressão colectiva.

Agora que se aproxima a data das eleições, pede-se um período de tréguas. E depois de 27 de Setembro, poder-se-á acreditar que tudo irá ser esclarecido?

Sobre a análise desta crise institucional, transcrevo um excerto do comentário de Ricardo Costa, publicado no Expresso de sábado. Tudo fica claramente dito.

"Caso alguém se tenha esquecido, a história das escutas (ou vigilância), a que o expresso chamou "Sillygate", começou no início de Agosto. Nessa altura, o Presidente e o primeiro-ministro só tinham uma coisa a fazer. Falar aos dois directamente sobre o assunto. , tomar as medidas necessárias, investigar o caso aparte a parte, tirar as respectivas consequências e explicar o caso ao país. Mas não fizeram nada disso.
Cavaco e Sócrates deixaram o cortejo seguir rumo ao precipício. É lá que estamos metidos agora. Para todos o efeitos, uma parte dos portugueses acha que o governo vigia os movimentos do Palácio de Belém. Outra parte acha que a Presidência da República quer queimar José Sócrates a todos o custo. Há quem ache as duas coisas e quem não ache coisa nenhuma. Mas não deve haver uma alma no burgo que ache que isto é normal.
Ou muito me engano ou este caminho não tem recuo. Neste momento José Sócrates já decidiu que vai fazer tudo para apear Cavaco Silva de Belém. E está mais que disposto a engolir Manuel Alegre como candidato conjunto do PS, do Bloco e do PCP, cujo candidato vai desistir na véspera das presidenciais. E Cavaco está decidido em arrumar José Sócrates numa página irrelevante da História. E nós, temos mesmo que assistir a isto?"

domingo, 20 de setembro de 2009

Canto do rouxinol




Que bem que se está no campo, escutando os sons da natureza.
Também em Lisboa é possível ouvir o rouxinol. Experimentem a Quinta das Conchas, de manhã cedinho.

sábado, 19 de setembro de 2009

Portugal ingovernável?

Portugal ingovernável? Optei por um título interrogativo, esperando que a realidade contrarie os prognósticos de comentadores políticos. Infelizmente não é apenas a opinião de experts, mas também do povo comum. Vozes de gente anónima que, fustigada pela vaga de "arruadas" ( palavra tão repetida nestas campanhas), reage com alguma irritação ao apelo dos leaders partidários. Que façam uma coligação para combater a crise, foi a resposta de um cidadão de rosto cansado que, sem receio de "passar" na TV, desafiava os políticos a trabalhar pelos reais interesses do país...

Enquanto isso, prossegue a campanha eleitoral. Campanha que bem poderia ser "alegre"e se transformou numa campanha dura e insultuosa sem respeito pelos outros. Triste espectáculo da democracia e que mau exemplo para os mais novos!...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Retratos de Mulher




Ao longo de quinhentos anos retrata-se a beleza feminina. É um percurso feito por diferentes artistas e escolas que "viram" a mulher: rostos expressivos (alguns não tanto) que merecem ser admirados.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sob o espectro do racismo

O racismo existe e nenhum país está isento. Fenómeno em estado latente em certos casos, e noutros, de forma brutal.
No ano em que os Estados Unidos elegeram um presidente "diferente" pela cor da pele, a sociedade americana ainda não se libertou de preconceitos racistas. Longo foi o caminho percorrido até ao dia que permitiu a um jovem mestiço estudar numa boa escola superior. Conquistado o diploma, Barack Obama pôde então sonhar com um um alto cargo político. E o sonho materializou-se quando o senador ascendeu a presidente.

O Mundo rejubilou com a eleição que, no entanto, não correspondia a uma unanimidade interna. Obama sabia e nós também. E, pouco a pouco, os malentendidos vão surgindo. A sensibilidade de Obama manifestou-se há poucos meses a favor de um negro que desrespeitou a polícia e agora a notícia remete para a animosidade de um congressista branco.


"Acho que boa parte da intensa demonstração de animosidade em relação ao presidente Barack Obama é baseada no fato de que ele é negro, é afro-americano", afirmou Carter, 84 anos, ao canal NBC.

"Eu morei no sul e vi o sul cruzar um longo caminho. Mas a tendência ao racismo ainda existe e acho que voltou à superfície por causa da crença de muitos brancos, não apenas no sul, mas como em todo o país, de que afro-americanos não são qualificados para liderar este grande país".
"É uma circunstância abominável, e me entristece e preocupa profundamente", acrescentou Carter.

