Dezembro chuvoso faz renascer a vontade de revisitar lugares e Lisboa continua a surpreender-nos. Da Sé ficou a bela fotografia de um espaço propício ao recolhimento e à oração...e por que não ao canto gregoriano?
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Veni Creator
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Todos fazemos História
Aprendi que, na vida, todos precisamos de todos, do mais humilde ao herói. É esta expressão solidária que dá sentido à nossa existência como pessoas. Independentemente de ideologias...
Num poema sobejamente conhecido, B. Brecht apela à reflexão acerca da História. Dos homens que "actuam" no palco do tempo e da "escrita" (historiografia) que os observadores fazem! Vale a pena ler...
"Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilónia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
quem os erigiu? Quem eram
aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados
continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Filipe de Espanha chorou quando sua frota
naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem
partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos
um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões."
Bertold Brecht
sábado, 26 de dezembro de 2009
Sensibilidade e sensibilidades
Por este tempo as emoções andam à flor da pele. É assim o Natal, uma época marcada por manifestações de afectividade em relação à família, aos amigos e aos mais desfavorecidos. Trocam-se mensagens e presentes, fazem-se visitas ou oferece-se "tempo" em benefício dos outros. Voluntariado solidário que as imagens televisivas reportam, embora nem todos lhe dêem a devida atenção.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Invenções que mudaram as nossas vidas...
domingo, 20 de dezembro de 2009
Sin pan, sin lumbre
Nesta tarde fria fui transportada à Guerra Civil de Espanha (1936-39) por culpa de um programa da TVE. Memória de um tempo de penúria que, durante as décadas de 1940-50, lançou os espanhóis num quotidiano de miséria ilimitada.
Mas o contrabando haveria de continuar e, por vezes, por ridicularias pagavam-se direitos alfandegários. Outros tempos!
sábado, 28 de novembro de 2009
O Desejado
O livro de Roriz além de tentar encontrar a resposta para a rápida decadência da nação lusitana, que por mais de um século foi o país mais rico e poderoso do planeta, apresenta-nos ainda todas as intrigas palacianas e diplomáticas que cercaram o histórico nascimento do filho da princesa D. Juana de Áustria, filha do rei Carlos V de Espanha, imperador do Sacro Império Romano-Germânico e do jovem e frágil príncipe D. João Manuel. Ele ainda nos fala da vida na Europa do século XVI, dos casamentos contratados entre as famílias reais e que visavam apenas a expansão e o domínio econômico das monarquias em detrimento da vontade dos povos dos diversos reinos, da perseguição aos judeus e das relações incestuosas freqüentes nas diversas cortes.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Tempo de Natal
Ladainha dos póstumos Natais
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão-Ferreira, in "Cancioneiro de Natal"
domingo, 22 de novembro de 2009
Luís de Freitas Branco
A música de Luís de Freitas Branco e as imagens do Alentejo, uma sugestão para um fim de tarde.
Ser Alguém!
Fernando Pessoa (Bernardo Soares), Livro do Desassossego
sábado, 21 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Santo António...de Lisboa e de Pádua
Ninguém ignora a universalidade de Santo António. Duas cidades, porém, guardam uma memória especial do Santo: Lisboa e Pádua. Ambas com razões para disputar a sua "posse".
Na Descrição da Cidade de Lisboa não podia Damião de Góis omitir uma referência ao Santo mais popular da cidade que o viu nascer. Aí existia uma capela que, após o Terramoto de 1755, deu lugar à actual Igreja. A dignidade dessa construção adequa-se ao fluxo ininterrupto de devotos e turistas que, por vezes, visitam também o Museu Antoniano anexo.
Da obra de Damião de Góis transcreve-se uma espécie de registo de identificação do lugar-berço do Santo. Vale a pena ler.
