Recordar é viver, diz o povo. Quis o acaso levar-me a esse regresso ao passado quando soube do paradeiro da minha antiga professora de Francês. Depois de ter estado alguns anos na Suíça, regressou ao nosso país, onde espera acabar os seus dias. Hoje é uma velha senhora de 94 anos de corpo debilitado, mas de rosto fresco que se abre num sorriso de alegria ao receber-nos. Imagem serena e de paz que transparece na lucidez do discurso e nas recordações que evoca.
- libertar a cabeça de preocupações;
- acreditar que amanhã será melhor;
- viver com sinceridade;
- dar atenção aos outros;
- nunca esperar recompensas.
Ouve atenta o resumo do nosso percurso de vida e depois quer saber se somos felizes. Troca de sorrisos, algum embaraço e, claro, que sim: somos felizes!! Ela parece ter-se adaptado tão bem às limitações da bomba de oxigénio como às mudanças dos tempos. Mulher de fé que continua a rezar muito, preocupada com a maldade do mundo e das suas convulsões ( o dia tinha girado à volta do tiroteio de Toulouse). Fala da carência de felicidade que, no seu entender, é sinónimo de paz...
Durante todo o dia recordei este encontro. Afinal, desta visita, que tanto desejava e ao mesmo tempo receava, só pude colher os benefícios de uma lição de vida. Resultado de uma disponibilidade de espírito que, segundo uma mensagem recebida, aponta para:
- libertar o coração de ódio;- libertar a cabeça de preocupações;
- acreditar que amanhã será melhor;
- viver com sinceridade;
- dar atenção aos outros;
- nunca esperar recompensas.
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