"Passos Coelho dizia que não falava de assuntos domésticos no estrangeiro, mas está a falar mais lá fora do que cá dentro. Esta semana, em Londres, atribuiu à proximidade do 1º de Maio a ameaça de rompimento do acordo de concertação social por parte da UGT, passando à central um atestado de infantilidade política.
É impressionante a velocidade a que o primeiro-ministro aliena e compromete o consenso político e social que nos tem distinguido da Grécia. Graças à UGT, pode exibir em Bruxelas e Berlim um acordo que, segundo o Presidente da república, era de "fazer inveja" a outros países. Agora, quando a Central dá mostras de já não suportar a imposição de mais medidas "além da troika", com a redução das indemnizações por despedimento, revela-se pobre e mal agradecido. A arrogância nunca é boa conselheira, mas a arrogância de um Governo que não tem a noção da sua fragilidade, apesar da maioria parlamentar, pode ser-lhe fatal."
Fernando Madrinha, in Expresso, 21 de Abril de 2012.
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