"Perto da Sé, um pouco mais abaixo, para o Ocidente, atravessando uma praça, levanta-se a capela de Santo António, que chamam de Pádua. É obra de construção admirável e maravilhosa elegância, e fora outrora moradia dos pais do Santo, onde ele também nasceu e se criou.
Ufana-se a cidade de Lisboa por ser o berço de Santo António, e ufana-se com razão; porque ele, com aplauso do povo fiel, foi incluído no número dos santos, e porque Deus, confirmando, com o selo dos santos, e porque Deus, confirmando, com o selo dos milagres, o parecer unânime dos fiéis cristãos, fez que se tornasse conhecido do mundo inteiro o nome de António e que a sua memória fosse engrandecida e apregoada por toda a parte e por toda a gente.
Regras de Vida
De manhã, antes de vestir-se, acenda incenso e medite.
A sua atitude deve ser a de um herói sem medo,mas o coração deve ser como o de uma criança, cheio de amor.
Soyen Shaku ( 1859-1919), mestre do Zen-budismo japonês.
Pudéssemos nós viver segundo estas regras de vida e, então, seria a felicidade!...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Fotografia, boa e má...
Muro de Berlim
Queda do Muro de Berlim, um acontecimento que todos os meios de comunicação assinalam. Uma data que registo, porque o tempo corre veloz e a memória dos homens é curta. Diga-se que o alcance dessa barreira física foi muito para além da divisão da cidade e dos seus moradores, representou um "muro ideológico" mundial.
A hora de mudança soou em 1989. Para trás ficaram muitas mortes, sofrimento e esforço daqueles que nunca desistiram de acreditar. E foram muitos. Daí a alegria desse dia 9 de Novembro em Berlim, derrubando o Muro...num sentimento feito de raiva e de esperança em dias melhores!
Dava (dá ) gosto ver (ou rever) o entusiasmo dos manifestantes naquela noite...
sábado, 7 de novembro de 2009
Tecnologia e Religião
Timor-Leste
"Este livro de autoria de Affonso de Castro, um capitão de infantaria do Exército Português que serviu como governador de Timor-Leste (actualmente Timor-Leste) no período de 1859 a 1863, é um dos primeiros estudos históricos desta antiga colónia Portuguesa. A obra é dividida em duas partes. A primeira parte examina a história de Timor Leste desde sua ocupação pelos portugueses no século XVI, e relata a conversão da rainha Mena ao Cristianismo e as disputas com os Holandeses na região. Na segunda parte do estudo, o autor examina as condições económicas, físicas e administrativas da colónia, incluindo a questão da fronteira, que foi resolvida por um tratado entre os Portugueses e os Holandeses em 1860, dividindo a ilha em duas metades."
Espreitar o site da Biblioteca Digital Mundial, satisfaz a nossa curiosidade até aos limites das obras já editadas. Desta vez, Timor-Leste e um pouco da sua História na segunda metade do século XIX.
Na época, conhecida como Regeneração, a política portuguesa confrontava os seus interesses coloniais com outros Estados, uma disputa pela hegemonia em África e no Oriente. Para Timor acordava-se, em 1860, a partilha entre holandeses e portugueses.
Lição de Esgrima
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Rainha D. Amélia, recortes biográficos
Tomei a decisão de reproduzir este vídeo que me foi enviado por uma amiga. Para que não se apague a memória da Rainha D. Amélia...
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Revisitando a pintura holandesa
El sombrero de tres picos
Diz o povo que as conversas são como as cerejas ...e assim aconteceu hoje. Ainda a propósito do centenário dos Ballets Russes de Serge Diaghilev (1872-1929), ocorre-me uma série de personalidades ligadas à música, ballet, coreografia e pintura...e assim, percorrendo esse mundo das artes, chego até Manuel de Falla(1876-1946). Músico espanhol de uma geração marcada por Diaghilev.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Gripe, vacinação e prioridades...
domingo, 1 de novembro de 2009
Na Natureza nada se perde...
