sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Flores para uma Mãe


Conheci-a há trinta e três anos, num dia de Outubro. Transportava as marcas da viuvez num vestido  branco e preto e na ansiedade com que preparava o novo ano lectivo do seu único  filho. Ano, após ano, o Miguel correspondia ao esforço e dedicação da Mãe. Por esse tempo não havia telemóveis, mas naquela casa  sabiam sempre um do outro.  Comunicavam através de um caderno com um lápis preso por cordel  que, estando no chão da entrada,  dava conta da  localização do ausente, da  hora prevista do regresso a casa, da mensagem de um telefonema, etc. .
Muitas vezes observei a  alegria e orgulho nos olhos da Mãe  que soube educar tão reponsavelmente o seu menino que, sendo hoje cidadão e pai exemplar, deu provas de um comportamento de excepção.  Pelo  amor e cuidados prestados, em especial nos dois últimos anos de uma doença sem remissão.   
Por mais esperada, a morte chega sempre demasiado cedo. De quem parte ficam as memórias de vida cruzadas entre  familiares, amigos, colegas e vizinhos. Hoje despedimo-nos da Lurdes que, por esta hora, repousa já na sua Bragança-natal que tanto amava. De um amor só ultrapassado pelos laços que a uniam a seu filho e à família.

 Que descanse em paz! Para mim, ficam para  sempre as lembranças da   amizade que as relações de trabalho e de vizinhança sedimentaram...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Bom Político


Independentemente do regime, aos políticos exige-se dignidade e boa conduta. De República  levamos mais de cem anos e desse regime sonhado como "sendo feito pelo povo e para o povo", sinto uma enorme desilusão.  É o mínimo que posso dizer do ambiente político que vivemos por estes dias. 
Bons políticos, precisam-se! Honestos e capazes de  criar esperança em tempos de crise. ..

"A capacidade de reunir os povos em tempos de crise, mesmo «tendo apenas para prometer sangue, suor e lágrimas» é o que distingue um estadista de um simples político."

Miguel Sousa Tavares

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Boas notícias em Portugal

Para animar, registo três boas notícias.  A mais recente diz respeito à existência de ouro no Alentejo, na zona de Montemor. Quem sabe se não estará aí uma saída para as dificuldades que atravessamos.  Pelo menos criam-se alguns postos de trabalho, o que já não é mau. 
Seguem-se duas outras notícias. Tão ou mais agradáveis, uma vez que apontam para o bom desempenho dos portugueses. Para que se saiba: as  nossas crianças começaram a melhorar o aproveitamento em Matemática. Afinal, não foi em vão a aposta na  formação dos professores. E ainda para alimentar o nosso ego, uma outra boa notícia que confirma o nosso empenhamento e capacidade de trabalho. Nada mau em confronto com outros países,  desta vez, no sector agrícola. E agora é continuar a melhorar!!!

1.  "A Colt Resources, que se dedica à exploração e desenvolvimento de projectos mineiros, sobretudo de ouro e tungsténio, revelou que “foram identificadas mineralizações de ouro em várias jazidas, numa zona com um comprimento de 30 km”. Num total de 12 sondagens, “todas as perfurações intersectaram rochas mineralizadas em ouro”, lê-se num comunicado de imprensa.
A empresa finalizou já o programa de 12 sondagens de ouro nesta área (numa zona do concelho de Montemor próxima de Évora), e o seu presidente, Nikolas Perrault, congratula-se “por verificar que cada perfuração atingiu a zona mineralizada”. Disse também, no mesmo comunicado de imprensa, que os dados já começaram a ser analisados, “antecipando um novo programa de pesquisa

2.  " Em três estudos internacionais, os alunos portugueses de nove anos conseguiram ficar acima da média.
Os alunos portugueses do 4.º ano tiveram melhor desempenho a Matemática do que em Ciências ou leitura em dois estudos internacionais que foram realizados em 2011 para avaliar as competências das crianças de nove anos nestes domínios.
Dos 50 países que participaram no estudo que avalia o desempenho em Matemática e Ciências – Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS) –, Portugal ficou, respectivamente, em 15.º e 19.º lugar.
O desempenho em leitura foi avaliado pelo estudo Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS), em que Portugal participou pela primeira vez, tendo também aqui ficado em 19.º lugar. Ambos os estudos são realizados pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA).

