segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Noite, curiosidades de uma palavra



É muito curiosa a origem das palavras. Uma delas configura uma identidade presente em todas as línguas: NOITE. Isto foi o que aprendi num mail que a L. me enviou. E fiquei a pensar se não estará nesse infinito o mistério da noite. De estados de alma que desperta em consonância com a natureza. Da noite escura, estrelada ou tempestuosa, ou seja, de sentimentos de solidão, paz, medo e ternura. Reacções do homem que os poetas, romancistas, pintores, músicos e cineastas traduzem nas suas obras. Beethoven produziu uma dessas noites...


"Noite é formada pela letra N + a palavra que designa o número 8 na respectiva língua.

A letra N é o símbolo matemático de um conjunto infinito (o dos números naturais ) o 8 deitado simboliza infinito, ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito!!!
Português - noite = n+ oito.
Inglês - night = n + eight.
Alemão - nacht = n + acht.
Espanhol -noche = n + ocho.
Italiano -notte = n + otto."

Pela música eleva-se a alma




"A música é celeste, de natrureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição."
Aristóteles

"Um músico é um médico da alma - presta um serviço a quem o ouve."
Sara Tavares

sábado, 29 de outubro de 2011

"Manter intocável a fé na democracia"

Recrudesce a onda de crítica aos políticos. Um mal estar perigoso que requer uma justiça que actue com rapidez e eficácia. É o que sugere o editorial do Expresso de hoje. Leia-se a transcrição de "No pior momento".


"A dura acusação que o Ministério Público do Rio de Janeiro fez a Duarte Lima dificílmente poderia ter sido proferida em altura mais desfavorável. Quando o país atravessa uma profunda crise, quando é necessário que haja uma maior confiança na classe política e nos dirigentes , um advogado que chegou a líder de uma bancada parlamentar é indiciado como autor de um homicídio cometido com o objectivo de se apropriar de bens alheios. Uma acusação humilhante.

Antes deste caso, já o Processo Casa Pia tinha contribuído fortemente para o desprestígio da classe política, alimentando, para mais, todas as especulações sobre a impunidade que protege sempre os "grandes". Além dos políticos que respondem por crimes de colarinho branco, também as mais recentes revelações sobre acumulações de pensões e benesses várias - que, sem terem nada de ilegal, são desprestigiantes e ajudam a alimentar campanhas populistas - contribuem para corroer o que é essencial manter intocável, principalmente em épocas difíceis : a fé na democracia, apesar dos defeitos que tem por ser conduzida por homens."




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Palram pega e papagaio...

Palram pega e papagaio,
E cacareja a galinha;
Os ternos pombos arrulham,
Geme a rola inocentinha.

Muge a vaca, berra o touro,
Grasna a rã, ruge o leão
O gato mia, uiva o lobo,
Também uiva e ladra o cão.

Relincha o nobre cavalo,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovelha bala,
Zurrar é próprio dos burros.

Regouga a sagaz raposa
Bichinho muito matreiro;
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.

Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar;
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.

O pardal, daninho aos campos,
Não aprendeu a cantar:
Como os ratos e as doninhas
Apenas sabe chiar.

O negro corvo crocita,
Zune o mosquito enfadonho;
A serpente no deserto
Solta assobio medonho.

Chia a lebre, grasna o pato,
Ouvem-se os porcos grunhir;
Libando o suco das flores,
Costuma a abelha zumbir.

Bramem os tigres, as onças,
Pia, pia, o pintainho;
Cucurita e canta o galo,
Late e gane o cachorrinho.

A vitelinha dá berros;
O cordeirinho, balidos;
O macaquinho dá guinchos,
A criancinha vagidos.

A fala foi dada ao homem,
Rei dos outros animais:
Nos versos lidos acima
Se encontram, em pobre rima,
As vozes dos principais.

Pedro Dinis

Poesia de infância que aprendíamos, cantando. Tantas são as vozes que apetece recordar os animais...






Bolshoi reabre hoje


"O Teatro Bolshoi de Moscovo reabre as suas portas esta sexta-feira, depois de obras de restauro que duraram seis anos e custaram cerca de 500 milhões de euros.
"O principal teatro do país deve ser assim: belo, pomposo e com equipamentos modernos. A área do teatro duplicou e temos vários palcos de ensaios, por isso podemos preparar, ao mesmo tempo, espectáculos de ópera e de bailado", justificou Anatoli Iksanov, diretor-geral do mais conhecido teatro russo.