As declarações de Carter foram feitas uma semana depois de um congressista republicano, Joe Wilson, ter chamado Obama de mentiroso em voz alta para protestar contra sua política relativa à reforma do sistema de saúde.
Na Espanha, onde apresenta seu livro "La Isla bajo el mar", Isabel Allende afirmou que a oposição a Obama revela um racismo oculto do qual não se fala.
"A eleição de Obama foi uma coisa fascinante, mas há muito racismo subliminar, oculto neste momento nos Estados Unidos na oposição a Obama", disse a escritora.
"Nunca se menciona a raça, mas há um elemento racista muito forte, do qual não se fala muito, mas existe, já que há muitas pessoas, principalmente mais velhas, de direita, que foram criadas num país segregado, muito racista, e a ideia de ver uma família como a de Obama na Casa Branca os irrita profundamente", acrescentou.

Allende, de 67 anos, apresentou "La isla bajo el mar", um romance sobre uma escrava negra na Saint Domingue (atual Haiti) do século XVIII.

In Google, Notícias, 16 de Setembro

Sinfonia Fantástica




Para ouvir em todos os momentos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ciclovias em Lisboa


Eis uma boa notícia: o alargamento das ciclovias em Lisboa. Registo que, por certo, agrada a lisboetas e a visitantes.

Dirão os mais críticos que isto coincide com a proximidade das eleições autárquicas. Pois é, mas se isso acelera o desenvolvimento...então, agendem-se eleições todos os anos!

Retirei hoje do Expresso on line que publica também um video informativo.


A rede de ciclovias de Lisboa deverá ter cerca de 40 quilómetros até ao final de Setembro, sendo, já possível pedalar entre Belém e o Cais do Sodré e entre Benfica e Campolide.
O vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes estima que, em dois anos, Lisboa poderá estar equipada com cerca de 90 quilómetros de pistas cicláveis, uma infra-estrutura que o autarca integra no projecto de "mobilidade suave" da autarquia.
"Isto não é uma proposta isolada. Está a decorrer o concurso para a rede de bicicletas de uso partilhado e será completada com as zonas 30 [quilómetros], em que a bicicleta partilha [o mesmo espaço] com o carro", afirmou à Lusa Sá Fernandes.
Caso seja eleito, na lista do PS, liderada por António Costa, Sá Fernandes calcula que toda a rede de pistas cicláveis demorará dois anos a construir, as bicicletas de uso partilhado funcionarão no próximo ano e as "zonas 30" estarão concluídas no espaço de quatro anos.

Por enquanto, é já possível pedalar em pista nos troços Benfica - Campolide e, em sete quilómetros da frente ribeirinha, entre Belém e o Cais do Sodré.
Até 23 de Setembro, Sá Fernandes assegura que estará a funcionar "o anel Palácio da Justiça - Campolide - Benfica - Carnide - Telheiras - Lumiar - Campo Grande".
Ainda em Setembro, entra em obra o percurso que unirá, em vários troços, Telheiras ao Parque das Nações.

Confrontado com as críticas que as obras têm sido alvo e que motivaram uma providência cautelar interposta pela Junta de Freguesia de Carnide, o vereador contrapõe que "a maior parte destas pistas foram decididas através do orçamento participativo".

"Foram alvo de discussão, foram apresentadas em todas as juntas de freguesia abrangidas", sublinhou, referindo-se à acusação de que a obra foi imposta, sem diálogo com as populações. "Acho que essa é uma crítica injusta", insiste. Todas as ciclovias têm um custo estimado de cinco milhões de euros, mas Sá Fernandes espera que a autarquia gasta dois milhões de euros com as obras, devido à participação de verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e de patrocínios.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

France Telecom, reestruturar ou desumanizar?



Os funcionários da France Telecom atingiram o limite da capacidade de resistência. Em nome da reestruturação acontecem despedimentos e mobilidade, desfazem-se equipas e exige-se uma rápida adaptação a novos lugares.
Pela rendibilidade da empresa sacrifica-se o bem-estar dos trabalhadores que, perdendo as referências de conviviabilidade laboral e familiar, entram em stress e depressão. O clima de abatimento generalizado assumiu tais proporções que levou à intervenção do Governo.

Para que conste fica o registo noticioso. E, então que mais acrescentar, sendo tão óbvias as conclusões?

PARIS, França — O governo francês decidiu intervir na crise que afeta a gigante das telecomunicações France Telecom depois do suicídio de 23 trabalhadores no último ano e meio, que os sindicatos atribuem ao estresse e à reestruturação interna provocada pela crise financeira.

O ministro francês do Trabalho, Xavier Darcos, convocou o presidente do grupo, Didier Lombard, a quem receberá na terça-feira, e pediu, ao lado da ministra da Economia, Christine Lagarde, que convoque um conselho de administração dedicado ao assunto.

"É uma obrigação, um dever, para a empresa e o governo, que é um acionista importante, abordar este assunto", afirmou o secretário-geral da presidência francesa, Claude Gueant.
O Estado francês é o principal acionista da France Telecom (26%), privatizada em 1997.

