quinta-feira, 12 de abril de 2012

Joana, a Louca, morreu em 1555

Joana, filha dos Reis Católicos, tornou-se a primeira rainha de Espanha. Toledo foi o local de nascimento da infeliz Princesa que veio a falecer no dia 12 de Abril de 1555 em Valhadolid, onde passou mais de quarenta anos em reclusão.

Da avó paterna recebeu os traços fisionómicos, facto com que sua mãe brincava, chamando-lhe la suegra. A indole nervosa herdou-a por via materna e, tal como a infanta Isabel de Portugal, diz-se hoje que sofria de esquizofrenia. Não sendo de uma beleza rara, agradava pelos lindos olhos verdes que tanto cativaram o noivo, Filipe de Áustria, conhecido por Filipe, o Belo.

Casaram em 1496. Ela manifestava um ciúme doentio por Filipe que, embora também a amasse, mantinha as suas aventuras. Encontrava-se Joana em adiantado estado de gravidez do seu sexto filho quando Filipe morreu de forma mais ou menos inesperada, em Burgos. Então, a partir desse dia 25 de Setembro de 1506, a loucura acentuou-se. Recusando lavar-se e mudar de roupa, passou o resto dos seus dias a guardar a filha póstuma de Filipe e a venerar os restos mortais do marido. Acreditava que ele falava através de Catarina e por isso era tão ciosa dela.

Catarina de Áustria ( assim é conhecida em Portugal) casou em 1521 com D. João que, pouco tempo depois, seria D. João III. Liberta da clausura em Valhadolid, a Princesa de 14 anos servia os interesses dos dois Estados Ibéricos. Cumpria-se um enlace político, mas que, segundo parece, resultou numa união de amor, aquilo que sua mãe nunca pôde alcançar...

Recordar Joana, a Louca, remete-nos para questões como a doença e os jogos do poder político. Joana, apesar de todo o desequilibrio mental, revelava momentos de grande lucidez. Mesmo na hora da morte como narrou Francisco de Bórgia. Por outro lado, a medicina actual pode explicar a predisposição para a esquizofrenia em três gerações: Isabel (Infanta de Portugal), a avó de Joana e, seu bisneto, Carlos ( filho de Filipe II).





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