Por estes dias calcula-se que o principal cemitério de Gondomar produza de 8 a 11 toneladas de resíduos verdes, já devidamente separados. Comprova-se assim que os bons hábitos começam a multiplicar-se. Oxalá o exemplo sirva a outras unidades do País!
Dia de Todos os Santos
"Cuidamos que o céu, onde subiram os santos, está muito longe, e enganamo-nos: o céu não está longe, senão muito perto, e mais ainda que perto, porque está dentro de nós, e dentro do que está mais dentro, que é o coração. E que haja almas, e tantas almas, que tendo o céu dentro de si na vida, fiquem fora do céu na morte, e que podendo tão facilmente purificar o coração e ser santas, só porque não querem o não sejam? Se para amar a Deus e ganhar o céu houvéramos de atravessar os mares tormentosos e contrastar com todos os elementos, pouco era que se fizesse pela bem-aventurança certa do céu o que tantos fazem por tão pequenos interesses da terra; mas, tendo-nos Cristo tão facilitada a bem-aventurança, que entre a mesma bem-aventurança e o coração não haja mais que a condição de ser limpo: Beati mundo corde, e, podendo o mesmo coração alcançar essa limpeza em um instante de tempo e com um ato de amor, e de amor ao sumo bem, que não sejamos todos santos, e não queiramos ser bem-aventurados? "
Padre António Vieira, Sermão de Todos os Santos
Em Dia de Todos os Santos, por que não ouvir Benjamin Britten e o Padre António Vieira? Obras tão diferentes no tempo, mas nunca contrárias em espírito.
sábado, 31 de outubro de 2009
Corrupção é...
são corruptos de qualquer maneira ;
Pecadores e gotejantes e culpa ,
fazem dinheiro do lodo e da sujeira...
Desfilando suas barrigas
em torres de marfim ,
investindo nossas vidas ,
em esquemas sem fim
Sérgio Carvalho
Muita tinta há-de correr em páginas e páginas de grossos dossiers, mas nada disso chegará para condenar alguém. Deste megaprocesso espero o costume: arquivamento... Não é assim a justiça em Portugal?
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Museu Nacional do Teatro
Os objectos existem em função do homem. Uma casa, uma peça de mobiliário, um quadro, uma jóia, uma peça decorativa...tantas as coisas a que nos afeiçoamos. E tanto assim que, muitas vezes, algumas pessoas manifestam interesse em candidatar-se à herança de tais bens de estimação.
O tempo encarrega-se de provar que nem sempre é linear o percurso das coisas...
Dos pequenos objectos perde-se o rasto, mas já não assim das peças de mais valor. Qualquer museu esconde um rol de estórias à volta de uma, duas..., de um sem número de peças. Hoje no Museu do Teatro em Lisboa, "conheci" uma cadeira do século XVIII que, tal Nau Catrineta, tem muito que contar. Pertenceu a Almeida Garrett.
Assento majestoso e confortável que o escritor e promotor do teatro não dispensava. Francisco Gomes de Amorim (1827-1891), que compartilhava com ele os ensaios e representações no Conservatório, afeiçoou-se de tal maneira à dita cadeira que, muitas vezes, deixava escapar o desejo de vir a herdá-la. Mas nestas coisas de heranças nem sempre o que parece é. Esquecido no Testamento, Gomes de Amorim não desistiu. Preparava-se para a licitar em leilão, mas quis o destino trocar-lhe, outra vez, as voltas e a cadeira acabou arrematada por D. Fernando II ( 1819-1885).
Dizia alguém que as coisas vão sempre ao encontro de quem as ama. E assim foi quando a segunda esposa de D. Fernando II, Elise Hensler (condessa de Edla), satisfez o desejo que Gomes de Amorim havia perseguido durante anos. Mas já pouco desfrutou a cadeira que depois deixaria em testamento ao Conservatório Nacional. Por sua vez, os responsáveis desta instituição decidiram ofertá-la ao Museu do Teatro, o lugar mais adequado à admiração do grande público. E aqui fica a estória de uma célebre cadeira...