Lagarde pediu uma investigação profunda do problema para descobrir se a reestruturação ou as mudanças no sistema de trabalho provocaram os suicídios, depois de considerar que "são 23 histórias individuais, mas são todas na mesma empresa e geralmente são a expressão de uma grande inquietação e de uma grande solidão na empresa".

"Não são dramas pessoais", respondeu o secretário-geral da CFDT, um dos principais sindicatos da França, Francois Chereque.


"O suicídio é resultado de determinadas dificuldades pessoais, mas cometê-lo no local de trabalho é um pedido de atenção sobre um problema diretamente vinculado ao lugar em que acontece".

Desde fevereiro de 2008, 23 funcionários da France Telecom se suicidaram e a tragédia mais recente aconteceu na sexta-feira passada, quando uma mulher de 32 anos se jogou pela janela do escritório em Paris.

Os sindicatos atribuem os suicídios aos métodos de gestão no grupo, um gigante mundial das telecomunicações que tem 100.000 funcionários da França.

domingo, 13 de setembro de 2009

De bem com a vida!

Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora.
determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
. Há tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou; tempo para matar, e tempo para dar a vida; tempo para destruir rrubar, e tempo para edificar; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para se afligir e tempo para dançar; tempo para espalhar pedras, e tempo para as ajuntar; tempo para dar abraços, e tempo para perder; tempo para guardar e tempo de lançar fora; tempo para rasgar, e tempo para coser; tempo para calar e tempo para falar; tempo para a guerra, e tempo para a paz. "

Eclesiastes, 3, 1-8


Nem sempre compreendemos os caminhos da vida, mas todas as coisas têm uma finalidade. Deixemos fluir o tempo e as suas determinações...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vodafone


Não basta um logótipo e um vasto mercado para criar uma empresa. Requer-se mais, exige-se uma boa qualidade de serviço que passa pela eficiência técnica, profissionalismo e competência dos seus funcionários. É por aí que se constrói e desenvolve a imagem do produto que se pretende vender. Estas considerações aplicam-se à Vodafone, uma telefónica internacional de grande dimensão. Desta vez e, contra o meu hábito, escrevo para dizer mal.

Resumo o caso. Durante mais de ano e meio fui cliente da Vodafone. No entanto, a falta de rede no local de férias forçou-me a mudar. Processo de mudança que se arrastou até Agosto. Mas com o bloqueio do telefone fiquei sem acesso à agenda existente no cartão.

Por contacto telefónico informaram-me que poderia dirigir-me a uma loja Vodafone para obter a cópia dos contactos telefónicos do citado cartão. Obtida a informação específica de que poderia tratar o assunto na Loja da Avenida de Roma, adiei até à tarde de 31 de Agosto. E qual não foi o espanto quando a funcionária do atendimento recusou, por impossibilidade técnica, a cópia da agenda do cartão. Então, informou-me que tal só seria possível nas lojas existentes no Parque das Nações ou em Benfica, próximo do Centro Comercial Fonte Nova. Indignada, registei a reclamação.

No dia 1 de Setembro dirigi-me à Loja de Benfica. Aí nova recusa. A indignação redobrou, fiz nova reclamação e, achando a explicação de um surrealismo extremo, pedi para falar com a directora da Loja. De nada serviu o ter-lhe recontado a "história" e o argumento de que, sendo esta loja especializada em resolver avarias técnicas, bem poderiam resolver a questão da cópia de um simples cartão. E assim, de loja em loja, cheguei ao Colombo.

Era a terceira loja e, porque às três é de vez, aí encontrei a solução. Referi todos os passos dados e, entretanto, tinha quatro folhas A4 com todos os números de telefone do referido cartão. Tudo num ápice. Afinal, "coisa simples" disse a funcionária que me atendeu. Chama-se Paula Capela, uma senhora jovem e competente que, pedindo desculpa pelo mau atendimento das suas colegas, deixou a promessa de que a Vodafone iria formalmente apresentar desculpas.

Continuo à espera do contacto da Vodafone. Agora seria bom que as entidades superiores repreendessem as funcionárias envolvidas. E em contrapartida, deveria a Vodafone dirigir uma nota de aplauso e louvor à Senhora D. Paula Capela. Eu, por mim, já agradeci e elogiei o eficiente serviço prestado.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Itália ou Portugal?



Vale a pena ver. Da ironia dos italianos que bem poderia aplicar-se a outros tantos cidadãos da Europa ( e do Mundo).
Será possível reconhecer aqui alguns traços de práticas e comportamentos dos portugueses?!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sequestro e violência doméstica

"Não se cale" à violência doméstica é a leitura da imagem que retirei da Internet. Também eu não posso nem quero calar o crime hediondo de sequestro de uma pobre mulher e do seu filho deficiente profundo. Não, não aconteceu num país subdesenvolvido. Foi em Portugal, cerca de 70 Kms. de Lisboa, concelho de Coruche. Crime público que demorou a ser resolvido, porque nem sempre existe coragem para denunciar. Para que conste, transcrevo do Jornal de Notícias o registo do caso.


