segunda-feira, 30 de abril de 2012

Para começar bem o dia


 Um pouco de ternura e alegria para os dias que passam.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Indo eu, indo eu a caminho de Viseu...




Aconteceu ontem à tarde no CSJB. Música, ginástica, movimento e alegria, onde os ritmos modernos se misturavam com a tradição. Ao acaso, repesquei uma canção da minha infância, agora modernizada. Foi um gosto apreciar como as crianças cantaram e dançaram num alvoroço que  coexistiu com disciplina... 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Comemorando o 25 de Abril


Quando a poesia encontra uma voz que a canta: Manuel Alegre e Adriano Correia de Oliveira. Um  pouco da nossa História em forma de poesia ou uma maneira de assinalar o tempo que passa...o  25 de Abril!!!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Em Mafra tocam os orgãos


Agora que os orgãos voltaram a tocar, Mafra recuperou a glória do tempo de Marcos Portugal.
Para ouvir nesta tarde cinzenta de Abril...

domingo, 22 de abril de 2012

Governo displicente e arrogante


Os sinais não enganam, tal como diria o tal anúncio. Da displicência e arrogância do Governo falam as medidas das duas últimas semanas. Da confusão dos subsídios de férias e Natal para funcionários públicos e pensionistas, da suspensão das reformas antecipadas, da revisão dos direitos de indemnização por despedimento, dos anunciados aumentos da água, do gás, da electricidade, da nova taxa sobre as grandes superfícies, etc, etc. Tudo "boas medidas" que, de certo, irão para "além da troika" e que recaem sempre sobre os mesmos...
Mais chocante ainda o facto do secretismo de tais medidas, à sorrelfa, porque os portugueses não merecem mais. Quanto às  "gorduras do Estado", nada se diz ou faz. Continuam as  famigeradas Fundações e as PP sem mudanças. Entretanto, anuncia-se o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa e a revisão do sistema de Segurança Social. Sobre a Justiça fala-se, mas não se vê nada.
Até agora só se vislumbra a marca do liberalismo. E se isso não bastasse, assistimos ao  tom displicente e até arrogante dos governantes,  inclusive do Primeiro-Ministro. Entre um ar  paternalista e rosto sorridente ou de fala pausada, mesmo soletrada assumem as suas parcas explicações, assim como a chamar-nos estúpidos. Valham-nos os registos televisivos para atestar tanta mentira.

Começo a estar cansada, porque não vejo grande diferença entre o actual e o anterior Governo. Em ambos, a falta de credibilidade e arrogância. Vende-se o património público,  privatizado a baixo preço, enquanto o povo aguenta a austeridade sem esperança. Estagnou a economia, sobem os impostos e a receita do Estado cai. Assim vai Portugal! Tanta  austeridade, para quê?

Mal agradecido



"Passos Coelho dizia que não falava de assuntos domésticos no estrangeiro, mas está a falar mais lá fora do que cá dentro. Esta semana, em Londres, atribuiu à proximidade do 1º de Maio a ameaça de rompimento do acordo de concertação social por parte da UGT, passando à central um atestado de infantilidade política.
É impressionante a velocidade a que o primeiro-ministro aliena e compromete o consenso político  e social que nos tem distinguido da Grécia. Graças à UGT, pode exibir em Bruxelas e Berlim um acordo que, segundo o Presidente da república, era de "fazer inveja" a outros países. Agora, quando a Central dá mostras de já não suportar a imposição de mais medidas "além da troika", com a redução das indemnizações por despedimento, revela-se pobre e mal agradecido. A arrogância nunca é boa conselheira, mas a arrogância de um Governo que não tem a noção da sua fragilidade, apesar da maioria parlamentar, pode ser-lhe fatal."

Fernando Madrinha, in Expresso, 21 de Abril de 2012.