Nota: Para saber mais acerca de Francisco Gomes de Amorim:http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Gomes_de_Amorim
Dia mundial da terceira idade
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Acerca das declarações de Saramago
"A religião, os seus fundamentos e os seus livros merecem tanto respeito como qualquer outra coisa na terra, nem de menos nem de mais.
Não é, por isso, a falta de respeito que me incomoda nas declarações de Saramago sobre a Bíblia ( e nem os apelos a que renuncie à nacionalidade portuguesa).Muito menos a mim, ateu de pai e mãe razoavelmente anticlerical. É o primarismo. Como reduzir um conjunto de textos tão complexo e contraditório a "absurdos" e "disparates"? Como pode um escritor resumir assim aquela que foi a fonte de inspiração de milhares de textos literários (até os dele), composições musicais ou obras de arte? Como se pode falar de um "manual de maus costumes" quando se fala de textos ( dos tão diferentes Antigo e Novo Testamento ) que contêm em si o melhor e o pior da humanidade, toda a crueldade e generosidade , toda a vingança e perdão? Como pode alguém que escreve sobre a nossa história comum descer ao mais baixo dos anacronismos históricos?
O primarismo está a transformar-se num ar do nosso tempo. É ele que que faz crescer os fundamentalismos religiosos e as leituras literais da Bíblia e do Corão. E o primarismo atrai primarismo. Cria um manto espesso de intolerância e ignorância, de estupidez e incomunicabilidade. No tempo da frase curta, da declaração bombástica, do escândalo sem sentido da história, o primarismo é mais forte do que qualquer ideia. O que é extraordinário é que seja eu, um colunista da espuma dos dias, a dizê-lo a propósito de um escritor, que tem outro tempo para respirar, que pode ir muito além do espectáculo da polémica fácil. "
Pássaro de Fogo
Gosto da terça-feira, o dia de evasão... pela música, bailado, pintura e outros caminhos...
Hoje, a propósito do centenário do Ballet Russo de Serge Diaghilev, lembro O Pássaro de Fogo.
Nota - Se quiser saber mais, clic no título desta mensagem
domingo, 18 de outubro de 2009
RTP faz História...
Pensava nisto esta noite quando "velhos rostos" dos primórdios da televisão colaboraram na apresentação do Telejornal. Um toque de nostalgia neste encontro inter-geracional que foi bom de ver, recordações de acontecimentos, ambiente de trabalho e de camaradagem...
Do cruzamento das instituições com o percurso das nossas vidas se faz e se vive a História. Daí a grande responsabilidade da RTP que guarda um espólio riquíssimo, memória das últimas décadas do Estado Novo, do 25 de Abril e da implantação da Democracia até aos nossos dias... fenómenos e acontecimentos da História de Portugal que se entrelaçam com a História Global!
sábado, 17 de outubro de 2009
Projectos e mais projectos...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Maité Proença, ignorante e...
A Televisão portuguesa passou e todos ficámos a saber como é "culta e educada" esta actriz de telenovela que também quis aventurar-se pelos caminhos da escrita. Pensava nela quando esta tarde visitei o Mosteiro dos Jerónimos...uma maravilha artística que ganha mais beleza em dias luminosos como o de hoje.
Registo o vídeo que testemunha a causa da indignação dos portugueses. E nessa conta de "indignados e ofendidos" também entro, porque não descortino a mínima ponta de graça a tais observações acerca desta "gente esquisita" ( que são os portugueses) e da sua terra. Tantos disparates: "vilazinha" de Sintra, "pátio" ( em vez de claustro) do Mosteiro dos Jerónimos, "pinheiros" (ciprestes ), Salazar e os "vinte anos" de governo... Um modelo de reportagem que atingiu o máximo com uma cuspidela no claustro!
Espanta ver tanta inteligência, cultura e educação concentradas!... Sem mais comentários!!!!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Cristovão Colombo
12 de Outubro de 1492, Cristóvão Colombo iniciava a abertura aos europeus de um novo e rico continente que, mais tarde, tomaria o nome de América.
Muitas actividades e manifestações marcaram a passagem do 5º centenário da descoberta da América. Por hoje a minha escolha recai em "A Conquista do Paraíso", um filme que vale pela música de Vangelis.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Lembrando Seurat
terça-feira, 6 de outubro de 2009
O Grande Ditador
Imagens bem datadas (1940) de um filme: retrato de um tempo marcado pela opressão dominadora da máquina e das ideologias. Aqui, Chaplin retoma e desenvolve Tempos Modernos, trabalhando de forma assertiva e plena de humor uma realidade que corresponde às vivências sofridas pelos povos oprimidos que lutam pela liberdade. Tal é o tema de O Grande Ditador.
Por isso digo que é urgente rever este filme, particularmente quando a desumanização parece ter regressado ao mundo empresarial com a anuência das elites políticas. No Discurso Final perpassa o elogio da democracia e dos direitos do homem. tudo motivos bastantes para fazer do filme um caso bem sucedido para o conhecimento do passado e, partindo daí, compreender o presente. Afinal é essa a função da História!
Haydn, Surprise
Surpresas...sempre gostei de surpresas!
E porque a alegria anda de mão dada com a música, fica a lembrança de uma agradável surpresa: Haydn!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Beethoven, a velhice e a China
Apetece-me falar do dia 1 de Outubro como uma data recheada de memórias: efemérides, acontecimentos e personalidades.
Desde 1975 festeja-se o Dia Mundial da Música que assinalo aqui com a Nona Sinfonia de Beethoven. Obra composta em 1824 e que o cinema transpôs para a tela com lindas imagens de amor...
Hoje comemora-se também o Dia Internacional do Idoso. Desconheço o motivo desta opção que, devo dizer, considero uma feliz coincidência. Pois se a música serve como forma de extravasar sentimentos, nada melhor que casar a "música e a velhice".
Finalmente, a data de um acontecimento que marcou o século XX: 60º aniversário da proclamação da República Popular da China. Ausente aqui é o romantismo, como se conhece desta revolução feita de sangue e que, desde 1949, continua a coartar a liberdade de um povo. No entanto, a propaganda criou também imagens poéticas do regime e de Mao, o "grande timoneiro"...
De três comemorações tão diferentes, será possível encontrar pontos comuns? É só tentar um exercício de memória, tomando como fio condutor a música... Experimentem!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
O Elefante Solimão
Da Índia veio o elefante que muito deu que falar. Meses de uma viagem longa para uma curta estada em Lisboa, onde houve por nome Salomão. Logo decidiu el-Rei ofertá-lo a Maximiliano II da Áustria, privando os portugueses desse animal exótico que tanta admiração causava. Nada mais restava a Salomão que preparar-se para mais uma longa jornada, calcorrear montes e vales através de meia-Europa até atingir o seu destino. E assim aconteceu, porque "sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam"...
" A história deste curioso banco está ilustrada e inscrita no seu próprio assento, uma omoplata de elefante. Numa das pernas do banco figuram os brasões de armas da Áustria e de Espanha, símbolo da aliança matrimonial do sacro imperador romano com Maria, sua prima e filha de Carlos V, e numa outra surge o brasão de Maximiliano, rodeado pelo colar da Ordem do Tosão de Ouro."
domingo, 27 de setembro de 2009
Os Segadores
Continuo fã do youtube, onde a escolha se torna difícil!
Vídeo sobre pintura: Julien Dupré que viveu no século XIX. O naturalismo das cenas da vida rural de outrora. Outros tempos!...
Votar, o que é isso?
E depois, será que a menina não fez perguntas? Por exemplo, "O que é isso de votar?"
Cresce e, mais tarde, compreenderás!...