"Por causa do dinheiro das reformas e por darem "trabalho", uma mulher, de 66 anos, e o seu filho deficiente, de 40, foram mantidos em cativeiro durante 14 meses por outro filho e pela esposa. Foram libertados após denúncia à GNR.

Garantem alguns vizinhos que o caso era do conhecimento das autoridades e que "nunca ninguém fez nada". A verdade é que Jacinta e o filho há quase dois anos que não eram vistos pelas ruas de Fajarda de Cima, no concelho de Coruche.

"As técnicas da Segurança Social vinham aí e eram logo postas fora pela família", assegura um dos vizinhos explicando que Jacinta antes de ter sido obrigada a permanecer num anexo da sua habitação chegou a pedir comida. "Ela veio aqui umas duas ou três vezes pedir comida porque a família não lhe dava nada" conta uma das vizinhas assegurando que a idosa contava que o outro filho e a nora "lhes batiam".

As vítimas começaram por viver sozinhos na moradia, que foi reconstruída com a ajuda da Segurança Social, segundo vizinhos confidenciaram ao JN. Foi só quanto o outro filho, de 42 anos, canalizador da Câmara de Coruche, se mudou-se com a mulher e quatro filhos para a casa que o inferno começou. Terá sido a partir desta altura que a mãe e o irmão, deficiente mental profundo foram obrigados a mudar-se para um pequeno anexo da casa e aí mantidos em condições desumanas.

O casal foi detido pela Unidade Nacional Contra o Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), na tarde de anteontem, e serão presentes hoje de manhã ao juiz de instrução do Tribunal de Coruche para aplicação das medidas de coacção. São suspeitos da prática dos crimes de rapto, extorsão e violência doméstica.

A idosa encontra-se internada no Hospital Distrital de Santarém devido ao estado de "profunda subnutrição". O filho está já numa instituição de solidariedade social do distrito.

Irmão denunciou

Há alguns dias que o irmão de Jacinta não a conseguia visitar nem ver o sobrinho. Desconfiado de que alguma coisa estivesse a acontecer, decidiu passar pelo Posto da GNR e contar as suas desconfianças. Os militares foram tentar perceber o que se passava na habitação. A recepção não foi das melhores e, perante a suspeita de um crime de rapto, o caso foi comunicado à PJ.

É difícil descrever o ambiente em que estas pessoas viveram durante 14 meses. Luís Neves, director da UNCT, assegura que mãe e filho foram encontrados manietados num espaço sem possibilidade de se deslocarem para o exterior. As portas estavam fechadas com grades e correntes. As vítimas foram sujeitas "a constantes maus tratos físicos e psíquicos e mantidos em estado de carência absoluta de cuidados higiénicos ou médicos e de profunda subnutrição".
"Não sabíamos ser possível encontrar pessoas nestas condições", frisou o responsável.


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Setenta anos depois...

Ainda as efemérides. Setenta anos depois do bombardeamento de Dantzig continua viva a memória da II Guerra, porque os filhos e netos dos leaders políticos da década de 40 recusam esquecer. Terminado oficialmente em 1945, as marcas desse conflito permanecem indeléveis a nível político, ideológico, económico, etc. Efeitos que confluíram na globalização, uma realidade tão abrangente que tocou as mentalidades dos povos e das famílias.

Afastando divagações, fixemo-nos nos actos comemorativos do 1º de Setembro de 1939. Em foco a Polónia que, cercada pela Alemanha e a Rússia, manifesta o direito à sua integridade territorial e autonomia. Dos pactos firmados por Hitler e Estaline fica a memória. Assumindo os erros do passado, o tempo é de respeito pelos mortos. E esse foi o sinal deixado pelos principais dirigentes políticos europeus em Dantzig ( Gdansk). Para não apagar a História.

Santa Beatriz da Silva

Sempre gostei de assinalar efemérides e hoje por maioria de razão. Dia de Santa Beatriz da Silva, portuguesa do século XV que só recebeu honras de canonização pelo papa Paulo VI em 1976. Não sendo longa a lista dos "nossos santos" ainda nos arriscamos a perder mais um para os nuestros hermanos. Habituados a estas apropriações já não estranhamos: S. João de Deus, Santo António. De Lisboa ou de Pádua, tanto faz! A universalidade só nos pode orgulhar!

Afinal, nestas coisas não vale a pena discutir. Para quê avaliar o peso da genética e do meio onde se cresce e vive? Assim, Campo Maior continuará a festejar a memória de Beatriz da Silva e todos nós, portugueses e espanhóis, seguimos com admiração o percurso de uma mulher notável!