3. "Portugal foi o 5º País da União Europeia com maior rentabilidade no sector agrícola, neste ano de 2012, segundo dados revelados, ontem, pelo Eurostat que indicam que o rendimento na agricultura cresceu 9,3%.
À frente de Portugal aparecem a Bélgica, com um aumento de 30%, a Holanda, com 14,9%, a Lituânia, com 13,6% e a Alemanha, com 12,1%. A vizinha Espanha ficou em 14º lugar com um rendimento de apenas 2,4%.
As culturas de sequeiro, com destaque para os cereais, ficaram claramente marcadas pelo Inverno seco o que levou a uma dependência muito grande do exterior, relativamente às áreas de regadio registaram produções muito significativas.
Neste capítulo, Alqueva teve um papel preponderante por exemplo na produção de milho foram cultivados 6000 hectares com produtividades das mais elevadas a nível mundial, na ordem das 21 toneladas por hectare. Só na Bacia de Paris, uma das mais produtivas do Mundo em milho, é que se registam produtividades próximas com 18 a 20 toneladas por hectare.”

Notícias recolhidas na Internet

domingo, 9 de dezembro de 2012

Uma lança em África

Quantas vezes usamos expressões, cuja origem se desconhece. Uma lança em Àfrica...um desses ditos que, de tão repetido, se lhe perdeu o significado.  Alexandre Herculano conta-nos como foi a  "origem de um provérbio nosso."

"Estando o Condestável, já velho conversando, acerca de coisas de guerra, com alguns cavaleiros, e encostado a uma janela do Convento, que dava para o Rossio, houve entre eles, quem dissesse, que, se Portugal tivesse algum rompimento com Castela, ele assim quebrado de forças não poderia já  alcançar tantos castelhanos com dantes fizera. Ouvindo isto, o Condestável pegou., pegou de uma lança, despediu-a pelos ares, e a fez ir por  ir cair a extraordinaria distância, acrescentando: Se a minha Pátria carecer de mim, ainda meterei uma lança não só em Castela, mas em África. Daí, dizem, nasceu o dito popular "Meter uma lança em Africa."


Alexandre Herculano, Panorama, 1937 (ortografia actualizada)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Niemeyer partiu...

Morrem os génios, mas a sua  obra permanece. Brasília e outros muitos projectos hão-de ficar para atestar a modernidade de Oscar Niemeyer. Uma longa carreira interrompida a poucos dias de completar  105 anos. Passou pela vida, desfrutando a beleza e o convívio. Dizia fazer arquitectura como um  "passatempo" e  explicava a sua criatividade como o produto de um museu que guardava dentro de si...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Políticos!!!




Ouvindo os últimos títulos dos jornais fui levada a pensar nos requisitos essenciais de um político e acabei em honestidade e competência: Dois atributos que suportam todas as outras qualidades que hão-de fazer um "bom político". Tanto assim é que os  demagogos, mais tarde ou mais cedo, caem  em desgraça, enquanto os menos simpáticos ( mas competentes) acabam por alcançar  gradualmente o reconhecimento público.

Assumo que deixei de ter paciência para ouvir os políticos. A isso me obrigaram, porque todos prometem, prometem e depois nada fazem Ou melhor, fazem o seu  contrário.  Em Portugal parecia tudo bem em Agosto,  mas em menos de um mês tudo mudou. A gota de água caíu  com a comunicação de  Passos Coelho  em  7 de Setembro (dia que ele terminou no Tivoli, trauteando a  "Nini") que, tal como  um clic, acordou o povo para o mundo real da austeridade sem esperança. Hoje, menos de três meses depois,  a credibilidade do Governo, que já não era muita,  entrou em queda livre...

Nunca pensei que chegássemos a este desvario governativo. A  maioria destes ministros revela ignorância, impreparação, insensibilidade e falta de senso. Desse bom senso que já Descartes discorria e que, bem vistas as coisas, não abunda  por aí.  Ao invés, existe  vaidade e  soberba  no discurso e na prática governativa que prima pela escassez da  inteligência e preparação técnica. É o mínimo que me apetece dizer destes políticos que só olham   para os seus interesses, esquecendo o País...  

Aos políticos actuais e futuros aconselho, se me é permitido, mais atenção ao bem-estar dos cidadãos, mais cuidado nas palavras e nos actos. Afinal, os princípios básicos da moral, porque de valores é também esta crise.