O Padrinho
No fim dos anos 60 a Paramount contratou Mario Puzo para escrever um roteiro. O escritor então resolveu contar a história de uma família de mafiosos. Achando que não obteria êxito em um filme sobre mafiosos naquele momento, a Paramount resolveu não filmar o roteiro. Daí Mario Puzo lançou-o em forma de livro, que, em pouco tempo, se tornou um best-seller. Dia após dia sua popularidade crescia, e cresceu tanto a ponto da Paramouont começar a ter interesse em produzir um filme baseado no romance de Mario Puzo. (...)
No princípio Coppola queria Marlon Brando para o papel de Don Vito Coeleone, mas sua má reputação como ator irresponsável, imaturo e demasiadamente polêmico, dificultavam a aceitação da idéia de Coppola. Se já era difícil colocar um ator conhecido como Marlon no filme, a intenção de Coppola de entregar ao desconhecido Al Pacino o papel de Michael Corleone não foi sequer considerada. Após Brando e Pacino fazererm testes por sua própria conta, foram finalmente aceitos.
Sinopse
O filme inicia no casamento de Constanzia "Connie" Corleone. Durante o casamento, Don Vito Corleone atende velhos conhecidos e amigos, que vêm até ele para pedir favores ou ajuda, já que um italiano não pode recusar algo no dia do casamento de sua filha. Um destes é um velho agente funerário italiano, Amerigo Bonasera, cuja filha foi estuprada, espancada e invalidada. Os rapazes que fizeram isso com a jovem foram capturados e se submeteram a julgamento, mas foram soltos no mesmo dia. Agora ele quer justiça. Após longas conversas, Don Vito sai para apreciar a festa de sua filha e tirar a foto da família, porém se recusa a fazê-lo até a chegada de Michael, o seu filho preferido, e que mais tarde se tornaria o novo chefe.
Agora a família vê a chance de ganhar mais dinheiro do que jamais teve, ingressando no negócio do narcotráfico, proposto por Virgil Sollozzo, ”O Turco”. Porém Don Corleone não acha que seja certo, ético e muito menos fácil entrar nesse negócio. Ele acredita que seus subornados (senadores, agentes policiais e juízes) não iriam aceitar esse negócio com facilidade por ser um negócio arriscado demais, além de extremamente ilegal. Mas o Turco não vai deixar sua oportunidade de fazer milhões de dólares fáceis escapar assim de mão beijada.
O Turco consegue o apoio da Família Tattaglia para seu plano, e para pô-lo em prática decide que não pode haver Don Corleone. Um atentado à vida de Don Corleone é planejado, e ele é atacado enquanto volta para seu carro. Vito abatido, agora está no hospital se recuperando, mas Sollozzo não gostou de saber que ele não está morto e planeja um ataque surpresa. Michael chega ao hospital antes do ataque e muda seu pai de quarto. Michael encontra Enzo, o padeiro, subindo as escadas do hospital, e manda-o descer: eles fingem ser guardas para proteger o Don. Sonny manda homens para proteger o pai, mas pede a Michael que segure a barra até eles chegarem. Michael impede que os policiais entrem mas leva um soco na cara, de um policial cúmplice da família Tattaglia.
Agora que já se sabe do atentado, os Corleone vão tentar atacar os Tattaglia. Michael marca um encontro com o policial e Sollozzo. No local marcado Michael pega uma arma e tira a vida dos dois. Agora começou a guerra das Famílias e Michael se vê obrigado a fugir para a Sicília. Lá conhece e se casa com Apollonia, uma siciliana virgem. Michael vive feliz com ela e até deixa de querer voltar à América. Mas um atentado à vida de Apollonia o faz voltar.
De volta, Michael reencontra Kay, sua antiga namorada, e resolve se casar com ela. Depois assume o controle da Família e põe um fim à guerra, pegando todos os traidores e cúmplices, assassinando-os a sangue frio.
Principais intérpretes
Marlon Brando... Don Vito Corleone
Al Pacino .... Michael Corleone
James Caan .... Santino "Sonny" Corleone
John Cazale .... Fredo Corleone
Talia Shire .... Connie Corleone
Robert Duvall .... Tom Hagen
Andy Garcia....Vicenzo Corleone
Sterling Hayden .... capitão Mark McCluskey
John Marley .... Jack Woltz
Richard Conte .... Emilio Barzini
Al Lettieri .... Virgil Sollozzo
Diane Keaton .... Kay Adams
Richard S. Castellano .... Peter Clemenza
Abe Vigoda .... Salvadore "Sal" Tessio
Gianni Russo .... Carlo Rizzi
Principais prêmios e nomeações
Oscar 1973 (EUA) "
mario.capelluto@terra.com.br
http://www.sabercultural.com
De verde e mar
Van Gogh
Num sábado quente de Outono (que ainda cheira a Verão), o youtube recomendou-me este vídeo: a pintura de Van Gogh.
Puro deleite ou evasão?! Um indiscutível tributo ao Artista que continua a alegrar os nossos dias...
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Haydn
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Umberto D
Esta tarde, ao sair na Baixa-Chiado em direcção à Rua da Vitória, deparei com a projecção de uma sequência de Umberto D, um filme de Vittorio de Sica que marcou o cinema italiano do pós-Guerra.
Para compreender o enquadramento histórico-social do filme basta clicar no título desta mensagem. Por aí se percebe a inclusão de Umberto D na lista das melhores obras do cinema clássico italiano. Clássico, porque intemporal. E hoje, que mudados estão os tempos, persistem os mesmos problemas sociais...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Maquiavelismo e suspeição
"Caso alguém se tenha esquecido, a história das escutas (ou vigilância), a que o expresso chamou "Sillygate", começou no início de Agosto. Nessa altura, o Presidente e o primeiro-ministro só tinham uma coisa a fazer. Falar aos dois directamente sobre o assunto. , tomar as medidas necessárias, investigar o caso aparte a parte, tirar as respectivas consequências e explicar o caso ao país. Mas não fizeram nada disso.
domingo, 20 de setembro de 2009
Canto do rouxinol
Que bem que se está no campo, escutando os sons da natureza.
Também em Lisboa é possível ouvir o rouxinol. Experimentem a Quinta das Conchas, de manhã cedinho.
sábado, 19 de setembro de 2009
Portugal ingovernável?
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Retratos de Mulher
Ao longo de quinhentos anos retrata-se a beleza feminina. É um percurso feito por diferentes artistas e escolas que "viram" a mulher: rostos expressivos (alguns não tanto) que merecem ser admirados.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Sob o espectro do racismo
"Eu morei no sul e vi o sul cruzar um longo caminho. Mas a tendência ao racismo ainda existe e acho que voltou à superfície por causa da crença de muitos brancos, não apenas no sul, mas como em todo o país, de que afro-americanos não são qualificados para liderar este grande país".
"É uma circunstância abominável, e me entristece e preocupa profundamente", acrescentou Carter.
As declarações de Carter foram feitas uma semana depois de um congressista republicano, Joe Wilson, ter chamado Obama de mentiroso em voz alta para protestar contra sua política relativa à reforma do sistema de saúde.
"A eleição de Obama foi uma coisa fascinante, mas há muito racismo subliminar, oculto neste momento nos Estados Unidos na oposição a Obama", disse a escritora.
"Nunca se menciona a raça, mas há um elemento racista muito forte, do qual não se fala muito, mas existe, já que há muitas pessoas, principalmente mais velhas, de direita, que foram criadas num país segregado, muito racista, e a ideia de ver uma família como a de Obama na Casa Branca os irrita profundamente", acrescentou.
Allende, de 67 anos, apresentou "La isla bajo el mar", um romance sobre uma escrava negra na Saint Domingue (atual Haiti) do século XVIII.
In Google, Notícias, 16 de Setembro