A sessão de reabertura do Teatro Bolshoi, marcada para as 18h de Moscovo (21h em Lisboa), será seguida de um concerto de gala, preparado pelo encenador russo Dmitri Tcherniakov e conduzido pelo maestro Vassili Sinaiski.
"O concerto de gala será um espectáculo pouco comum, dedicado à história do Teatro Bolshoi e às pessoas que antes trabalharam nele. Irá durar hora e meia e conta com a participação de todos os artistas do teatro, bem como de cinco cantores de ópera de renome mundial", anunciou Tcherniakov, sem avançar mais pormenores.
Medvedev e Putin devem estar presentes
O bailado "A Bela Adormecida", de Piotr Tchaikovski, e a ópera "Ruslan Liudmila", de Mikhail Glinka, foram os espectáculos escolhidos para estrearem o palco principal do teatro.
A cerimónia de abertura será transmitida por todos os canais federais de televisão russos, bem como em 600 cineteatros em numerosos países do mundo.

Espera-se que na cerimónia de reabertura do teatro estejam presentes o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. (...)

A direcção do teatro decidiu não vender bilhetes para a cerimónia, tendo optado por enviar convites a ilustres personalidades.
Porém, na Internet, foram postos à venda por desconhecidos bilhetes falsos de ingresso, cujo preço varia entre 2300 euros e os 40 mil euros. O Ministério da Cultura da Rússia viu-se obrigado a abrir um inquérito para averiguar a origem desse negócio.


Aspecto anterior a 1917
As obras de restauração permitiram dar ao exterior e interior do edifício o aspecto original, que tinha antes da revolução comunista de Outubro de 1917.
Foram retirados da fachada do teatro e do palco principal símbolos soviéticos como a foice e o martelo, tendo sido substituídos pela águia bicéfala, símbolo da Rússia czarista reabilitado depois da queda do comunismo no país.
Além disso, os construtores aproveitaram para reforçar os alicerces do edifício e construir uma garagem subterrânea de vários andares.
O primeiro edifício do Teatro Bolshoi (que significa "Grande", em russo) foi construído em 1780 e deve o seu nome ao facto de se encontrar na mesma praça do Teatro Malii ("Pequeno", em russo).
Depois de dois fortes incêndios que o destruíram quase completamente, um deles quando das invasões napoleónicas de 1821, adquiriu o aspecto que possui actualmente.
Durante a II Guerra Mundial (1939-1941), o edifício foi atingido por uma bomba da aviação nazi, mas os danos foram rapidamente reparados.
O Teatro Bolshoi constituiu, durante toda a sua história, uma autêntica "fábrica" de estrelas de ópera e bailado.
Cantores de ópera como Fiodor Chalapin e Galina Vichnevskaia, bailarinas como Galina Ulanova e Maia Plissetskaia muito contribuíram para a glória desse teatro. "
Internet, http://aeiou.expresso.pt/esplendor-do-teatro-bolshoi-esta-de-volta-fotogaleria=f683950#ixzz1c65lbAGe




Nota - A reabertura do Bolshoi, sendo um acontecimento cultural e político, merece registo. Gostaria de aí voltar um dia. Entrei no teatro em Setembro de 1984, por gentileza do porteiro. Inesperadamente subi ao camarote real e assisti ao final do espectáculo. A companhia romena não parecia de qualidade, mas o teatro encantou-me. Quando correu o pano fiquei deslumbrada com a seda vermelha e dourada... só que logo depois comecei a rir sem parar. Porque também aí dominava a foice e o martelo. Hoje não, tudo será diferente com o regresso do símbolo imperial da Rússia!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Burgos e El Cid



El Cid, Burgos

A chuva e o vento vêm lembrar que o Outono tardou, mas não falta. Tempo para "actividades de recolhimento" que a imaginação pode transformar em verdadeiras viagens. Viagens de longos percursos ou escapadinhas, em todo o caso, momentos de evasão no tempo e no espaço. E deste modo fui hoje levada até Burgos...pela internet. Uma viagem sugerida por um mail de uma amiga.

Vale a pena ir e ficar muitos dias em Burgos. Respira-se História por ali, da Reconquista à Guerra Civil. Uma visita à Cartuxa e depois mergulhar na cidade. O Mosteiro das Huelgas e a Catedral: a originalidade arquitectónica e decorativa desses espaços e as estórias de personalidades e de gente comum. Solta-se a imaginação, recua-se ao tempo dos trajes medievais expostos nas Huelgas. Desfile de reis e rainhas de Espanha e de Portugal que, por esse tempo, se cruzaram...

