quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Burgos e El Cid



El Cid, Burgos

A chuva e o vento vêm lembrar que o Outono tardou, mas não falta. Tempo para "actividades de recolhimento" que a imaginação pode transformar em verdadeiras viagens. Viagens de longos percursos ou escapadinhas, em todo o caso, momentos de evasão no tempo e no espaço. E deste modo fui hoje levada até Burgos...pela internet. Uma viagem sugerida por um mail de uma amiga.

Vale a pena ir e ficar muitos dias em Burgos. Respira-se História por ali, da Reconquista à Guerra Civil. Uma visita à Cartuxa e depois mergulhar na cidade. O Mosteiro das Huelgas e a Catedral: a originalidade arquitectónica e decorativa desses espaços e as estórias de personalidades e de gente comum. Solta-se a imaginação, recua-se ao tempo dos trajes medievais expostos nas Huelgas. Desfile de reis e rainhas de Espanha e de Portugal que, por esse tempo, se cruzaram...

Curioso como o pormenor e o pitoresco permanecem na memória. Crianças e adultos sentem-se atraídos pelos relógios das grandes catedrais, especialmente ao meio-dia. É assim em Munique, em Praga e também em Burgos, onde todos os olhares se fixam no papa-moscas. Espanta-se também o visitante com o "achado" de um túmulo muito simples, onde jaz um célebre cavaleiro: Rodrigo Diaz de Vivar ( Vivar é a aldeia nos arredores de Burgos), cavaleiro da Reconquista cristã que morreu em 1043. Na campa rasa de El Cid (o Senhor) pode ler-se: "A todos alcanza honra por el que en buena hora nació". Epitáfio da grandeza do Senhor de Valência que deixou fama de forte, valente, leal, justo e piedoso. Embora não seja consensual o juízo que dele faz a História, a lenda prevalece, concedendo-lhe a glória dos imortais de Espanha.

Sem comentários: