Biblioteca de Éfeso.
Passaram muitos anos desde que visitei a Turquia. Foi uma viagem pela memória da Ásia Menor, onde emergiu a cultura helénica.
Ainda recordo a emoção sentida nesse espaço marcado por grandes nomes da filosofia, da ciência, da literatura e da história da Antiguidade. Agradou-me, de modo particular, Éfeso, cidade da Jónia.http://www.google.pt/efeso(cidade).
Lembrei as vicissitudes políticas. Guerras Pérsicas, conquista de Alexandre Magno e desagregação do seu Império. E a passagem dos reinos helenísticos para o domínio romano.
Em torno do Mediterrâneo, mare nostrum como lhe chamaram, criou-se o Império Romano. Força e poderio daqueles que, tendo sido "conquistadores foram conquistados (culturalmente) pelos vencidos." Era o que pensava, enquanto caminhava pela cidade.
Éfeso, a "desejável", tem o mar a seus pés e por esse mar circularam pessoas e mercadorias que fizeram da cidade uma das mais apetecíveis da sua época.
Actualmente, em ruínas; outrora gozava a animação de casas, de lojas e armazéns, de bordeis e termas. Esplendor do quotidiano de moradores e visitantes, onde sobressaía a monumental Biblioteca (construída no tempo de Adriano) e o famoso Templo de Artemísia (em ruínas). E, mais além, o grande Teatro com deslumbrante vista para o mar.
Por tudo isto, julgo que nem o mais distraído escapa ao sentimento de paz e tranquilidade que a entrada no Teatro suscita! Espaço grandioso que, comportando cerca de 25000 pessoas, acolheu a mensagem do cristianismo pela voz de S. Paulo...
Hoje, passados cerca de 2000 anos, a envolvência do espaço permanece. Numa palavra, Éfeso guarda o fascínio de muitas cidades da Ásia Menor: reminiscências de voluptuosidade, traços das artes mágicas de sábios antigos e ainda a espiritualidade do Cristianismo dos primeiros tempos...
Vale a pena voltar, ainda que só pela via da memória!