Curioso como o pormenor e o pitoresco permanecem na memória. Crianças e adultos sentem-se atraídos pelos relógios das grandes catedrais, especialmente ao meio-dia. É assim em Munique, em Praga e também em Burgos, onde todos os olhares se fixam no papa-moscas. Espanta-se também o visitante com o "achado" de um túmulo muito simples, onde jaz um célebre cavaleiro: Rodrigo Diaz de Vivar ( Vivar é a aldeia nos arredores de Burgos), cavaleiro da Reconquista cristã que morreu em 1043. Na campa rasa de El Cid (o Senhor) pode ler-se: "A todos alcanza honra por el que en buena hora nació". Epitáfio da grandeza do Senhor de Valência que deixou fama de forte, valente, leal, justo e piedoso. Embora não seja consensual o juízo que dele faz a História, a lenda prevalece, concedendo-lhe a glória dos imortais de Espanha.

domingo, 23 de outubro de 2011

Coragem moral

Devo uma palavra de esperança. A outra face da mensagem anterior ou uma espécie de contraponto que intitulei Coragem Moral. Para isso servi-me do artigo de Henrique Monteiro, no último Expresso, "O Lado da Amurada". Passo a transcrever



"Há uma velha frase , de autor incerto, que reza assim: quando vejo toda a gente do mesmo lado do barco, escolho o outro lado.

É o que se passa neste momento com o Orçamento de Estado. Com alegria, vejo que José da Silva Lopes escreveu na "Visão" algo que vai muito contra-corrente :" Não há alternativa a uma redução tão brutal do défice. (...) Não cumprir as exigências da troika não é, nas actuais condições, uma alternativa."

Silva Lopes discorda, no entanto, de algumas medidas concretas - mas não daquelas de que tanta gente se queixa . Não se trata do facto de a maioria dos cortes se destinar apenas aos funcionários públicos. O que Silva Lopes critica é a iniquidade de pouco se ter agravado as taxas aos rendimentos de capital, de se cortar no subsídio de desemprego u de pouco se ter cortado nas maiores pensões ( de que ele, tal como Cavaco é beneficiário) . Eis a grandeza moral que tanto falta.

Quem nos quer confundir mistura duas coisas que Silva Lopes separa: uma é saber se estes cortes são necessários; outra, diferente, é saber se os cortes devem ser deste modo.

Cavaco referiu um limite para os sacrifícios, como se os cortes pudessem ser menores. Fê-lo com um timing deplorável, permitindo ao PS pôr-se de fora do OE e dando aos nossos credores mais motivos de dúvida. Para quem se queixou de forças de bloqueio..."

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reformas, subvenções e mordomias dos políticos

Muito desacreditada parece andar a imagem dos políticos. Será mais um dos efeitos da globalização. Os media e o correio electrónico não se cansam de denunciar casos de políticos e gestores públicos. Compadrio e corrupção em tantas e variadas formas. Nem falo já das promessas eleitorais que, passado tempo, caem por terra. Estamos habituados a isto que até daria para rir se não nos tocasse de perto...

Alguns apregoam uma honestidade a toda a prova, mas falta-lhes lucidez para ver as injustiças. Insensibilidade social e inexistência de valores para reconhecer os seus privilégios expressos em vencimentos, avenças e subsídios, viagens, cartões de crédito e outras mordomias.Deputados que, morando em Lisboa, continuam a exigir um subsídio para habitação. E há os que "levam" para casa subsídios chorudos de reintegração na vida activa ( como se eles não fossem logo ocupar altos cargos públicos ou privados). Escandaloso ainda é o direito à subvenção vitalícia de políticos ( alguns aos aos 50 anos ) que continuam na política activa. E mais ainda o grande número dos que usufruem "várias reformas", enquanto o cidadão comum vai aumentando o número de anos de trabalho.

As consequências deste estado de coisas aflige-me, particularmente neste momento de crise. Propositadamente não cito nomes, mas devo dizer que alguns privilegiados começam a assumir publicamente a injustiça deste tratamento. Valha-nos isso! E que o bom senso prevaleça!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Este nosso mundo de violência

Violência e mais violência: este é o sentimento que domina o dia. Da Líbia chegaram as imagens de um ditador que, depois de "caçado", acabou de forma miserável. Kadhafi merecia um castigo exemplar, mesmo a morte. Mas não assim. A justiça não se coaduna com vingança. Que me perdoe o povo que diz "quem com ferros mata, com ferros morre." É que a vitória sem respeito pela dignidade humana não augura nada de bom. Oxalá me engane para bem dos libaneses!

O segundo caso de violência aconteceu na China. Uma criança atropelada na via pública. O condutor pára, observa e continua. Ninguém em redor mexe uma palha e, pela segunda vez, a criança é atropelada. Finalmente, o socorro vindo de alguém encarregado da limpeza. Lembrei-me da parábola do "bom samaritano", porque também aqui a compaixão proveio do mais humilde...

Entre os jovens repetem-se os actos de violência. Gratuita ou por motivos fúteis. Ontem um jovem morreu esfaqueado na zona de Sintra. Causa da agressão: um boné que o agressor tentava roubar. Hoje, mais uma ocorrência. Em Setúbal na Escola Sebastião da Gama foram razões sentimentais que levaram à hospitalização de um jovem. Caiu inanimado depois de ter sido barbaramente espancado por um colega e o seu bando. Valeu-lhe um professor que chamou o INEM. Só Deus sabe se irá sobreviver e como.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Telemóveis, um instrumento para sair da crise



Limitar a imaginação é proibido por estes dias. Para uma crise profunda, pedem-se medidas rápidas e eficazes. E os telemoveis podem vir a dar o seu contributo. Muito simples: taxar em 1 cêntimo cada chamada e sms. A notícia, que não é oficial, merece o meu aplauso. Conhecendo a apetência dos portugueses por este meio de comunicação deverá ser certa e garantida a receita. De muitos milhões, suponho. Para tapar os "buracos" da saúde e outros...

É uma atitude positiva, semelhante à campanha das "tampinhas". Por mim, confesso que continuo a guardar religiosamente essas tampas. Então, por que não "oferecer" 1 cêntimo para uma causa igualmente meritória?






quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Austeridade social

"O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou esta noite que os subsídios de férias e de Natal superiores a mil euros na função pública serão suspensos enquanto vigorar o plano de ajuda externa. O mesmo acontece para os pensionistas."



Assim começa a notícia que retirei da Internet. Fato escuro, gravata cinzenta e tom pesaroso: esta a imagem de Passos Coelho que, esta noite, anunciou as medidas de austeridade para os próximos dois anos. Contraste flagrante com o rosto sorridente do mesmo Primeiro-Ministro, relatando a discussão no Conselho de Ministros. Coisas de inexperiência politica...

Se estes sacrifícios servissem para salvar a Pátria... mas não se enxerga uma luzinha ao fundo do túnel. Só pedimos uma explicação cabal para todos estes buracos, tudo clarinho. Todos sabemos somar...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Do tempo das borboletas





















A borboleta conta por momentos e não meses, e tem tempo de sobra.
R. Tagore


O tempo da borboleta, uma "verdade" da Biologia para reflexão. De duas semanas a três meses é o tempo da borboleta. Quanto muito seis meses, contando o ciclo completo de vida: ovo, larva, lagarta, crisálida e borboleta propriamente. E nós, em crescente aumento de esperança de vida, queremos mais. Sempre a correr, pedimos muito dos dias. Se possível com 48 horas...tal é a febre de viver!

"Tenho fases como a Lua..."


LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


Cecília Meireles

Na Sombra do Poder

"A Sombra do Poder", de Pedro Feytor Pinto. Viveu "por dentro" os últimos anos do Estado Novo, adquiriu experiência e acedeu a informações privilegiadas. Relata acontecimentos, descreve personalidades, analisa situações e explica factos. A subjectividade da narrativa, que o Autor assume, revela uma outra face dos tempos que precederam o 25 de Abril. Segue-se depois a queda do Regime e as consequências imediatas. Por fim, a terceira parte refere-se ao exílio e ao regresso à vida pública.

Para os que têm memória curta ou para os mais novos, relembra-se que Pedro Feytor Pinto foi o interlocutor entre o Movimento das Forças Armadas e Marcelo Caetano. A RTP transmitiu as imagens passadas entre o Palácio Foz e o Carmo. Testemunhando um facto histórico e nele participando, Pedro Feytor Pinto agia e registava. A dignidade de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo e a compostura respeitosa dos militares. E também a sua participação na aventura de "correr" Lisboa ao encontro do general Spínola...

De leitura fácil, o livro lança alguns traços do enquadramento social que "acompanha o poder" politico. Retrato de vidas dos últimos cinquenta anos. Personalidades destacadas, sendo algumas bem próximas. Colegas da nossa geração, porque o "nosso mundo é uma aldeia".