O Grito de E. Munch


"Os "Gritos" são quatro. Refiro-me ao mais famoso quadro de Edvard Munch (1863-1944) - uma espécie de "Mona Lisa" apavorada, raiz de todo o expressionismo. Munch pintou-os entre 1893-1910. Um ano antes fora surpreendido por um pôr do Sol sanguíneo, sublinhado a línguas de fogo, quando passeava com dois amigos pelo fiorde azul-escuro de Oslo; parou, tremendo de ansiedade , e sentiu um grito (skrik) infinito, atravessando a natureza. Assim reza o poema que escreveu. Perto daquela ponte havia um açougue e um manicómio - o que não será dispiciendo.  "O Grito da Natureza" é, talvez, a pintura mais cobiçada pelos larápios de arte. O exemplar (1893) do Museu Nacional de Oslo  (que possui uma versão a pastel, pintada no mesmo ano) foi roubado - e recuperado - em 1994. A versão de 1910, no Museu Munch,  foi roubada em 2004 e encontrada em 2006. A quarta versão, na posse de Petter Olsen, filho de um vizinho e patrono de Munch, vai a leilão na Sotheby´s deNova Iorque a 2 de Maio. O interesse é tal que a pintura será exibida em Londres (13 de Abril), Rússia, Médio Oriente e China! É a mais ricamente cromática das quatro versões, numa moldura  pintada pelo próprio Munch e que inclui o poema que serviu de inspiração. A estimativa de 80 milhões de dólares deve ser ultrapassada."

Jorge Calado, O Grito, in Actual, Expresso, 3 de Março de 2012


Nota - É só estar com atenção às notícias do leilão de 2 de Maio para conhecer o valor alcançado!!

sábado, 21 de abril de 2012

Angelica Catalani em Portugal















Gosto da terça-feira, o dia da aula de História da Música. Desta vez, recuámos a Marcos Portugal, o mais famoso compositor luso-brasileiro de todos os tempos.
Nascido em Lisboa, em 1762, onde fez a sua formação musical na "escola da Patriarcal". Viveu depois oito anos em Itália, de onde regressou, em 1800, com o reconhecimento internacional de "Grande Marcos" que, em terras transalpinas, se distinguira pela originalidade e capacidade de trabalho.
Aos grandes compositores associam-se os nomes de grandes intérpretes. Daquele tempo registo dois afamados italianos:  Angelica Catalani, a soprano, e  Girolamo Crescentini,  mezzo soprano de excelência entre os castrati.  
Angelica, nascida no dia 10 de Maio de 1780 em Senigalia ( Ancona) era um pouco mais nova que Girolamo,  que nasceu em 1762. Os dotes de ambos puderam ser apreciados em Lisboa que, deixou marcas indeléveis em Angélica. A sua estreia no S. Carlos ( então recém-inaugurado) aconteceu no dia 18 de Setembro  de 1801 com  Cleopatra de Nosolini e em Dezembro seguinte interpretava Semiramide de Marcos Portugal.  Em Lisboa conheceu um oficial francês, adido na embaixada do seu país, com o qual casou em 1804, permanecendo em Portugal durante mais dois anos. 
Pelo contrário, em  termos pessoais,  Girolamo não deixou gratas recordações. Entrando em conflito com Angelica, extorquiu a partitura de Semiramide  que, entretanto, a polícia consegue recuperar a bordo do navio que havia de o levar a Itália.
Angelica viveu entre aplausos. Cantou três vezes para Napoleão, mas recusou as suas honras. Trocou a França pelo Reino-Unido, onde permaneceu até 1813. Com a restauração da  monarquia, regressa à  França  de Luís XVIII. Os posteriores anos de paz permitiram-lhe actuar na Alemanha, Itália, Polónia e Rússia. Em 1828 retirou-se da vida artística e instalou-se em Florença, onde criou uma escola gratuita para  formação de jovens cantoras. A sua morte ocorre em 1849, em Paris, quando fugia de uma implacável epidemia de cólera. Três anos antes tinha morrido Girolamo.
 Marcos de Portugal,  que só em 1811 chegou ao Rio de Janeiro para "servir a Corte", havia de permanecer no Brasil até à sua morte.  Ele que sempre fora leal a a D. Maria I e a D. João VI, adquiriu a nacionalidade brasileira em 1824 e nessa condição viveu os derradeiros anos ao serviço do Imperador. Compôs um Hino da Independência do Brasil que, durante muitos anos, seria  cantado nas cerimónias do 7 de Setembro. Morreu no dia 17 de Fevereiro de 1830. 

domingo, 15 de abril de 2012

D. Pedro e o gosto pela caça e pelos touros


Pintura Minoica, Creta, séculos XVIII-XV a. C.

