Nunca ser esquecido... Desejo de quase todos, embora só alguns usufruam desse direito. Camões merece-o. Ei-lo do alto do pedestal, onde o colocaram no já distante ano de 1867, olhando ao redor. Pose majestática ( não fosse ele o rei dos poetas!), Camões a todos acolhe. Transeuntes de passagem e grupos em manifestação que recorrem à sua memória para expressar indignação.
O Largo de Camões configurou sempre o centro da contestação política. Desde 1880, Camões serviu os interesses republicanos que a ele recorreram na última fase da Monarquia e mesmo depois de implantado o novo regime. Durante o Estado Novo existiram igualmente manifestações de grande relevância, as quais adquiriram um novo fôlego nos dias que correm.
Esta tarde passei pelo Camões e daí este regresso ao significado político-social desta Praça. Ali próximo, observa-se a estátua de dois outros poetas - Chiado e Fernando Pessoa -, cujas obras apresentam pontos comuns: o amor à patria, o sentir humano, a crítica social e política. Por esta coincidência, não admira a preferência pelo Chiado, um espaço de memória colectiva, onde ecoa a voz dos que clamaram contra o peso das injustiças, reclamando um mundo melhor!
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