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Descartes...faz-nos falta!

Da crise todos falamos. Uns sentem-na mais do que outros, mas ela não desarma. Uma iminência sistémica que veio para ficar se não houver leaderes políticos capazes de impor regras aos mercados. Entretanto, os gregos sofrem, estendendo a mão. A seguir, estaremos nós...


Empréstimos externos e austeridade. Com taxas de juro deste nível, poderá haver recuperação? Impostos crescentes, descida de salários e inflação: medidas contraditórias com o crescimento económico. E ainda não haverá ninguém que entenda isso lá nas altas esferas da troika? Até quando irá manter-se esta política restritiva?


Não bastou a lição da crise de 1929? Ironicamente Descartes falava na boa distribuição do bom senso que a todos contentava. Pena é ele não poder descer à Terra e gritar bem alto as boas regras do racionalismo. Só isso...




"O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."

René Descartes, O Discurso do Método

domingo, 9 de outubro de 2011

A ficção virou realidade...




Duas gravuras do começo do século XX: imagens de um visionário, diriam muitos. Pois, antes de 2000, ultrapassou-se a ficção. Os robots já não espantam ninguém e as notícias entram-nos em casa com o peso máximo do real. Lemos, ouvimos e visualizamos...tudo ao toque de um clic. É assim este "admirável mundo novo"!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Apagou-se uma estrela, Steve Jobs morreu

"O homem sonha, a obra nasce", assim podia resumir-se a vida do Homem que revolucionou a tecnologia da informação: Steve Jobs. Faleceu hoje. Ainda que esperada, a notícia desencadeou um sentimento de pesar por todo o mundo. Caso excepcional, porque não é fácil a convergência. Prova indiscutível do reconhecimento da mente genial de Steve que recebeu merecidos elogios e foram muitos. Novo Einstein e houve até alguém que o comparou a Leonardo De Vinci. Inteligência brilhante e cidadão exemplar que viveu os últimos anos, pensando na morte. Não se coibiu de falar publicamente da vida, da doença e da inevitabilidade da morte. Afinal, a "morte é uma invenção da vida", disse um dia.

A história de vida de Steve, que não teve um começo feliz, merece a reflexão de todos. Quem sabe mesmo se não deveria ser evocada na escola. Exemplo de trabalho, de tenacidade e de triunfo. Do reconhecimento público e riqueza em coexistência com a fragilidade da vida. Afinal, as estrelas também esmorecem e morrem. Hoje apagou-se uma, chamava-se Steve Jobs...

Brahms



Hoje elegi Brahms, porque a música combina com o nosso estado de alma.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Presidência da República e os gastos régios

Feriado nacional. Passa hoje o 101º aniversário da implantação da República. Alterou-se o regime, mas o sistema pouco mudou. Dantes apontavam-se os gastos com a casa real, hoje temos os da Presidência da República. Pagamos uma exorbitância com a manutenção do palácio de Belém, uma fortuna diária a que havemos de somar uns "trocos" com as viagens presidenciais. A este propósito, indignava-se uma leitora de Santa Maria da Feira, Céu Mota, em carta publicada pelo Expresso no passado dia 1 de Outubro. Para apreciar, passo à transcrição.

"A notícia era discreta, sem foto, no canto inferior esquerdo de uma página "secundária" de Jornal: Cavaco Silva foi aos Açores por cinco dias com sua mulher e mais 30 pessoas. Pelo menos é este o número oficial dado a conhecer aos jornalistas, ou seja, o número que se quer passar aos portugueses. Gostava que o sr. Presidente explicasse a gente ignorante como eu porque precisa de levar consigo 12 agentes de segurança (que risco corre nas ilhas portuguesas e pacatíssimas como são as dos Açores?), o chefe da Casa Civil (mais mulherzinha), quatro assessores, dois consultores, o médico pessoal, uma enfermeira e - cúmulo do ridículo, do supérfluo, do exagero e do fútil - dois bagageiros, dois fotógrafos oficiais e um mordomo, como se nos Açores não houvesse ninguém para os receber. (Se leva 30 ali ao lado, o que fará noutras andanças? Ou viaja também em classe económica "para dar o exemplo", como Passos Coelho?) Reiterou Cavaco à chegada ao arquipélago: "Ninguém está imune aos sacrifícios". E esta hein? Podemos concluir então que, em tempo de vacas gordas, a comitiva seria de dimensões mais provocadoras...(....)"