"Foi na Idade Média que a lide taurina começou a definir as suas regras. Depois de constar de uma diversão ou jogo bárbaro, praticado por toda a ralé e que os senhores tomavam como espectáculo, na tradição cartaginesa e romana, a lide tornou-se um treino de guerra, assim como a caça era.

A expansão que ela permitia, a compensação das inibições que ela constituía, tornaram a caça, como a guerra e a lide taurina, um prazer irrefreável. O alanceamento dos toiros foi praticado como uma prova que contraria no homem a "ânsia de segurança". A necessidade que o homem tem de confiar-se aos outros, como se isso afirmasse a sua protecção contra os perigos, torna-se em dado momento como que a revelação de outro perigo maior: a desinibição total, que compromete o desejo e a atitude como vínculos de crescimento. É assim que aparece, a par da ânsia de segurança, o desprendimento, o desafio face à ternura humana, e o impulso de morte.

A touria que D. Pedro tinha na Serra d´El-Rei devia ser um cercado onde as reses bravas eram conservadas em relativa liberdade, uma espécie de primitiva ganadaria. A extrema sensibilidade do touro bravo para escolher os pastos , o seu sentido olfactivo apurado, levam a pensar que a touria seria uma área demarcada e não um curral. A lide estaria integrada na arte da caçada, e não funcionava portanto como espectáculo. E, sobretudo, não incluía a participação de rústicos, excepto quando se tratava de socorrer os senhores derrrubados ou feridos."

Agustina Bessa Luís, Adivinhas de Pedro e Inês, Guimarães Editores, Lisboa, 1986, pp. 128-129.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Joana, a Louca, morreu em 1555

Joana, filha dos Reis Católicos, tornou-se a primeira rainha de Espanha. Toledo foi o local de nascimento da infeliz Princesa que veio a falecer no dia 12 de Abril de 1555 em Valhadolid, onde passou mais de quarenta anos em reclusão.

Da avó paterna recebeu os traços fisionómicos, facto com que sua mãe brincava, chamando-lhe la suegra. A indole nervosa herdou-a por via materna e, tal como a infanta Isabel de Portugal, diz-se hoje que sofria de esquizofrenia. Não sendo de uma beleza rara, agradava pelos lindos olhos verdes que tanto cativaram o noivo, Filipe de Áustria, conhecido por Filipe, o Belo.

Casaram em 1496. Ela manifestava um ciúme doentio por Filipe que, embora também a amasse, mantinha as suas aventuras. Encontrava-se Joana em adiantado estado de gravidez do seu sexto filho quando Filipe morreu de forma mais ou menos inesperada, em Burgos. Então, a partir desse dia 25 de Setembro de 1506, a loucura acentuou-se. Recusando lavar-se e mudar de roupa, passou o resto dos seus dias a guardar a filha póstuma de Filipe e a venerar os restos mortais do marido. Acreditava que ele falava através de Catarina e por isso era tão ciosa dela.

Catarina de Áustria ( assim é conhecida em Portugal) casou em 1521 com D. João que, pouco tempo depois, seria D. João III. Liberta da clausura em Valhadolid, a Princesa de 14 anos servia os interesses dos dois Estados Ibéricos. Cumpria-se um enlace político, mas que, segundo parece, resultou numa união de amor, aquilo que sua mãe nunca pôde alcançar...

Recordar Joana, a Louca, remete-nos para questões como a doença e os jogos do poder político. Joana, apesar de todo o desequilibrio mental, revelava momentos de grande lucidez. Mesmo na hora da morte como narrou Francisco de Bórgia. Por outro lado, a medicina actual pode explicar a predisposição para a esquizofrenia em três gerações: Isabel (Infanta de Portugal), a avó de Joana e, seu bisneto, Carlos ( filho de Filipe II).